Demônio Da Guarda

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Quando Eliel chega ao quarto de Aurora ele a encontra chorando na cama. Rapidamente se aproxima dela preocupado. Sua aura estava azul escura, significava que ela estava muito triste e com medo.

Ele não demora ouvir a briga de Rosa e Matias na sala, provavelmente o motivo de Aurora estar assim. Eliel deita ao lado dela e a cobre com uma de suas asas, desejando profundamente que ela pudesse vê-lo outra vez. Mas do jeito que a aura de Aurora estava ela jamais o veria.

O sofrimento sempre cegou as pessoas e as impediu de enxergar o que realmente importa, e nada nem ninguém pode mudar essa realidade. Ele gera um medo irracional que faz com que algumas pessoas escolham continuar vivendo nele, pois imaginam que se tentarem sair possa ser muito pior. Era o que acontecia com Rosa, e pela infelicidade de Eliel, o que parecia estar acontecendo com Aurora também.

- Não se preocupe Aurora, eu estou aqui você. Prometo que isso tudo vai acabar, vou criar um mundo sem sofrimento só para você. Lá vai ter todos os seres que você imagina e você vai poder brincar com eles para sempre.

Dia seguinte...

Ao notar que faltavam algumas coisas cruciais para preparar o almoço, Rosa saiu para o supermercado junto com sua filha. Assim que chegaram, Rosa pegou um cesto e andou pelos corredores, enquanto pegava tudo o que precisava.

Já quase terminando suas compras, Rosa sente uma mão em seu ombro direito.

- Rosa?! – Um voz masculina soa atrás de si.

Ao olhar para trás ela se depara com Marcelo. Faziam anos que ela não ouviu mais falar dele. Por um breve momento, nem lembrava mais de sua existência. Matias garantiu que Rosa não pensassem em mais ninguém além dele, já que infernizava a vida da mulher todos os dias.

- O que você está fazendo aqui?! – Rosa diz assustada.

- Eu estava passando aqui perto e lembrei que acabou o açúcar...

- Entendi...

- Rosa, você não faz ideia de como é bom ver que você está bem. Nós precisamos muito conversar...

- Mamãe! – Aurora aparece e puxa a blusa de sua mãe. – Compra pra mim? – A menina tinha um Kinder Ovo nas mãos.

- Agora não, Aurora... – Rosa puxa a filha para trás de si, escondendo ela do pai.

- Meu Deus... – Marcelo diz emocionado ao ver Aurora. – É ela?! – Ele pergunta a Rosa.

- Não! – Rosa se afasta de Marcelo.

- Por favor, Rosa! – Marcelo implora. – Me dê um minuto! Nós temos que esclarecer o que aconteceu...

- Aqui não é lugar para conversarmos sobre isso, Marcelo! – Rosa murmura nervosa, quando repara que todas as pessoas em volta estavam olhando para eles.

- Vamos até a minha casa, ou a sua, o que você preferir! Mas nós temos que conversar!

- Não, Marcelo! Só me deixe em paz! Por favor!

- Ela também é minha filha!

- Mamãe... – Aurora puxa a blusa de sua mãe novamente. – Quem é?

Rosa olha preocupada para a filha, não sabia o que responder a ela. A menina também era nova demais para entender a gravidade da situação, então Rosa voltou seu olhar a Marcelo.

- Tudo bem, podemos conversar.

- Obrigado!

Rosa e Marcelo se direcionam até o caixa para pagar suas compras. Aurora se aproxima de sua mãe e mostra o Kinder Ovo novamente.