Demônio Da Guarda

ᵖ ᵃ ʳ ᵗ ᵉ ²

10° CÉU - NIBIRU

Assim que atravessam o portal do 10° Céu, que também era vigiado por três jubartes, os dois Anjos alcançam o portão que levava a Deus.

- O que significa isso? - Metraton fala assim que pousa na frente do portão de Deus, cercando o local.

- Príncipe Metraton, desculpe não avisa-lo que viria. - Gabriel fala. - Mas é uma urgência.

- Urgência?! O que pode ser mais urgente do que aquilo que está acontecendo?

- Nós precisamos falar com Deus.

- Deus não quer ser incomodado.

- Como você sabe que ele não quer ser incomodado?! - Gabriel fala surpreso. - Por acaso está sabendo de algo que os outros Príncipes não sabem?! Deus disse algo a você?

- Não. Mas sou eu quem guardo esse lugar, então se ele não quer falar com ninguém, logo ele não quer ser incomodado.

- Essas são as suas palavras, Metraton...

- Me deixe passar! Gabriel não tem nada a ver com isso, sou eu quem quero falar com ele! - Eliel se aproxima dos dois Príncipes.

- Como ousa?! - Metraton fala torcendo a boca para baixo em desprezo, e leva sua mão a sua espada.

- Você não vai querer fazer isso. - Gabriel segura o punho do irmão, impedindo-o de fazer o que pretendia. - Vai ser rápido, eu dou a minha palavra. O que nós temos a perder?! Ele não fala mais com nenhum de nós.

Metraton olha nos olhos de Gabriel enquanto pensava sobre o pedido do Príncipe dos Anjos, mas que também era seu irmão. Em seguida Metraton olha para Gabriel, que tinha um olhar desafiador assim como o dele. O Serafim puxa seu punho, que Gabriel ainda segurava, e solta o cabo de sua espada.

- Se demorar muito, eu mesmo te tiro de lá. - Metraton fala com Eliel.

O Príncipe Serafim faz o portão de Deus se abrir, e Eliel entra sem olhar para trás. O portão se fecha atrás de si, e ele segue caminhando pelas nuvens brancas e suaves. O lugar era tão silencioso e calmo que podia se ouvir as batidas de seu próprio coração.

- Eu estou aqui porque eu quero te perguntar uma coisa... - Eliel fala olhando em direção ao trono de Deus, que na verdade era um amontoado de nuvens brancas. - Porque o Senhor dá com uma mão... - Ele ergue a palma de sua mão direita na altura da barriga. - E tira com a outra? - Ele diz erguendo a palma da mão esquerda.

Eliel fecha suas mãos apertando seus punhos fortemente, tentando conter sua fúria. O silêncio reinava no lugar, nem mesmo o vento ousava soprar em um lugar tão sagrado como aquele.

- Os Príncipes dizem que você sabe de tudo o que vai acontecer... Que você é capaz de mudar o coração das pessoas... Que foi você quem criou tudo... Então porque? Porque você fez aquilo? PORQUE VOCÊ MUDOU O CORAÇÃO DAQUELE HOMEM APENAS PARA AQUELA MULHER O REJEITAR?! Enquanto a Aurora?! Porque ela tem que pagar pelas decisões erradas da mãe dela?! Porque você está fazendo ela passar por algo assim?! Ela não merece isso!

Eliel encara as nuvens em volta, não havia nenhum sinal de que Deus estava realmente ali. O Anjo não podia vê-lo, mas podia senti-lo, então ele sabia que estava sendo ouvido. Ele não se importava de não ser respondido, com tanto que Deus estivesse ouvindo suas palavras, e que de fato estava, já era suficiente.

- Eu não espero que você me responda, mas juro que estou tentando entender o que você está fazendo com a vida daquela garotinha... - Eliel da as costas para o lugar onde deveria estar Deus. - Já chega de sofrimento desnecessário, ela não merece aquilo. Coloque Marcelo de volta na vida dela, é a única coisa que eu peço. - Eliel vira apenas o rosto de lado, olhando para trás. - Como se diz após fazer um pedido ao Senhor mesmo?! "Amém"?!

O Anjo bate suas asas até o portão de Deus e sai dali. Metraton estava o aguardando com os braços cruzados, e assim que vê Eliel, ele os descruza.

- Ele disse alguma coisa? - Gabriel fala esperançoso.

- Não. - Eliel responde indiferente.

- Já era de se esperar. - Metraton fala com desprezo. - Deus jamais falaria com um ser que nem se quer esteve durante suas criações divinas. Você é ignorante feito os humanos do Paraíso.

- Quanta arrogância para um Príncipe que está em uma posição tão sagrada e digna de respeito. - Eliel olha para Metraton dos pés a cabeça.

- Controle o seu Anjo, ou eu vou arrancar as duas asas dele para que ele mostre o devido respeito perante a Deus. - Metraton fala com Gabriel.

- Vamos, Eliel, já chega. - Gabriel segura no ombro de Eliel. - Você já conseguiu o que queria.

- Sim, eu já consegui... - Eliel da de ombros para Metraton. - Só espero não ter que voltar aqui novamente.

- É UMA HONRA PARA QUALQUER SER EXISTENTE ESTAR PERANTE O TRONO DE DEUS!!! - Metraton diz indignado ao ouvir o que Eliel fala.

O Príncipe dos Serafins assiste as Guardiãs do Universo abrirem o portal para que os Anjos voltassem ao espaço de onde vieram. Metraton da de ombros para os Anjos que partiram. Estava furioso com tamanha ousadia daquele Anjo desconhecido.

- Metraton... - Uma voz divina chega até os ouvidos do Serafim.

- Deus?! - Ele diz surpreso e se ajoelha na mesma hora. - Como é bom ouvir a voz do Senhor, Ó Criador! - O Serafim tinha um sorriso de alivio nos lábios.

- De agora em diante Eliel tem permissão para visitar o meu trono quando bem quiser...

- O que?! - Metraton ergue sua cabeça surpreso. - Porque?! Porque o Senhor permitiria que uma criatura ignorante como ele pisasse em seu trono sagrado?!

O mesmo silêncio de antes retorna ao 10° Céu, e a voz do criador desaparece completamente, como se ele nunca tivesse dito uma palavra se quer. Metraton pensou até que aquilo pudesse ter sido um delírio. Talvez o desespero de não saber o que estava acontecendo havia nublado um pouco de sua sanidade e o feito ouvir a voz de Deus.

- Deus?! Senhor?! DEUS??!!! - O Serafim berra, implorando que Deus falasse com ele uma última vez.

ᘛ ••• ᘚ

ɢᴏsᴛᴏᴜ ᴅᴏ ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ? ᴇɴᴛᴀ̃ᴏ ɴᴀ̃ᴏ sᴇ ᴇsǫᴜᴇᴄ̧ᴀ ᴅᴇ ᴠᴏᴛᴀʀ, ᴇ sᴇ ᴘᴏssɪ́ᴠᴇʟ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀʀ!