Alguém específico

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O capítulo atrasou por problemas técnicos, que ódioooooo! Mas tô aqui. Boa leitura, vidas.




— Você me enganou direitinho com esse rosto inocente, Metawin.

Win não iria conseguir inventar uma desculpa para dar a Dew. Foi pego no flagra aos beijos com Bright e mesmo que quisesse se defender, não conseguiria, porque nada se passava pela sua cabeça. Ainda podia sentir os lábios dormentes e a vontade de beijar aquele líder estudantil apareceu tão rápido quanto imaginou, o que era um erro porque precisava se concentrar não só na investigação envolvendo Somsak, mas em seminários e provas.

Não conseguindo fazer contato visual com o colega de quarto, Win se sentou em uma das mesas da biblioteca. Não colocou nenhum livro de Sociologia ali porque se esqueceu de procurá-los.

— Mal chegou na universidade e conseguiu um ficante. Não que isso seja da minha conta.

— Podemos não falar sobre isso? — Perguntou, de cabeça baixa. Se controlava ao máximo para não sorrir. Não estava mesmo se reconhecendo. Há alguns minutos, estava chorando, agora, queria sorrir e não parar mais. — E ele não é o meu ficante.

Não usava a palavra "ficante" desde a época do seu curso. Se sentiu esquisito. Como se estivesse voltado para os dezoito anos.

— Bom, eu não vou perguntar o que ele é, porque isso não me diz respeito. O que é estranho é ver você agindo como se tivesse cometido um crime.

O problema não era Win ter sido pego em flagrante aos beijos com outro homem. O preconceito, infelizmente, ainda existia, principalmente a homofobia, mas há tempos Win conseguiu superar o medo e a vergonha. Sua dificuldade maior era não conseguir seguir com o próprio combinado, aquele de não se envolver com nenhum calouro ou veterano. Não poderia criar laços que pudessem tirá-lo do foco do seu trabalho ali.

— Não é isso. — Levantou o rosto, ainda sem olhar nos olhos de Dew. Estava mesmo envergonhado com o flagra. Podia sentir o rosto quente. — Antes de entrar aqui, eu prometi a mim mesmo que não me envolveria com ninguém.

— Por quê?

— É mais complicado do que você pensa. O fato é que eu quero prestar atenção nos estudos, tirar notas boas e me formar. Só faz duas semanas que eu estou aqui e de repente aparece o Bright e eu caio nos encantos dele? Não é assim que as coisas funcionam.

Dew abriu um sorriso ladino e Win percebeu a expressão aflita de repente se tornar mal-intencionada.

— Entendi o que tá acontecendo. Você tá frustrado porque tá se apaixonando rápido demais.

— O quê? — Sussurrou, querendo aumentar o tom de voz, se controlando por estar em uma biblioteca silenciosa. Não estava apaixonado. Mal conhecia Bright e ainda havia aquele pequeno probleminha que o atrapalhava em muitos relacionamentos. Win não conseguia confiar nas pessoas. E Bright era alguém que Win não sabia nada sobre. — Não, Dew. Estou sendo sincero aqui. O defeito do Bright é que ele tem uma boa lábia.

— E isso é um defeito?

— É claro que isso é um defeito. Pessoas com uma boa lábia são capazes de manipular você apenas com uma conversa. — Refletiu. — Esse é o ponto então. — Disse, pensativo.

— Qual é o ponto? — Perguntou, rindo. Win estava imerso demais nas próprias paranoias para perceber que o garoto em sua frente estava se divertindo às suas custas.

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