Depois desse dia, eu acabei ficando mais distante da Patrícia... Acabava saindo muito com o pessoal da gangue principalmente durante a noite que era o único horário livre que ela tinha, então geralmente eu só dava uma passada lá pra ver as crianças enquanto a Miyazaki ainda tava na escola, eu passei dias sem olhar naquele rostinho lindo e ela nem se preocupou em tentar falar comigo, isso me deixou puto e com um pouco de ciúmes depois que o Nicolas me mandou ficar atento... O neto de uma das vizinhas tinha trago a Patrícia pra casa uma noite dessas.
Antes de me julgar, uma integrante nova entrou na gangue do jeito mais maluco possível... Entenda isso como : "ela invadiu uma reunião cantando pneu, a moto dela era linda e Mikey deixou ela entrar por isso depois do Baji levar um soco na cara que deixou ele tonto".
Então a coisa tá bem bagunçada principalmente na cabeça do Mikey, ele é um irmão pra mim e ele tá quase entrando em parafuso depois de saber que o Kazutora saiu do reformatório depois desse tempo... A gente quase foi pra matar esse cara de porrada a uns dois dias, sorte que o Baji chamou a gente de volta pra terra, isso é muito irônico.
Aproveitando que o Mikey pegou uma gripe fudida depois de ter tomado uma porrada de chuva nos cornos, bem feito porque eu falei pra não ir, eu aproveitei pra ir atrás de buscar a Patti na escola... Só pra ver um maluco esperando ela de bicicleta na entrada, eu não queria ter reconhecido... Eu juro por Deus que não queria, mas eu reconheci Shuji Hamna levando a Patrícia pra casa em uma bicicleta...
Eu tô com um ódio... Puta que pariu.
Me aproximo antes de ela chegar perto pra subir na bike.
— Ei, vim te buscar — Digo de cara feia, eu tava pronto pra dar uns três socos na cara só Hamna e quebrar aquela bicicleta nas costas dele, a minha expressão tava bem transparente a respeito disso.
Eu só olhei pra patrícia depois, ela estava com os braços cruzados e... Uma cara que o capeta fica com medo, como eu tô um ninguém a baixo... Eu tremi na base.
— Shuji, valeu por vir aqui — Ela diz com seu sorrisinho todo simpático, eu derreteria e o puto do Hamna ficou todo se achando — mas o meu namorado veio me buscar e... Sabe como é
A minha garota da uma risadinha e é acompanhada por aquele salafrário, como uma piada interna super engraçada.
— Vambora, tá tarde — Digo impaciente, seguro o pulso de Patrícia e vou puxando ela pra sua casa, sem nem olhar em sua cara, arrastando ela pelas ruas mau iluminadas dos arredores da escola.
Eu não sou assim normalmente, mas eu tô fervendo de ódio pelo o que eu acabei de ver! É a minha namorada com um cara que eu simplesmente detesto! Eu não flagrei nada mas eu conheço o caráter daquele merda!
— vai tomar no cu, me larga seu merda do caralho — Eu tomo um pisão no pé e uma cotovelada na costela, que resultou na minha mão largando o pulso dela no ato, foi surpreendente — que porra foi essa de me puxar pelo braço? Eu já deixei fazer uma coisa dessas? Você tá maluco? Tá bêbado?
Ela grita comigo no meio da rua, empurrando meu peito e tudo mais... Acho que nem um homem me encarou daquele jeito, a veia saltada na testa dela não mentia no puro ódio que movia aquela garota agora.
— Fala baixo, a gente resolve isso quando a gente chegar em casa — Digo sério, ninguém faz escândalo assim no meio da rua, isso é maluquice... Eu sei que eu não deveria ter feito mas gritar comigo assim.
Ela olha nos meus olhos e ergue seu pulso, eu mesmo me assustei, estava vermelho e a marca dos meus dedos estava ali... Puta merda, aquilo ali me quebrou na hora... Eu não queria machucar ela, eu nunca nem pensei nisso!
— Você tava a ponto de me machucar, cara! — ela estava com a respiração inconstante, eu fiquei com pena... Depois do que ela passou com o pai, eu devo ter ficado assustador pra ela — Eu gosto de você, não faz uma porra dessas
Eu não estava conseguindo, mas tomei coragem pra olhar nos olhos dela e... Estavam brilhando de tantas lágrimas que estavam ali, passei meus braços ao redor dela e a abracei com carinho.
— Me perdoa, por favor... Eu juro... Eu juro mesmo que não faço isso nunca mais —Sussurrei com os olhos fechados enquanto tinha ela em meus braços, eu nunca pensei em machucar ela, foi completamente sem querer mas isso já foi uma quebra o suficiente pra mim.
— Ken, eu acredito em você... Mas por favor, não pensa em fazer isso de novo se não eu te mato — Ela Sussurra de um jeito tão tranquilo que era fácil de acreditar que ela seria capaz.
Olhei nos olhos dela e acaricio seu rosto, dando um beijinho em sua testa.
— Eu juro, eu vou casar com você e isso nunca mais vai acontecer — isso estava marcado a ferro em mim, olha pra minha garota! É a mulher mais honesta do mundo e eu simplesmente achei o que? Que ela tava me traindo? Porra, é o cúmulo da burrice ou sei lá... Sempre achei esses caras que batem em mulher uns puta otarios, eu cheguei perto de ser assim.
— Então eu acredito — Ela se estica um pouco e eu me abaixo levemente só pra colar nossos lábios em um beijo calmo mas os lábios da Miyazaki ainda estavam meio trêmulos contra os meus.
Depois disso, fomos caminhando de mãos dadas bem tranquilamente até a casa da Patti, ela me olhou dos pés a cabeça antes de me deitar passar pela soleira da porta.
— chegamos, crianças — Patrícia diz em português, foi bem engraçado ter entendido isso, as palavras em português são parecidas com o francês quando ela fala.
A minha garota prende seus cabelos e vai fazer sua ronda pela casa antes de voltar até mim que estava me sentindo em casa na sala.
— Vai dormir aqui? — minha namorada perguntou com os braços cruzados, se colocando na minha frente.
— De preferência no mesmo quarto que você — Bocejo e me inclino em sua direção, encostando minha testa em sua barriga, dando um beijo ali... Eu to fantasiando com o nosso futuro a tempos, eu quero ser alguém na vida só pra casar com ela e termos filhos lindos.
— Nem fudendo — ela empurra a minha testa com o dedo indicador, geralmente ela é mais gentil mas... Acho que o bom humor dela se foi depois do que eu fiz.
— Tá bom — Reviro meus olhos, mesmo sabendo que mereci, surpreso por ela me deixar ficar aqui ainda — o quarto de hóspedes é todo meu.
Sorrio levemente abraço a cintura da garota na minha frente, os pestinhas parecem ter ido dormir mais cedo, um verdadeiro milagre... Que eu descobriria depois de se tratar de um passeio escolar.
Depois de ir dormir, fiquei horas com os olhos vidrados no teto, pensando sobre tudo e morrendo de raiva de mim mesmo por ter acabado com o clima dessa noite e perdido completamente a razão.
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A Dama e o Dragão - Ken Ryuguji ( Draken)
FanfictionSerá que alguém é capaz de adentrar no feroz coração do dragão da Toman? Acho que não, mas é algo que é necessário testar... Talvez alguns doces ajudem.