Respire

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  -Aqui estão. -disse Nico, pousando na cama uma pilha de roupas e uma escova de dentes. -Falei com Perséfone e ela disse que só voltarão perto das seis.

-Ótimo.

Will estava sentado à escrivaninha de Nico, olhando o que tinha dentro do estojo que ele mantinha na mesa.
-Por que você usa um marca texto cinza? -perguntou, erguendo a caneta. -Marca texto não é para destacar alguma coisa?
-E ele destaca, só não é colorido.
-Qual o problema com coisas coloridas?
Nico caminhou até a parte de trás da cadeira e envolveu os ombros de Will com os braços.
-Cores fortes me incomodam.
-O Sol também?
-Uhum. Como sabe?
Will sorriu, orgulhoso da sua observação.
-Quando estamos muito expostos no Sol você olha para baixo ou aperta os olhos.
-Meus olhos são sensíveis.
Will olhou para trás a fim de vê-lo, quando seus olhos se encontraram ele sorriu.
-Não parecem. É por isso que você olha feio para todo mundo?
Nico franziu a testa.
-Eu não olho feio para todo mundo.
-As vezes olha.
  Nico pensou um pouco e deu de ombros.
-Já olhei para você assim? -ele perguntou.
  -Já, mas eu não me incomodo. Eu acho bonitinho.
   Não tinha como Nico lidar com isso. Se Will conseguisse passar um dia sem elogia-lo seria um marco histórico.
  Nico se abaixou até a orelha dele e deu uma mordidinha.
  -Que bom que acha isso. Agora, vá tirar essa maresia do corpo.
-Sabe, eu estava pensando, -disse Will, se levantando. -Não tem problema a Hazel saber, não é?
Nico ergueu uma sobrancelha.
-Não?
-Ah, esqueci de te contar. -Will cruzou o quarto e pegou a pilha de roupas. -Eu... vou contar aos meus amigos amanhã.
Com isso ele saiu do quarto, sem deixar tempo de Nico responder. Nico também não foi atrás dele. Ficou parado no meio do quarto, olhando para a porta, processando a eventual evolução de Will. Sabia que a conversa com a tia tinha feito alguma coisa ali dentro, mas não sabia o quanto. E pelo visto, havia sido bastante.
Nico se sentou na cama e esperou. Esperou impacientemente olhando o celular e xingando todos as fotos bonitas no seu Instagram de pessoas alegres na praia.
Por que Will iria querer ele tendo aquelas pessoas no mundo?
Sabia que estava sendo um pouco ridículo. Se Will estava disposto a se assumir para os amigos e para boa parte da família, deveria significar que ele realmente gostava dele. O que não entrava na cabeça de Nico era o porquê da escolha. Não era como se todos os dias as pessoas batessem os olhos nele e decidissem que ele seria a pessoa. Normalmente as pessoas se afastavam.
Talvez fosse porque "olhava feio" para elas.
Nico riu sozinho. Talvez fosse mesmo isso.
Ou talvez ele passasse uma sensação desconfortável. Só que Will aparentemente era imune a isso, ou muito insistente.
Nico estava girando o celular nas mãos quando Will retornou. Os cabelos estavam molhados, formando cachos de umidade. Vestia uma das calças de moletom de Nico que ficavam na metade dos seus tornozelos, e... estava sem camisa.
-Sua camisa fica curta em mim. -ele explicou, jogando a camisa na cara de Nico. -E pare de me olhar assim.
-Assim como? -Nico perguntou, sem conseguir manter os olhos no rosto dele por muito tempo.
Will riu e sentou na frente dele.
-Meu rosto é aqui. -ele disse, erguendo o rosto de Nico pelo queixo.
-Eu sei, é lindo, mas... isso aqui é bem interessante.
-Você me deu uma camisa pequena de propósito?
Nico sorriu. Não havia feito isso, mas estava feliz por ter sido assim.
-Eu não seria tão esperto. Mas estou um pouco decepcionado, -ele disse, com um longo suspiro. -Eu estava sinceramente com a esperança que você viesse se vestir aqui, não no banheiro.
  Will riu e o beijou.
  -Outro dia.
  Nico ergueu as sobrancelhas. E então lembrou do que Will dissera antes de sair do quarto.
  -Vai mesmo contar a eles?
  -Vou. -Will cruzou as pernas sobre a cama e ficou de frente para Nico. -Acho que estou sendo só um... medroso, não contando a eles.
-Você não é nem um pouco medroso na minha opinião.
-Eu sou bastante.
Will se virou e deitou a cabeça sobre as pernas de Nico.
-Um medroso não faria o que você fez na varanda. -disse Nico, olhando-o de cima e delineando o rosto de Will com as pontas dos dedos. -Não teria me beijado. Nem pedido para me ver no outro dia.
Will riu. Eram boas lembranças, tão boas que pareciam até irreais.
-Você quem me beijou. -retrucou Will, então parou e refletiu um instante. -Quando você soube que gostava de mim?
Nico se surpreendeu com a pergunta. Ele não era muito de pensar nisso.
-Acho que... não sei. Quando você salvou a Hazel, talvez.
-Então se tivesse sido o Jake...
Nico riu.
-Não, eu não teria gostado dele assim. Eu te assisti por alguns dias até entender que eu gostava de você.
-Mesmo depois da varanda?
-Nesse dia nós não exatamente conversamos, não é mesmo?
Will fez que sim e pegou a mão dele, apoiando-a no seu peito enquanto tocava seus dedos.
-Eu sempre gostei de você. -ele declarou, fazendo Nico rir. -Desde o momento que eu te vi.
-Não acredito nisso.
-É verdade. A pura verdade.
  -Então você me achou bonito e pronto?
  Will abriu a boca e a fechou novamente.
  -Não desse jeito. Claro, você é bonito. -ele respondeu, ainda pensando. -Mas eu gostei de como você... é.
  Nico franziu a testa.
  -O que quer dizer?
  -Eu não sei. Sabe quando você bate o olho em alguém e pensa... "eu nunca mais vou ser o mesmo"?
  Will ergueu os olhos para Nico, vendo-o ligeiramente perplexo. Will esticou a mão e tocou o cabelo dele que flutuava para frente do rosto.
  -Amor à primeira vista? -Will sugeriu novamente, tentando mudar a expressão de Nico. -Foi de mais? Eu não estou exagerando. Talvez eu só sinta mais do que o esperado.
  Nico se inclinou e cobriu a boca dele com a mão.
  -Pare de falar. -sussurrou. -Você não para de se superar e isso está me assustando.
  Will franziu a testa, confuso.
  -Não sei como as coisas funcionaram para você até agora. -Nico continuou. -Mas para a maioria de nós... sentimentos não são tão simples assim.
  Will tocou a mão dele e a afastou suavemente da boca.
  -Mas deveriam ser simples.
  -Mas não são. Você parece saber cada passo que o seu coração dá.
  Will riu e beijou a mão de Nico que ainda se encontrava próxima a sua boca.
  -Eu só me apaixonei por uma pessoa na minha vida, o que você esperava? Sabe por quanto tempo eu vi todo mundo ao meu redor suspirando de amor e não tendo ideia de como era sentir isso? Eu quero viver a experiência completa. Então eu vou lembrar de cada diferença que você fizer no meu coração. Entendeu?
  -Você é bom de memória?
  -Acredito que sim.
  Nico riu.
  -Então qual foi a primeira coisa que sentiu quando me viu?
  Will pareceu surpreso, então em dúvida, e por fim suspirou.
  -Medo.
  Isso era inesperado. Nico não estava esperando esse sentimento.
  -Medo? -ecoou.
  -É. -Will sorriu e o encarou por um instante mais longo. -Você era uma ameaça muito grande para tudo que eu tinha construído em mim. Eu queria e não queria que você virasse tudo de cabeça para baixo.
  Nico riu. Will era um dos seres humanos mais inesperados que ele conhecia. Ele havia surgido do nada, com olhares escondidos, sorrisos nervosos e o rosto vermelho. Nico havia achado no começo que ele era apenas tímido, mas vendo-o com os outros, inclusive com as pessoas que ele igualmente havia acabado de conhecer, percebera que aquele nervosismo só acontecia ao seu redor. E quando Lindsay o contou que, entre eles, alguém estava interessado, Nico secretamente desejou que fosse ele.
  Quem não desejaria? Nico via os olhares das pessoas quando ele passava. Ele era muito simpático com todos, sorria para todos, respondia a todos e parecia ser a pessoa mais relaxada do mundo. Vendo-o agora, pelos olhos da verdade, Nico sabia que nem tudo isso era verdade. Will, assim como ele, assim como a maioria das pessoas, também era quebrado. Tinha seus defeitos, suas qualidades, e sabia se esconder sob uma fachada bonita e decorada.
  -Percebi que gostava de você quando te encontrei sozinho no pátio, na verdade.  -Nico respondeu, para devolver a sinceridade de Will. -Foi a primeira vez que eu te vi de verdade. Sem estar perto dos seus amigos.
   Will sorriu, satisfeito.
  -Aquela noite foi... assustadora. Eu não sabia oque dizer, o que fazer, eu te olhava e você já estava me olhando, eu estava encurralado.
  -Pelo menos serviu de alguma coisa, não foi? Quando você me deu um fora...
  Will revirou os olhos.
  -Não foi um fora.
  -Não? Eu devo ter entendido errado então.
  Will se sentou, virou e puxou Nico para si, reclinando para trás até que ele estivesse deitado e Nico estivesse sobre ele na cama.
  -Você está muito engraçadinho. -Will o puxou para perto, encarando os olhos assustados de Nico pelo movimento repentino.
  Nico piscou, percebendo que Will havia feito que ele se sentasse montado nele.
  -Ah, é. -Will disse, passando as mãos nas laterais de Nico suavemente. -Você estava desse mesmo jeito na noite no carro.
As mãos continuaram deslizando, da cintura para os quadris, para as coxas. O toque, a medida que descia pelo seu corpo, era o suficiente para fazer Nico segurar um arfar.
  Will sorriu, e Nico viu as bochechas dele colorindo.
  -Tem algum problema eu te tocar assim?
  -Hum-hum. -Nico murmurou, incapaz de produzir palavras enquanto Will arrastava as unhas suavemente na parte externa das suas pernas.
  -Hum-hum. -Will imitou.
Nico sabia onde as coisas eventualmente levariam, mas... estaria na hora de tentar avançar as coisas? Bem, quem estava começando era Will. Nico conhecia seu limite muito bem, Will quem estava testando o dele.
  -Um instante. -Nico sussurrou, segurando os pulsos dele para que parasse a carícia. -A porta. - levantou e fechou a porta com a chave. -Só por precaução. -então voltou para a mesma posição, sentando-se com um pouco mais de intensidade, para testar a sensibilidade de Will. Como esperado, Will arfou suavemente, tentando não fazê-lo perceber a perturbação. -Tudo bem?
  -Perfeito. -Will respondeu, piscando repetidamente. -Você...
  Nico se inclinou sobre ele, apoiando todo o peso do corpo nos quadris, fazendo pressão onde Will estava mais vulnerável.
  Will soltou um gemido e agarrou as pernas de Nico com as duas mãos, como se ao mesmo tempo que quisesse pará-lo também sentisse a vontade de deixá-lo lá.
-O que você pretende fazer? -Nico perguntou, inclinando-se até o ponto de chegar perto do rosto dele. Will tentou morder seus lábios rapidamente, mas Nico recuou apenas o suficiente e bateu com os dedos no queixo dele indicando-o que erguesse a cabeça, expondo a pele delicada do pescoço. Nico apoiou-se na cama com as mãos e traçou uma linha com a língua do centro da clavícula até pouco abaixo do queixo de Will.
  -Você parece ter alguma ideia do que fazer. -Will murmurou.
  Nico riu, roçando os dentes no pomo de Adão. Will, alarmado, outra vez segurou com força suas pernas.
  -Se continuar assim, eu vou ficar roxo. -Nico sussurrou, começando a se movimentar sobre Will, mexendo os quadris lentamente. -Você tem razão, eu tenho algumas ideias, mas a decisão delas é sua.
  Will baixou o rosto e o encarou.
  -O que você quer fazer? -Will perguntou.
  -Coisas que eu acho que você iria gostar. -para pontuar sua ideia, Nico juntou as pernas, prendendo-o mais e sentou-se sinuosamente sobre ele.
Dessa vez, Will não tentou o impedir, deixou as mãos pousarem nas pernas dele. Nico voltou a se curvar sobre ele, tomando seus lábios em um beijo mais violento do que qualquer um anteriormente. Will correspondeu com entusiasmo. Seu coração batia acelerado e o corpo, a cada toque, eletrizava. Will já estava sem camisa, o que facilitava as coisas por ele estar sob Nico. Para ficar justo, Nico puxou a própria camisa pela cabeça e a jogou ao lado da cama.
  Nico esperou. Observando Will, dando-o a chance de desistir, demonstrar alguma reação negativa. Sob ele, Will piscou os olhos azuis para ele, também esperando alguma coisa.
  -Você quer continuar? -Nico perguntou.
  Will assentiu. Seus olhos estavam abertos, mas de uma forma pesada. Os lábios entreabertos tinham um tom de vermelho febril, assim como as bochechas e a base do pescoço. Nico suspeitava nunca te-lo visto tão lindo. De quatro, Nico desceu pelo torso de Will com beijos e mordidas, vendo a pele arrepiar de forma violenta. Quando passou a língua entre a barra da calça e a pele, Nico sentiu que Will estremecia e se controlava muito contra um instinto que ele ainda não conhecia. Apenas para perturba-lo um pouco, Nico o tocou por cima do tecido. Will retesou o corpo, e ele soube que talvez estivesse na hora.
  -Você espera um instante aqui. -Nico sussurrou para Will.
  -Como? -Will arfou.
  -Não vai demorar muito, só espere.
  Nico levantou e saiu do quarto. Will ficou lá, paralisado, se dando conta do que aconteceria em seguida. Ou do que não aconteceria. Ele só conseguia supor oque aconteceria.
  Quando Nico voltou para o quarto, Will se encontrava cheio de expectativas... e de mais algumas vontades. Nico trazia algumas coisas nas mãos.
Will não podia dizer com certeza o que eram, não tinha pesquisado como Lindsay havia sugerido, nem perguntando ao irmão, o que não era nem de longe uma opção. Novamente, ele só podia supor coisas.
Então ele ouviu uma risada. Ele olhou para o lado e viu Nico voltando para ele enquanto ria.
-Qual o problema? -Will perguntou.
-Nenhum, -Nico passou uma perna por cima dele e se sentou. -Você estava encarando o teto, só estava pensando no que você estava pensando.
-Estava pensando no que você foi fazer lá fora.
Nico fingiu não ouvir por um instante, deslisando a mão para dentro das calças de Will.
-Só fui pegar algumas coisas.
-Que coisas?
Nico evitou responder o tocando, passando a mão ao redor do seu membro enquanto o polegar acariciava a glande suavemente. Will esquecera imediatamente a habilidade de pôr sentido em palavras.
Nico sentia com a própria pele que o sangue que corria pelas veias de Will estava quente e agitado, pulsando e implorando por algo a mais. Nico não negaria aquilo. Assim que parou de toca-lo, Will soltou um som baixinho de angústia. Mas era preciso. Nico puxou as calças dele até que elas saíssem por completo e a jogou no mesmo canto em que sua camisa havia caído mais cedo. E então lá estava ele. Completamente nu na sua cama. No seu quarto. Na sua frente. Especificamente, sob ele.
-Eu ainda posso fazer o que eu quiser?
  Will riu, seria difícil um dia negá-lo alguma coisa.
  -Claro que pode.
  Will se sentia um objeto em exposição, mas gostava de quem estava o admirando. Apesar dos seus pensamentos estarem cheios de contradições, havia um que sobressaia a todos. Ele queria muito Nico. Tanto que não havia precisado muito para que ele estivesse quase perdendo a cabeça.
  Surpreso, Will ouviu o som de plástico sendo rasgado, quando olhou para baixo, viu Nico, habilidosamente, colocá-lo em uma camisinha. Will não sabia se devia começar a pensar muito sobre isso, talvez fosse melhor não.
  Com as mãos escorregadias e úmidas, Nico voltou a tocá-lo. Will baixou o rosto novamente e assistiu as mãos dele deslizando por sua extensão, deixando uma camada brilhosa. Não era necessário mais de um neurônio para saber a necessidade daquilo.
  Então aquilo estava mesmo acontecendo. Aquilo ia acontecer.
  Por algum motivo, saber da sua iminente situação, deixo-o mais excitado e estava começando a doer.
  -Alguém já morreu por causa de expectativas que quase nunca chegavam? -ele deixou escapar um suspiro, pondo as mãos no rosto e soltando uma respiração profunda.
Nico soltou uma risada.
  -Imagino que não por expectativas sexuais. Um instante, meu bem.
  Will sentiu o sorriso na voz de Nico. Nico novamente saiu de cima dele, mas voltou tão rápido que Will tirou as mãos do rosto para saber o que ele tinha feito. Claro, soube antes do que viu. O contado de pele com pele certamente era uma das coisas mais chocantes que alguém poderia sentir.  Nico estava sobre ele, sem roupa nenhuma, assim como ele. Will levou as mãos pelas coxas dele até os quadris, sentindo-o se remexer um pouco.
  -Como se sente? -Nico perguntou, inclinando-se.
  -No momento, parece quê eu vou explodir em mil pedaços. -Will respondeu, com os lábios tocando os dele.
  -Hum.
  Nico o beijou, apoiando-se com um braço enquanto o outro se encarregou de levar Will a sua entrada e introduzi-lo.
  Nico suspeitava que nunca esqueceria da forma como Will gemeu na sua boca. Nem como as mãos dele apertaram firmemente seus quadris, empurrando-se mais para dentro. Nico não se importou em tentar pará-lo. Deixou Will se afundar nele, escapando um gemido sôfrego, que fez Will ficar tenso.
  -Tudo bem? -ele perguntou, com as bochechas vermelhas da cor de tomates.
  Nico sorriu para tranquiliza-lo.
  -Perfeitamente bem.
  Sentando-se com as costas eretas e apoiado nos joelhos, Nico começou a suavemente remexer-se sobre ele, para frente e para trás, rápido e devagar. As mãos de Will agarravam com força seus quadris, prendendo-o ali. Nico suspeitava que mais tarde apareceriam as marcas dos dedos dele por todo seu corpo. E essa era uma ideia excitante.
Sabendo que podiam fazer barulho, Will não pode evitar de deixar escapar gemidos. Gemidos profundos que, junto ao movimento e ao calor do seu corpo, abalavam as estruturas de Nico. Com as mãos apoiadas no peito dele, Nico conseguia senti-lo vibrando a cada som, como se saísse de algum lugar muito profundamente.
Nico estava perdido nos próprios sentidos quando Will ergueu uma das mãos e a deslizou por todo seu corpo até chegar ao pescoço, onde parou e segurou. Com os dedos apertando de forma moderada, Nico sentiu que estava parcialmente preso, e para completar, Will passou um dos braços ao redor dele e se sentou. Prendendo-o completamente a si mesmo. Nico não lembrava de ter sido imobilizado por ninguém antes, e vindo de Will, a atitude era surpreendente.
Nico ficou parado, encarando aqueles olhos que pareciam chamas azuis que iriam o consumir por inteiro, o corpo colado ao de Will, preso sob suas mãos, enquanto ele empurrava-o ao mesmo tempo que o prendia sobre ele. Nico precisou se segurar nele quando sentiu que, após se afastar um pouco, Will voltara com força e, naquela posição, ele conseguia chegar mais longe. Nico quis mordê-lo para aliviar, mas estava bem seguro pela mão no seu pescoço e o braço que estreitava sua coluna. Ainda assim, seu corpo involuntariamente se curvou procurando por mais, as unhas arranhavam os ombros de Will. Respirar pelo nariz e com calma era muito difícil, tentar não se entregar por inteiro também não era uma opção. Não tinha percebido quando Will deixara de ser o seu brinquedinho e ele virara o dele.
Suavemente, Will deixou o pescoço dele e deslizou as mãos pelas suas costas, uma das mãos se espalmou em uma das suas nádegas, enquanto a outra seguiu mais à frente e segurou seu membro em uma palma quente e cuidadosa.
Como Will dissera antes, Nico também sentia que podia explodir em mil pedaços. Ele não conseguia pensar direito no que podiam fazer, no que mais poderiam fazer, já se encontravam no piloto automático, seu cérebro estava inteiramente focado em Will.
Will também não sabia muito bem como proceder diferente sem a ajuda do seu cérebro sexualmente autodidata. Quando prendera Nico mais cedo, só havia percebido quando já estava o prendendo, não havia nem maquinado aquilo, contudo, Nico parecia ter gostado. Não sabia o que fazer, mas certamente estava indo pelo caminho certo.
A cama em que estavam era estreita, mas Will conseguiu fazer com que eles se virassem sem se soltarem um do outro. Will deixou Nico sob ele, e o beijou enquanto se empurrava mais algumas vezes para dentro dele. Por vezes, Nico tentava suspender um pouco o corpo inconscientemente, mas Will estava empurrando-o contra a cama, a mão direita segurando seus dois pulsos enquanto a outra o apoiava na cama.
  Nico soltava gemidos que Will não sabia reconhecer se eram de dor ou prazer, mas desde que ele não estava o impedindo de nada, preferiu imaginar que fosse a última opção.
  Com as pernas, Nico o enlaçou pela cintura e o prendeu contra ele, dentro dele.
  -Me deixe respirar um pouco, meu bem. -Nico arfou, mas no rosto ainda tinha uma expressão agitada e sedenta.
  -Te machuquei?
  Nico negou debilmente, ainda concentrado em respirar.
  -Não, mas... você está estranhamente desbloqueando uma parte agressiva em mim.
  Will riu e encostou a testa no ombro dele. Seus quadris se empurraram mais em contato com Nico, fazendo o outro se mexer agitado.
  -Como é essa parte agressiva que você está falando? -Will sussurrou no ouvido dele.
  -Ah, -Nico arfou. -Eu já quis te morder tantas vezes que você se surpreenderia.
  Will riu pertinho do seu ouvido, e prendeu entre os dentes o lóbulo da sua orelha.
  -Assim?
  -Não. -Nico riu. -Seria mais forte.
  Will apertou a mordida e Nico bateu com o pé nas costas dele.
  -Também não tanto.
  -Então me solte, ainda não acabei.
  Por implicância, Nico o prendeu com mais força, mas quando fez isso, se contraiu ao redor de Will fazendo-o tremer.
  -Me solte.
  Nico sorriu ao ver o rosto dele de repente encarando-o seriamente.
  A respiração de Will começava a sair do regular, e Nico observava isso com extrema satisfação.
  -Você irritado comigo ainda é algo que quero muito apreciar.
  Controlando a respiração, Will voltou a encostar o rosto no ombro de Nico. Achando que bastava de tortura, Nico soltou o aperto ao redor de Will e ele imediatamente continuou a se mexer contra ele. Uma das mãos dele voltou ao membro de Nico, deixando-o extasiado e com a mente em branco. Todos os seus sentidos se concentravam em uma parte do corpo agora, os cabelos da nuca arrepiavam, todo o calor de Will parecia esquenta-lo apenas nas suas mãos. Nico sentiu o corpo se contrair e explodir em êxtase em poucos segundos, como fogos de artifício. Como a erupção de um vulcão, mas ele era a terra que não conseguia parar de tremer. Will veio pouco depois, apoiando-se na cama com os dois braços enquanto se enterrava fundo em Nico, que tentava não se afastar apesar do corpo todo agora se sentir relaxado e vivo ao mesmo tempo. Will ainda dava breves espasmos sobre ele, com a respiração entrecortada e os olhos fechados.
  Nico delineou a curva do corpo dele com as mãos delicadamente e deu dois tapinhas na sua cintura.
  -Se sente bem?
  Will assentiu e se retirou dele, rolando para o lado na cama estreita.
  Nico olhou para baixo e viu que havia sujado apenas a si mesmo, o que era uma pena, ele gostaria de ver a si mesmo em Will. Mas por agora bastava. Ele se virou e pegou sua camiseta que estava jogada no chão e a usou para limpar a própria barriga, então se virou para Will, que ainda estabilizava os sentidos e tirou a camisinha dele, jogando-a junto com a camisa no chão ao lado da cama.
  Nico rolou e apoiou a cabeça no peito de Will.
  -Diga alguma coisa. -pediu.
  -Estou exausto.
  Nico riu.
  -Eu também.
  Will abriu os olhos pesados e o olhou atentamente, então ergueu a mão e tocou as marcas levemente avermelhadas no pescoço de Nico.
  -Te machuquei?
  -Não, foi ótimo.
  Will não conseguiu evitar rir e puxou-o mais para perto.
  -Não minta pra mim se eu te machucar sem querer.
  -Hum. -Nico concordou. -E se for querendo?
  -Também me diga.
  -Mas aí você vai parar.
  Will franziu a testa e voltou a abrir brechas entre as pálpebras para vê-lo melhor.
  -Nico...
  -Só estou dizendo que, de vez em quando, você não precisa se segurar tanto. -Nico respondeu, ficando sonolento e se aninhando em Will. -Pode machucar um pouquinho.
  -Você não tem limite.
  -Agora eu não preciso mais ter limite com você, preciso?
  -Não. Imagino que não.
  -Ótimo.
  Quando os dois ficaram em silêncio, lentamente o sono foi os envolvendo em uma nuvem. E então ambos dormiram.

Summer Strange Love - Solangelo Onde histórias criam vida. Descubra agora