"Conhece-te a ti mesmo" - Tempo de Apolo
O amor de verão é uma coisa clássica. E que todos, se não quiseram, já tiveram. E na maioria das vezes tudo se passa em um sonho na nossa cabeça. Mas e se um menino realmente se apaixonasse por outro duran...
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Naquela manhã, Nico acordou se sentindo estranho. Estava com uma terrível sensação de frio e vazio. Ele esticou as mãos, apalpando a cama e, ao se deparar apenas com lençóis amontoados, levou um instante para se dar conta que não deveria estar sozinho.
Ele mexeu as pernas para se virar e finalmente bateu em alguma coisa sólida. Abrindo minimamente os olhos ardidos de sono, ele viu uma figura sentada na cama, com os cabelos em um halo dourado do Sol que estava passando pela janela. Deviam ter esquecido de puxar as cortinas antes de dormir. Estavam muito entretidos para lembrarem delas. Will estava um pouco curvado, como se mexesse em algo. Através dos lençóis brancos, Nico conseguia perceber um reflexo de luz azul. Ele devia estar mexendo no celular.
-O que você está fazendo?
Will virou o rosto para o lado e sorriu.
-Falando com a Lindsay. Ela disse que minha mãe saiu de casa, caso eu quisesse voltar e fingir que estive lá desde ontem.
Nico gemeu em frustração e sacudiu as pernas de novo. Uma mão pousou na sua panturrilha direita, fazendo-o parar.
-Ainda é tão cedo. -Nico reclamou. -É de manhã. Veja, o Sol nem se ergueu todo. E você já quer ir embora?
Will riu e se deitou novamente ao lado dele. Dessa vez, Nico fez o que queria ter feito ao acordar, se enrolou nele como se Will fosse seu novo cobertor. Com o rosto afundado no peito dele, as pernas entrelaçadas e os braços dele ao seu redor. Will só o aceitou no abraço, apertando-o sem intenção de o soltar também.
-Eu não me lembro de você ser tão grudento assim comigo. -Will disse contra os cabelos dele.
Nico se afastou um pouco para poder vê-lo.
-Eu não sou grudento. Só quero que você não vá embora ainda.
Will riu, porque era mentira. Nico estava grudado a ele desde o dia anterior. Não era uma coisa ruim. Para quem normalmente era um pouco distante, ver Nico agindo confortavelmente quando estavam sozinhos deixava Will querendo derreter em corações vermelhos.
Nico não se agarrava daquele jeito a ele em público. Não o olhava nos olhos mais do que um segundo quando tinha gente por perto, nem mesmo seus amigos. Nico nunca teria pegado uma camisa sua, como tinha feito no outro dia e a usado para lá e para cá mesmo ela sendo dois números maior que ele.
Por sinal, ele ainda estava com sua camisa, que era totalmente diferente de qualquer coisa que Nico teria no guarda-roupa. Era uma camiseta amarela clara com pontinhos de um amarelo mais escuro em formato de Sol. Mas ele a estava usando esplendidamente.
-Você quer ir pra casa? -Nico perguntou, emburrado.
