Dezesseis anos depois...
Era manhã. O Sol havia acabado de nascer. Com seus majestosos raios amarelados era praticamente impossível de admira-los diretamente sem sentir um incomodo nas retinas. O frio da noite ainda pairava sobre o ar. A neblina cobria o topo da montanha e tudo abaixo dela. O vento gélido tocava as nuvens para longe dali, revelando um precipício rochoso e mortal logo abaixo.
O mesmo vento que tocava as nuvens, chacoalhavam as penas perfeitamente ajeitadas e organizadas de um par de asas platinadas. Mas o dono dessas asas não era um animal, muito menos um humano. As asas se abrem, alongando-se por quatro metros em cada lado. Ele as sacode, como se quisesse ajeitar suas plumas bagunçadas por conta da ventania.
As penas ouriçam, e a força do vento o tira um pouco do lugar, mas ele resiste. Se sentia vivo. Não via a hora de levantar voo, mas ele se mantem estável. Estava esperando algo. Seus olhos, donos de uma cor única assim como seu par de asas, olham para baixo, procurando pelo final do precipício. O vento que passava pelas frestas das rochas causavam assobios infinitos. A neblina se partia em varias tiras longas quando o vento a jogava pelas rachaduras da montanha. Enquanto ouvia e observava tudo isso, ele aguardavam ansiosamente.
Após mais alguns sopros do vento ele finalmente consegue avistar o que tanto queria. O final da montanha. Sua cabeça se ergue novamente para o horizonte, avistando uma cadeia de montanhas. Estava de costas para o Sol. Ele se vira para trás e seus olhos se espremem com o brilho reluzente dos raios solares. Suas asas longas se encolhem novamente e seus olhos se fecham. Ele deixa escapar um sorriso animado, pois estava prestes a fazer aquilo. Pela vigésima vez.
Seu corpo se entrega a beirada da montanha, e a gravidade faz o restante quando o puxa para baixo. Ele despenca pelo precipício, cada vez mais veloz. Suas penas chicoteiam, querendo a todo custo fazer o papel que lhes foi designado: planar. Mas ele não as abre. Ainda não era a hora certa.
Enquanto caía, ele sentia que nada mais importava. Como se o infinito o engolisse por inteiro. Se sentia livre. Imbatível. Capaz de fazer qualquer coisa. Seus olhos finalmente se abrem no momento exato, e ele avista o chão. Em questão de segundos suas asas se abrem e seu corpo plana, passando a poucos centímetros das rochas. Ele as bate uma única vez e seu corpo é impulsionado para cima.
Ele passa voando sobre as águas azuladas do oceano, e sua mão deixa um rastro em cima dela. Como um pintor que passa um pincel sobre um quadro branco. Outro sorriso escapa de seus lábios. Aqueles sentimentos eram dele, e ele sentia que eram os bens mais preciosos que ele poderia ter. Ele tinha que admitir: essa é a melhor parte de ser um Anjo.
3° CÉU • PARAÍSO
Após atravessar o tecido da realidade, Eliel chega até a sua morada. A membrana que dividia o mundo espiritual do mundo físico, onde viviam os humanos, era de cor azulada quase transparente. Ela refletia todos os raios de luzes daquele ambiente colorido, mas também era possível ver a Terra logo abaixo através dela.
O teto do 3° Céu era enfeitado por uma Aurora Boreal que nunca desaparecia. As cores verde, azul, roxo e rosa em neon eram o que davam vida a aquele fenômeno indescritível. Haviam ilhas de todos os tamanhos e formatos espalhadas nesse lugar. Elas ficam suspensas no ar, flutuando acima da membrana da realidade.
Cachoeiras despencavam das ilhas e caiam em cima do tecido da realidade, que mais parecia o mar daquela dimensão. A membrana nunca se mantinha estática, estava sempre em movimento, como um véu de ceda ao vento.
O espírito de todos os animais místicos que um dia viveram na Terra entre os humanos, como: fadas, unicórnios, dragões, duendes etc, viviam livremente nessa dimensão. Seus espíritos eram brancos azulados, e eles saltavam de uma ilha para a outra. O medo de errar o salto e cair era praticamente inexistente. Não havia espaço para medo naquele ambiente cheio de paz e vida.
Não só os pássaros e Anjos quem dominavam o céu dessa dimensão, pois as baleias nesse lugar nadavam pela Aurora Boreal como se estivessem dentro da água. Cantando e rodopiando no céu ao lado de suas companheiras.
Ainda é um mistério para os seres humanos o motivo que leva as baleias da Terra a saltarem para fora da água, mas a resposta é bem simples para os Anjos. Elas podem ver o espírito das outras baleias voando no céu na dimensão dos Anjos. E só o que elas querem fazer ao saltar para fora da água, é tentarem alcançar suas companheiras e voar no céu com elas.
Eliel finalmente pousa em uma das ilhas e recolhe suas asas brancas platinadas. Ele sabia que tinha obrigações ali, mas não sentia nem um pouco de vontade de faze-las. O Anjo queria mesmo era conhecer cada canto do Universo e explorar os recantos mais belos que existia na Terra. Nada podia ser mais importante do que isso para ele.
Passaram-se alguns anos desde o nascimento de Eliel, mas ele não mudou nem um pouco de aparência. Permanecera com as mesma características de um homem jovem adulto saudável e atlético. Aprendera muitas coisas sobre os Anjos, Deus e o Homem, durante os dezesseis anos que se passaram. Coisas até demais.
Ele aprendia muito rápido, e todos ficavam surpresos com tudo o que ele já sabia em tão pouco tempo. Poucos anos se passaram, mas seu conhecimento adquirido equivalia a bilhares de anos de estudo. De fato ele era um Anjo diferente dos demais, se destacando rapidamente a ponto de incomodar os Príncipes, principalmente o Arcanjo Miguel.
- Eliel! Eliel!
O Anjo olha para trás e avista dois Querubins vindo voando rapidamente até ele. Desesperados, eles tinham medo de Eliel fugir novamente e acabarem perdendo-o de vista outra vez. Apesar de serem o "karma" de Eliel, pois eles ensinavam e davam bronca nele, eles também eram seus únicos e leias amigos na dimensão dos Anjos.
Os demais habitantes evitavam Eliel desde que chegou, mesmo que Deus tenha dito que ele era um deles. Os habitantes e animais não tinham certeza se sentiam medo dele ou apenas não conseguiam vê-lo como um igual. De qualquer forma, Eliel não estava tão preocupado com isso, pois sua fome de aprender era muito maior que qualquer rejeição.
Seus amigos Querubins se chamavam Celine e Dangelo. Eles eram bem menores do que ele, idênticos a bebês humanos. Suas asas eram curtas e brancas. Seus cabelos eram castanhos claros e encaracolados, e seus olhos azulados. Foram designados por Gabriel a ensinar Eliel tudo o que sabiam, pois o príncipe dos Anjos tinha pendências a resolver e estava ocupado demais para acompanhar o aprendizado de Eliel.
- O que vocês querem? - Eliel pergunta, já esperando uma bronca dos amigos depois de ter desaparecido da vistas deles a horas atrás.
- Soubemos que Deus conversou com o Príncipe Gabriel! - Celine fala desesperadamente. - Ele exige sua presença do Templo do 3° Céu imediatamente!
ᘛ ••• ᘚ
ɢᴏsᴛᴏᴜ ᴅᴏ ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ? ᴇɴᴛᴀ̃ᴏ ɴᴀ̃ᴏ sᴇ ᴇsǫᴜᴇᴄ̧ᴀ ᴅᴇ ᴠᴏᴛᴀʀ, ᴇ sᴇ ᴘᴏssɪ́ᴠᴇʟ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀʀ!
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Demônio Da Guarda
خيال (فانتازيا){AUTORAL - PLÁGIO É CRIME!} Livro de total autoria! É especialmente proíbido copia e/ou adaptação da mesma! Qualquer coisa encontrada referente a este livro FORA do Perfil: @SkyllineBlack, será levado diretamente a JUSTIÇA! {ATENÇÃO} Este livro é de...