You Broke Me First || Keisuke Baji

☕︎Sky

"Não posso confiar em ninguém, nem mesmo na minha sombra mas tem essa garota, ela é a minha melhor amiga e não somos um casal, ela é uma estrela do rock. Do jeito que ela faz essa merda, ela faz parecer simples..."

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❖6 horas até o incidente❖

Bom, é complicada a história de como conheci Toshi, foi na escola que o vi pela primeira vez.

*FLASHBACK ON*

Era o segundo ano do ensino médio, eu estava andando até a cantina quando ouço barulhos nada comuns vindo de uma área externa da escola.

Alguns garotos do terceiro ano batiam em alguém pra variar, a minha escola era cheia desse tipo de gente, agrediam pessoas mais fracas pra conseguir dinheiro, favores ou por puro divertimento.

Eu sempre fui quieta mas não era considerada fraca, talvez por rodarem fofocas de que Baji bateu no último garoto que tocou em mim.

- Eai o que você tem pra gente hoje? – Um deles perguntavam para uma pequena figura que estava no chão abraçando os joelhos.

- Já falei q-que hoje e-eu não consegui trazer nada. – Ele falava em um sussurro.

Ele parecia estar bem machucado, em outras situações eu apenas seguiria meu caminho mas algo me dizia que eu precisava ajudar aquele garoto.

Eu já mais me dariam bem em um seis contra um, então resolvi fazer a coisa mais óbvia naquele momento. Na escola, a fama da Toman era notória. Não mexiam comigo por causa de Baji, aquilo me incomodava mas eu não poderia correr o risco de virar alvo daqueles caras.

Então puxei meu celular, que por sinal estava descarregado e coloquei próximo ao meu ouvido.

- Ah Baji? Sim estou aqui esperando você. – Falei em voz alta. Os garotos se entreolharam e se afastaram. Nunca entendi o medo deles por Baji, mesmo sendo o capitão da primeira divisão da grande Toman, ele ainda não consegue tomar um café sem se queimar.

Olhei pro garoto que agora tentava se levantar, ele exibia lindos cachos castanhos escuros e belos olhos verdes. Ele tinha a expressão de um pequeno anjo assustado.

- Obrigado...é...- Ele começou.

- Mahina, me chamo Tsuki Mahina e você?

- Sou Toshio. – Ele falava, nesse tempo, ele ainda não havia pintado as pontas de seu cabelo de verde mas fora isso, ele continuava o mesmo.

- Foi um prazer te conhecer Toshio, até depois, cuidado com esses caras e seja corajoso, não abaixe a cabeça. – Falei indo embora, então ele sorriu pra mim.

Eu não sabia mas graças a mim, ele resolveu começar a treinar, foi então que entrou para a Valhalla.

Depois de um tempo, quando eu entrei, não era novidade o fato de alguns não me apoiarem mas Toshi foi o primeiro a se mostrar feliz com aquilo.

Em um dia específico eu havia ficado até tarde na sede.

- Mahina? Olha, eu não sei se você é boa mas...- Toshi falou nervoso enquanto se aproximava de mim trazendo um livro.

- Matemática? – Perguntei a ele.

- É...me desculpe chegar assim, é que eu tenho esse trabalho para entregar até amanhã e não sei por onde começar, era pra ser em dupla mas...meio que acabei ficando sozinho...- Ele tentou falar mas se calou.

O pai de Toshi havia o abandonado logo quando bebê, o deixando com a sua mãe, ela trabalhava em tempo integral então Toshi praticamente cresceu sozinho, aprendendo as coisas por ele mesmo.

Uma vez ele me disse que eu fui a primeira pessoa a ajuda-lo quando esses caras vinham pra cima dele.

- Tudo bem, eu te ajudo. – Falei com um sorriso, depois disso nos tornamos inseparáveis.

Lembro também do dia em que peguei Toshi com um cigarro na mão, achei que fosse pirar.

Eu estava indo até a casa de Emma quando passei por uma loja de conveniência onde estavam várias pessoas, todas consumindo algo ilícito, foi automático, avistei aqueles cachos em meio a aquela multidão.

- O que você faz aqui e que porra é essa? – Perguntei a Toshi, ele estava com um cigarro entre os dedos e não parecia nada confortável em estar no meio daquelas pessoas.

- O meu padrasto meio que me trouxe até aqui, juro que esse cigarro não é meu e...- Não esperei ele terminar quando o puxei pela orelha até minha casa.

- O que você fazia com um bando de drogados? Por que não foi embora? – Falei o levando até meu banheiro. – Lava essa boca.

- Eu não sabia que a reunião que ele falava era desse tipo. – Toshi falava lá do banheiro. – Desculpa Tsu. – Foi quando ouvi aquele apelido pela primeira vez.

- Não vem com Tsu, sei muito bem que você está em semana de provas, deveria estar estudando, fumar não vai te levar até uma faculdade. – Falei o encarando.

- Você só fala isso por que já está acabando a escola. – Ele falou com a expressão emburrada.

- Sem essa, qual é a prova que você tem amanhã? – Perguntei já procurando alguns livros do colégio.

- Tenho...m-matemática. – Ele disse nervoso, eu e ele sabíamos muito bem sobre o quanto ele odiava aquela matéria.

- Matemática? E no lugar de estudar estava andando com aquele pessoal. – Falei puxando de uma caixa o meu livro de matemática do ano passado.

- Pra que estudar se a minha irmã mais velha é a gênia dos cálculos? – Ele falou com um sorriso.

- I-Irmã? – Perguntei surpresa.

- Achei que o termo melhor amiga não se encaixa no nosso relacionamento, você literalmente me puxou pela orelha quando me viu com um cigarro. – Ele falou como se fosse óbvio.

- Tá bom pirralho, agora com a cara no livro vamos e além do mais, odeio cigarro, fazem mal a saúde e prejudicam até quem está ao seu lado, ouviu Toshi? – Perguntei o encarando.

- Ei Tsu, você também me deu um apelido. – Ele disse em um sorriso, depois disso eu fiz ele estudar até decorar cada fórmula daquele livro.

No dia seguinte, esperei Toshi na saída da escola.

- TSU! ADIVINHA! – Ele falou animado. – TIREI A NOTA MÁXIMA!

- Parabéns pirralho, fico feliz. – Então ele me abraçou. Eu já tinha Sayuri mas ela sempre foi mais independente, quase não me chamava pra conversar e ficava na dela, com Toshi eu me senti pela primeira vez, sendo responsável por alguém.

Nunca vi a mãe dele, Toshi não tinha irmãos então na maioria das vezes, era só eu e ele.

*FLASHBACK OFF*

Acordo dos meus desvaneios com uma ligação de número desconhecido.

- Sanguinária, essa noite o espetáculo vai começar, esteja preparada. – Era uma voz modificada, em segundos levantei da cama, em uma hora cairia a noite.