Capítulo 26

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A primeira vez que Regina não tem certeza de si mesma é quando ela tem trinta e quatro anos, está casada com Emma há quase dois anos, e Henry fará sete anos em breve.

Eles pensam há muito tempo sobre a adoção. Eles passam pelas verificações de antecedentes, ambos são liberados para serem pais adotivos, Regina compra uma estante nova para que ela possa mover as últimas coisas para fora do quarto de hóspedes, para que possa se tornar o quarto de outra criança.

Elas chegam aos estágios finais do processo com uma garotinha no Tennessee, elas têm tudo pronto, a agência que cuida do caso da garotinha está entre Emma e Regina e uma outra família.

Emma compra tinta lilás para o quarto de hóspedes, Regina se recusa veementemente a deixar tinta rosa em qualquer lugar perto da casa.

Elas não a pegam. A casa fica em silêncio por dois dias, enquanto ambos lamentam a perda de algo que nunca tiveram. Emma sugere que elas continuem tentando uma noite quando estão deitados na cama, ambos fingindo tentar adormecer.

- Você sabe que há mais crianças por aí que precisam de um lar.

Regina morde o lábio no escuro, emaranha as pernas com as de Emma e se aproxima impossivelmente da esposa.

- Eu sei - Ela assente.

Sua cabeça está no peito de Emma e ela pode ouvir os batimentos cardíacos de Emma em seu ouvido:

- Você não quer continuar tentando - Emma diz depois que Regina conta doze batidas de silêncio. Não é uma acusação, mas uma declaração de fato.

- Não.

- Por quê?

Regina tenta organizar seus pensamentos, esfrega o polegar sobre as costelas de Emma.

- Isso aqui, com você e Henry, é suficiente.

- Mas você...

- Eu sei o que disse antes, mas estava errada. Embora eu queira outro membro, nossa família é perfeita do jeito que é.

- Tudo bem - Emma não empurra. Ela beija o topo da cabeça de Regina e deixa a morena puxá-la para mais perto. Ao longo dos anos, ela aprendeu que Regina gosta de carinho, que Regina deve ser quem a inicia e quem termina. Havia algumas manhãs quando se encontrava pela primeira vez que Emma acordava antes da prefeita, normalmente nos fins de semana quando Regina se deixava dormir, e se desembaraçava cuidadosamente da morena.

Nessas ocasiões, Regina sempre acordava desorientada e desconfortável, ela descia com os cabelos uma bagunça, a camisa pendurada no ombro, procurando por Emma. Encontrava a loira cozinhando ou tomando café com o jornal na sala de estar e sorria aliviada.

Naquelas manhãs, Emma voltava para a cama com Regina, abraçando-a, ou se aconchegavam no sofá até Henry descer as escadas para se juntar a elas e perguntar sobre o café da manhã. Não é sempre uma coisa pegajosa, Regina às vezes só precisava da garantia tátil de que Emma ainda estava lá.

Na manhã seguinte, após a conversa sobre tentar adotar novamente, Regina acorda primeiro e Emma a encontra fazendo panquecas com os pés descalços, cantarolando junto ao rádio, que Emma comprou para ela.

Regina chega do trabalho naquele dia com um dos maiores sorrisos que Emma já viu.

- O que faz você sorrir tanto? - Emma pergunta.

- O dia dos mineiros está chegando.

- Você odeia o dia dos mineiros. - Emma acusa, lembrando os anos que passou tentando manter Regina sã enquanto a prefeita corria por aí tentando organizar toda a celebração.

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