Demônio Da Guarda

ᵖ ᵃ ʳ ᵗ ᵉ ³

10° CÉU - NIBIRU

Eliel atravessa o portal de Nibiru e fica frente a frente com as três Guardiãs do 10° Céu. Estranhamente elas permaneceram dormindo após a chegada de Eliel. Ele passou ao lado delas voando suavemente, esperando que ela acordassem a qualquer momento para impedir sua invasão, mas isso não acontece.

O Anjo esperava ser apanhado pelos Anjos Serafins e levado até o Príncipe Metraton, mas desde que chegou não viu sinal de nenhum deles. Aquele lugar, que era apenas um amontoado de nuvens, estava completamente vazio.

De fato para Eliel não havia ninguém por perto, mas ele estava sim sendo observado por alguém. Metraton e sua casta de Anjos estavam todos a espreita, indignados com a ousadia de Eliel, e também surpresos por ele ter conseguido chegar até Nibiru sozinho.

Nenhum dos Serafins moviam se quer um centímetro do lugar, pois haviam recebido ordens diretas do próprio Criador. Não ousariam desobedece-lo, ou se quer questiona-lo, mas não significava que estavam felizes com aquilo.

- Meu Príncipe, deixe que peguemos ele e o ensinemos a prestar o devido respeito perante o nosso Deus! - Vehuiah fala, um dos Anjos Serafins.

- Ouça o Vehuiah, senhor! Ele tem razão! Esse Anjo nunca mais ousará vir até aqui! - Cahethel concorda com o irmão.

- Basta! - Metraton diz alterado. - Eu mesmo faria isso se pudesse! Mas recebi ordens de Deus! Então aquietem-se antes que eu mande todos vocês para o Sheol!

- Desculpe, meu Príncipe! - Vehuiah fala cabisbaixo.

Eliel pousa em frente o portão de Deus, que estranhamente estava aberto, e olha para os lados não vendo ninguém. Aquilo estava fácil demais, talvez fosse uma armadilha, mas ele não parou para ter certeza. Voou em disparada para dentro da morada de Deus sem olhar para trás. Assim que se ele se distancia o suficiente do portão, Eliel volta sua atenção para o trono do Criador.

- Deus, eu não sei por onde andam seus Anjos Serafins, então eu vou ser breve... - Eliel começa encarando as nuvens brancas e não vendo nenhum sinal de Deus. - A mãe da Aurora está na UTI... Ela está em estado grave... Pode morrer a qualquer momento... Então, por favor, Senhor! Só o que eu te peço é que não permita que ela morra! Aurora precisa da mãe dela! Sem a mãe e o verdadeiro pai dela por perto eu não sei o que será dela! Ela é só uma criança para passar por todas essas coisas terríveis! Eu estou implorando! - Eliel junta as mãos, ele realmente estava desesperado. - Deus... Eu sei que pode me ouvir...

Uma luz forte escapa dentre as nuvens e cega Eliel, que é obrigado a fechar os olhos e levar sua mão na frente no rosto. Aquela luz só podia ser Deus, e ao perceber isso Eliel sorri aliviado. Era um sinal de que Deus estava realmente ali

ouvindo suas palavras.

- Obrigado por me escutar! - Eliel diz. - Eu sei que o poder do Senhor é incomparável! Então me ajude com isso! Eu sei que o Senhor é o único capaz de tamanha divindade!

Os raios de luz começam a desaparecer lentamente. Eliel finalmente consegue erguer sua cabeça de novo e encarar as nuvens. Ele estava mais tranquilo agora, pois havia recebido um sinal de que Deus estava realmente ali. Sabia também que Deus havia escutado o seu pedido.

Os humanos foram criações de Deus, então Eliel não tinha dúvidas de que ele faria qualquer coisa para protege-los e zelar pelas suas frágeis vidas. Todos os Anjos sabem como Deus prefere os humanos do que qualquer outra coisa. Eles são os motivos pelo qual a existência de Deus permanecesse intacta.

O Anjo da Guarda sai da morada de Deus, ainda surpreso por não ver ninguém. Eliel decide apenas ignorar aquilo, pois precisava voltar para a Terra o quanto antes. Sua missão ainda não fora cumprida, ainda havia muito a se fazer. Tragédias não iriam parar de acontecer, e o infeliz incidente que houve com Rosa era só o começo.