Shuji Hanma É O Pior

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— Calma... Eu vim em missão de paz essa noite.
A voz desse merda era geralmente arrastada e grudenta que nem chiclete quente, mas hoje parecia normal. Menos drogada.

— Foda-se.
Tento ficar de pé mas a dor no meu abdômen parece deixar minha cabeça prestes a explodir.

— Uau — ele ri e se senta bem do meu lado, esse filho da puta tá testando o limite da imortalidade dele? — noite ruim?

Ele deixa a garrafa ao meu lado... É refrigerante. Eu jurava que ele estava bebendo.

— Foi mal decepcionar, eu tô cuidando da minha vó, ela não me deixa beber quando tô aqui.
Ele dá uma risadinha depois de ter quase lido meus pensamentos.

Era uma merda, mas eu nunca tinha pensado que o Hanma se importava ou cuidava de alguém, mesmo que a Patrícia tivesse me dito algumas vezes... Eu simplesmente não acredito nesse zumbi de merda.

— Ok.
Abro a garrafa e bebo o líquido cheio de gás, extremamente gelado... Da até um alívio.

— Sobre a sua noite ruim...?
Ele realmente espera eu completar enquanto bebia um gole de refrigerante.

E eu realmente respondi?

— Eu descobri quem são os meus pais

— Detalhe importante da vida.

— Você sabe dos seus?

— Não.

Deixamos risadas derrotadas escaparem, eu apoio minha testa nos joelhos e Hanma apoia a parte de cima da cabeça na parede.

— Faz quanto tempo que você conhece a Patrícia?
Eu tinha que matar essa curiosidade!

— Ah... A gente era pirralho, ela ajudou a velha com as sacolas de compras e depois eu vi ela roubando a carteira de um cara. — Ele ri, fazendo eu me preocupar de verdade com as coisas acontecendo na vida dela.

— Ela nunca me contou um negocio desses! — passo minhas mãos nos cabelos, desfazendo a trança que estava potencializando a merda da minha dor de cabeça.

— Não é o tipo de coisa que as pessoas se orgulham de fazer — ele faz um barulho como se estivesse coçando a garganta e em seguida inspira fundo — o cigarro tá acabando comigo

Ele resmunga como se fosse algo que ele está acostumado a dizer.

— Esse é um ditado coreano — viro meu rosto pra ele, eu sei disso por causa da Mako, ela gosta muito de estudar outras línguas. Ela é uma menina muito esperta.

Sobre esse caralho de ditado coreano aí é comum entre os mais velhos fumantes quando eles tossem ou algo do tipo, é meio que "pondo a culpa no cigarro" e não numa doença contagiosa.

— Minha vó fala isso — ele dá de ombros, como se nunca tivesse se ligado nisso.

— Tá explicado porque você fuma tanto, chaminé do inferno

Balanço minha mão

— Claro, seu pé de cana

Ele pega um isqueiro e saca um maço de cigarro.

— Eu nem sou de beber desse jeito!

Falo meio ofendido.

— Não mais né — ele estava com a voz meio contida por estar prendendo o cigarro entre os lábios — por que antes só chegavam as histórias.

— Cala a boca
Reviro meus olhos

— Vem calar, filho da puta
Ele me mostra o dedo do meio das mãos tatuadas.

— Você sabe que isso pra mim não é ofensa né...
Digo com simplicidade... Eu sempre tive vontade de dizer isso pra quem me xingava.

— É verdade né — ele acaba rindo e se joga deitado na grama.

— Eu ia adorar que você tivesse caído na bosta de cachorro.

— esqueceu de quem é o quintal, seu merda?

Ele falou isso até bem sabiamente, a Patrícia nunca deixaria nenhuma porcaria aqui... E eles nem tem cachorro.

— Continuando no negócio da Patrícia... Dá um desconto pra sua cabeça sobre ela, você mesmo sabe como a vida pode ser difícil quando se tem que sobreviver

Uma nuvem de fumaça saiu pareceladamente enquanto ele falava.

— Eu só queria que ela tivesse contado pra mim sobre coisas ruins que já fez. Eu não ia julgar

Era só essa merda que ainda se passava na minha cabeça. Que porra!

— Ela não tinha certeza, você nunca matou ninguém, Draken-kun

Hanma se levanta rindo.

— Eu tô indo. A minha vó precisa ir dormir cedo, amanhã a gente tem que ir na feira.

Eu nunca pensei que ia ouvir um cara como ele falando dessas coisas. Aquele vagabundo deixou o quintal e me deixou sozinho... Que ideia.

Eu queria gritar, queria me rasgar inteiro! Eu não tinha o que fazer! Não podia ajudar em nada! A Patrícia está do outro lado do planeta, as crianças sumiram e todos que eu conheço não podem ajudar. Me dava vontade de arrancar a minha própria pele!

Enquanto eu dava esse ataque de pelanca silencioso, ouvi umas motos chegando e duas pessoas descendo.

— Não tem ninguém aqui, Takara! — essa é a voz do Takemichy!

— Porra, e ela não atende o telefone, que merda! — É a Blue... O que eles estão fazendo!?

Ouvi o barulho de discagem e a secretária eletrônica falando que o número não estava disponível no momento.

— Continua tentando — O Takemichi estava andando de um lado pro outro, me fazendo continuar abaixado pra ouvir isso direito.

— Jura? Como se eu tivesse mais o que fazer — ela parecia meio puta — acho melhor você voltar pra tentar descobrir onde as crianças estão, é o único jeito de impedir essa merda.

Foi nessa hora que eu consegui um lugar para olhar sem ser visto, vi Blue esticando a mão pra Takemichi que segura, ele cambaleou rápido e levantou com um olhar esquisito que ele tem as vezes.

— O que a gente tá fazendo aqui, gata? — É... A atitude mudou também.

— Nada, vambora — Blue da um chute na canela dele, por um instante senti que ela olhou bem na minha cara.

Eles foram embora tão barulhentos quanto chegaram.

Eu me levantei, achando aquilo bizarro pra caralho. Como assim voltar? Voltar pra onde porra? Como ele vai descobrir alguma coisa?

Se bem que... O Takemichi tem pré tem uma intuição boa de um jeito esquisito mesmo mas, a Blue saber disso não é a coisa mais comum do mundo. A menos que o Mike tenha falado alguma coisa.

Eu preciso fazer alguma coisa.

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OIOI GENTE.

Desculpa... Eu juro que não queria sumir, talvez muitos de vocês nem tenham esperança de ver essa história continuar mais.
Mas eu tenho uma justificativa pra esse sumiço, ela não é boa, mas é a que eu tenho.
Eu percebi enquanto tava escrevendo que o meu tipo de literatura tinha mudado muito e que esse estilo também não era muito legal. Eu sempre escrevi o que eu gostava de ler e, sinceramente, eu não tava gostando. Por isso eu parei tudo e comecei a me colocar mais no meu ensino médio e estudar.
Mas sabe como é quem cria cenários demais na cabeça né? Eu  não me aguento e se não coloco isso no "papel" acaba me consumindo. Até por isso que voltei com as fanfics de outros assuntos, era mais pra dar uma aquecida e terminar as histórias queridas que eu comecei e talvez até trabalhar numa reescrita das já terminadas.

Enfim, não sei quem terminou de ler isso, mas eu espero conseguir finalizar essa história também 💕

Obrigada.










A Dama e o Dragão - Ken Ryuguji ( Draken) Onde histórias criam vida. Descubra agora