recaídas

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apoiei minha cabeça no volante do carro, desmoronando ali. Direciondo toda a minha raiva a socos na buzina silênciosa do automóvel

- filho da puta- disse e logo em seguida me acalmei.

meu celular vibrou novamente e eu já estava preparada para uma serie sermões para fazer Rafe compreender que ele já estava me irritando. Mas dessa vez era o nome de Ster que estava estampado na tela do celular.

- oi- respondi passando a mão no rosto, tentando parecer normal.

- mano, onde foi que você se meteu?- Ster perguntou em um tom de voz estável.

- estava no apartamento do Rafe- revirei os olhos esperando pelos palavrões que receberia dela

- o que? ta maluca, venha para casa agora, o que foi fazer ai?- Ster se descontrolou em questão de segundos

- só vim buscar algumas coisas minhas do apartamento dele... amiga

- que- Sater já não estava tão paciente

- não era para eu ter vindo aqui- disse pelo telefone- eu não estou com cabeça para continuar essa social ai

- não se preocupe, quando você chegar não terá ninguém aqui tá?- Ster me deixou um pouco confortável- só dirija com cuidado e venha para casa.

Rafe pov/ on

quando vi Sofia saindo do meu campo de vista eu passei a mão pelos meus cabelos apreensivo. Que merda veio defeituosa dentro da minha cabeça, para eu ser tão filha da puta?

entrei no apartamento novamente e bati a porta bravo. Eu queria muito gritar e colocar toda a minha agonia para fora do meu corpo.

De fato, eu queria muito ve-la, as coisas dela espalhadas pela casa seriam uma bela desculpa para ao menos toca-la. Mas isso não foi possível, ela saiu tão rápido que nem ao menos conversamos como eu imaginei que seria.

Quando ouvi uma ponta de culpa nas palavras dela, meu peito rasgou por dentro. Eu sempre sou um desgraçado imprevisível, mas a última coisa que eu queria era faze-la se sentir culpada pelas minhas merdas.

- droga- chutei a mesa de cento da sala, a dor que estava formigando no meu pé, não cheva aos pés da dor que eu senti quando Sofia me deu novamente a sua aliança.

entrei no meu quarto e lembrei da garota que estava ali, dormindo como um anjinho.

- ei- acordei ela a sacudindo delicadamente

- oi?- ela se levantou sorrindo

- precisa ir- disse sorrindo e passando meus dedos entre seus fios loiros.

- como?- ela ainda estava sorrindo, provavelmente não tinha entendido.

- preciso que saia- engoli seco preparado para a reação

- está falando sério?- ela perguntou se revoltando. A observei levantando da minha cama brava, vestindo seus jeans rapidamente e pegando a sua bolsa.

- ei- disse antes dela atravessar a porta do quarto- obrigada pela noite.

- eu deveria ter escutado os boatos- ela revirou os olhos, ao que parecia estar conversando sozinha- eu espero mesmo, Rafe, que você pague pelo que faz iludindo essas garotas.- ela bateu a porta forte andando em passos longos

- eu já estou pagando- relaxei os olhos me sentindo culpado, deitando na minha cama

qual é a porra do meu problema?

Sofia pov/on

abri a porta do apartamento triste e vi a sala vazia. Tranquei novamente a porta e joguei meu celular e carteira no sofá, tirei meus tênis deixando ele no meio do dormitório e abri a porta do meu quarto. Ster estava deitada na minha cama, errolada. Caminhei até a cama, puxando o cobertor para dormir com ela. Ster se virou e me abraçou, me dando um abraço apertado, e eu chorei.

- sinto muito meu amor- ela passou a mãos pelos meus cachos enquanto eu soluçava em seu ombro- coloque tudo para fora querida

- ele esta com outra- Dizia baixinho- enquanto eu choro por ele, está está recebendo garotas em seu apartamento- Ster respirou fundo me escutando, enquanto fazia cafune
- se eu sabia que ia ser a patética da história, por que eu continuei?

- por que dona Sofia, o que voces tinham era amor, um dos casais mais lindo que eu tinha visto. Mas infelizmente nem tudo sai como planejamos. As vezes perdemos pessoas, para no final, sermos recompensadas em dobro- Ster dizia lindas palavras que aqueciam meu coração 

- eu espero mesmo que seja em dobro- disse e ela deu risada- pelo que eu passo, deveria ser em triplo- meu choro foi estancado por algumas risadas bestas.
- eu não poderia pensar em melhor pessoa para estar comigo agora- voltei o assunto a seriedade

- amo muito ser a sua escolhida- Ster e seu sorriso encantador me fez sentir seu brilho sem ve-la.

- obrigada por tudo

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Rafe pov/ on

sentado na cama passando mão sobre os cabelos, tento vencer novamente minha tentação.

" promete para mim que vai parar de usar"

eram palavras que martelavam minha cabeça. As drogas voltaram para minha vida depois de um ano, que cheguei na faculdade. Aqui é bem mas fácil de conseguir.

nunca senti culpa de usar antes daquela garota aparecer na minha vida. Ela mudou muitas coisas, ela me fez parar. Ficar sem ve-la não fazia nada bem para mim.

- porra- uma lagrima saiu do meu olho e eu abri a gaveta da mesa de cabeceira. O saquinho de pó branco dentro estava fazendo meu corpo entar em uma tremenda adrenalina. O único motivo pelo qual eu ainda amava a vida estava muito longe de mim. Eu destruo tudo que toco, mas achei que amasse ela o suficiente para nunca feri-la.
eu sou um tremendo cuzao.

o pó branco foi em sua maioria direciondo ao meu nariz o mais rapido possivel. A unica forma de deixa-la fora da minha mente era quando estava chapado.

desculpe querida

não te-la por perto me matava aos poucos, literalmente, mas ela não sabia que eu tinha voltado ao vício. Não queria faze-la pensar, nem por um segundo que, eu precisava dela, naquele sentido na minha vida. Nunca a manipularia de tal maneira. Não é culpa dela que eu voltei a usar, e com certeza não era responsabilidade dela conviver com uma pessoa como eu.

eu sabia seria cansativo para ela

se ela soubesse que eu estava tendo uma recaída, ela estaria comigo agora, por mais que isso seja o que eu mais quero na minha vida, não posso prende-la comigo por causa disso.

☆dobrando de turno☆ /obxOnde histórias criam vida. Descubra agora