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MAYARA: 🍀

O sol mal tinha batido na janela e Renan já tava com a fralda na mão, me cutucando.

Renan: Cocô, mamãe…

Minha alma nem tinha voltado pro corpo ainda, Eu mal tinha aberto os olhos e Renan já tava parado do lado da cama, pelado, segurando a fralda como se fosse um troféu de guerra.

Mayara: E por que você tirou a fralda, meu filho?! — levantei num pulo, já farejando o cheiro do apocalipse.

Emilly: Fez no chão! — Emilly gritou lá do corredor, com aquela voz fina de quem já é fofoqueira desde bebê. — Fede, mamãe! — Levantei no automático.

E lá estava ele, Renan no meio da sala com a cara mais satisfeita do mundo, enquanto PH, aquele cretino risonho, observava da porta com o café na mão.

Mayara: Vai rir, né? Vai rir que eu taco esse menino pelado no teu colo, PH! — Ele deu um gole no café, fingindo refletir.

PH: Isso aí é herança genética minha, Aprendeu com o pai a ser livre, Anarquista de fralda. — Ele já ria.

Mayara: É anarquista do cocô! — rebati, segurando o riso enquanto pegava meu filho arteiro no colo.

Tive que dar banho nos dois, porque Emilly também resolveu que queria "brincar de molhar o pé" com o lenço umedecido.

No meio disso tudo, PH me olhava com aquela cara de "a gente fez isso juntos", e eu não sabia se ria, chorava ou casava.

PH: Vamos fazer café das cria juntos? — ele disse, me abraçando por trás enquanto eu limpava a sujeira.

Mayara: Vamos, Mas quem frita o ovo deles é você, Tô de licença do fogão hoje.

PH: Justo, Depois do banho radioativo de cocô que você tomou, você merece até massagem. — Eu ri, enfim, Porque mesmo com todo o caos, é aqui que meu coração sossega.

Descemos as escadas e PH já foi direto pra cozinha, deixei o desenho na TV para distrair eles enquanto preparava o café junto com PH.

Depois de um tempo já estava tudo pronto, nescauzinho quente da Emilly e o Leite do Renan, pereira fritou os ovos para eles, já que amam "Ovinho de gainha" no café da manhã com pãozinho de queijo.

Arrumamos a mesa como toda manhã, estava animada para o dia, Pedro disse que hoje iria passar o dia todo com nós três e não iria pisar os pés na boca, hoje o dia ia ser incrível.

[...]

A gente decidiu sair um pouco pra dar uma volta na pracinha perto da escola, O céu tava azul clarinho, com umas nuvens preguiçosas, e o sol não judiava do jeitinho que eu gosto.

Mayara: Segura firme, Emilly. — avisei, enquanto ela segurava o dedo do pai e dava passinhos de princesa toda empinada.

PH: Renan corre mais que motoboy atrasado, véi. — PH reclamou rindo, correndo atrás do nosso mini raio.

Renan parecia movido a sete energéticos, Correu atrás de pombos, tentou pegar a bola dos meninos maiores e ainda teve a audácia de roubar um biscoito de uma criança alheia, Eu tive que comprar outro pra devolver com dignidade.

A gente se sentou num banco depois, com dois copos de suco e pão de queijo que compramos na vendinha da esquina, PH dividia um pedaço com Emilly, que já tava toda lambuzada, enquanto Renan jogava o dele pros passarinhos.

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