Capítulo 7

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Arthur afastou-se imediatamente ao escutar a voz do capitão se alterando. Aquela tinha sido a primeira vez que ele usara o primeiro nome do louro e ele havia usado para lhe repreender fortemente.

- Que droga, Arthur! – ele continuou falando em tom alterado. – Você pelo menos é gay?!

O louro arregalou os olhos na direção de Henry, mesmo que não pudesse ver seu rosto totalmente. Henry tinha razão, como sempre.

Quando era adolescente Arthur costumava assistir pornôs normais que tinham como protagonistas um homem e uma mulher, porque era esse tipo de sexo que ele costumava fazer e era o que o deixava excitado, no entanto ele já tinha ouvido falar do que era o fazer amor entre homens, mas nunca tinha visto e sequer sabia muito bem como era. Tinha ficado excitado quando o capitão o masturbara, mas isso não significava que ele era gay, porque Arthur definitivamente não era. Embora admitisse que tinha dito que queria foder o capitão, sua intenção fora puramente a de humilhá-lo e nada além disso, nunca pretendeu sentir algum prazer fazendo isso. Não é possível que um homem sinta prazer fazendo sexo com outro homem, semicerrou os olhos e uma sombra de repulsa pairou sobre os olhos verdes.

De repente uma onda de sensatez invadiu a sua mente e preencheu os músculos com algum tipo de culpa ou remorso, algo que ele não conseguia descrever, mas era sem dúvidas um sentimento ruim. O que eu estou fazendo? Perguntou mentalmente várias vezes para si mesmo. Sabia a resposta, só não queria aceitá-la. Estava realmente sendo ridículo e um cretino, por que Arthur gostava de mulheres. Gostava? O recruta balançou violentamente a cabeça e deu um sorriso bobo, que pergunta idiota, é claro que gostava, tudo o que Arthur sempre sonhou desde a adolescência foi com uma bela mulher e não com...o capitão.

- Eu... não... sou. – falou com alguma hesitação.

- Se não é gay, como espera dar prazer a outro homem?! O que pretendia fazer comigo agora se eu não o tivesse impedido?! – o capitão indagou, ainda furioso. – Quando disse que queria me foder, pelo menos sabia o que isso significa?!

O recruta sentiu as mãos tremerem, Henry tinha escutado, é claro que tinha, Arthur tinha sido idiota o suficiente para dizer aquilo em voz alta alguns segundos após a porta se fechar.

- É claro que eu sei o que isso significa, não sou idiota. – respondeu. – Só que eu... – as palavras desapareceram por alguns segundos, mas ele finalmente recuperou o fôlego. –... eu não estava falando sério.

- Eu sei que não. – ele disse. – Saia daqui.

- Capitão, eu... por favor me desculpe. – o louro disse exatamente quando não sabia mais o que dizer.

- Se eu tiver que mandar você sair daqui de novo será acompanhado por outros oficiais.

Arthur o fitou por mais alguns segundos se sentindo um completo idiota e mordeu o lábio inferior, já tinha feito bobagens o suficiente por um dia, o mais certo a se fazer agora era obedecer pelo menos essa ordem de Henry. Bufou e saiu com passadas apressadas para fora da enfermaria.

O barulho da porta se fechando soou um pouco oco aos ouvidos de Henry. Por alguns segundos ele permaneceu fitando o chão tentando entender o que tinha acabado de acontecer, mas aquele garoto era simplesmente incompreensível. Não, ele sabia o que tinha acontecido, era sempre assim que acontecia. Primeiro eles ficavam excitados com ele, desejavam tocá-lo, imploravam por seu toque, mas quando questionados sobre sua sexualidade sempre acabavam percebendo a desgraça que estavam cometendo e recuavam para sempre. Só não esperava que Arthur fosse segurá-lo daquele jeito, fosse apertar suas bochechas e forçá-lo a beijar seus lábios. Isso tinha sido realmente frustrante.

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