Capítulo 14

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- Hey, Sven, preciso que dê uma olhada no meu braço. – pediu ao entrar na enfermaria e notar o enfermeiro debruçado sobre uma folha escrevendo nela avidamente como se aquelas fossem suas últimas palavras. – Ainda escreve? Achei que tivesse parado com isso.

-Kazimir, que raro vê-lo por aqui. – ele sorriu, o enfermeiro era exatamente o oposto de Barth. – Eu vou ser eternamente iludido a respeito dos meus talentos como autor.

O enfermeiro se levantou e pegou uma toalha limpa dentro de um armário onde estavam guardadas várias delas depois indicou que ele se sentasse na cadeira em frente a sua mesa.

- Tire a camisa. – Krieg balançou a cabeça positivamente e começou a desabotoar a peça. – Soube que passou a noite toda na piscina, não tem ideia de como Wardraig estava irado ontem.

- Eu imagino. – arqueou as sobrancelhas e terminou de arrancar a camisa branca do corpo, o braço ainda doía um pouco por causa do esforço feito para sair da água, Kazimir não tinha um peso muito modesto.

Sven balançou a cabeça e se inclinou para segurar o braço do primeiro-tenente, estava levemente inchado e tinha algumas manchas roxas, mas não era nada tão grave.

- O que você fez?

- Dei um soco em um recruta. – respondeu.

- Meu deus, distendeu o braço dando um soco em um recruta? Ele ainda está vivo? – indagou surpreso com a resposta.

- Não, o braço eu distendi saindo da piscina. – compreendeu que a pergunta feita não era sobre o motivo de receber uma punição, mas sobre como tinha se machucado. – Aliás, é uma distensão?

- Sim. – confirmou enquanto se afastava indo em direção a um armário de vidro com vários frascos de medicamentos e algumas bandagens.

Krieg ficou um pouco surpreso por Damien ter acertado, mas não tanto, ele mesmo já desconfiava que fosse isso pela dor que tinha sentido. Levou a mão até o braço dolorido pelo recente esforço a fim de aliviar um pouco a dor, estava ficando roxo e feio.

- Pare de fazer isso, vai ficar pior. – Sven franziu o cenho e deu um tapa na mão dele.

Bem, agora era a hora de ficar surpreso, por Damien realmente saber o que estava dizendo. Soltou um longo suspiro e pegou as duas cartelas de comprimidos que Nikolaevich estendia para ele.

- Não posso fazer nada além de te dar esses anti-inflamatórios e analgésicos para a dor. – o enfermeiro explicou. – Não use o braço para nada, a não ser que queira piorar a lesão. Isso inclui se masturbar.

- Haha, muito engraçado. – rosnou de volta.

- Mas estou falando sério, não se esforce muito. – reforçou sua opinião como médico. – E vá vestir uma roupa seca.

- Vou fazer isso. – respondeu o óbvio. – Sven, você tem uma cópia das fichas dos recrutas, não é?

- Sim, por que?

- Eu queria ver a de um recruta. – respondeu. – Saeger.

O enfermeiro balançou a cabeça positivamente procurando o nome pela memória, mas constatou que não se lembrava de já ter atendido nenhum Saeger. Foi até o arquivo atrás da sua mesa e folheou alguns nomes até encontrar o sobrenome Saeger, era o único ali então tinha uma boa chance de que não tivesse outros familiares no exército, pelo menos nenhum que já tivesse estado naquele quartel. Puxou a pasta dele e olhou de relance para a foto 3x4.

- Que bonitinho, é o garoto com quem passou a noite? – sorriu com o canto dos lábios. – Comeu ele?

Kazimir segurou o queixo, novamente, já decepcionado consigo mesmo e acreditando que era exatamente essa a imagem que passava para as pessoas.

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