Bônus: Running

6.1K 312 126
                                    

Sven pegou mais uma fatia do sanduíche e mordeu, mastigou lentamente e depois mordeu de novo enquanto meneava positivamente. Hans o tinha atraído para a cozinha com a promessa de sanduíches e se provou um homem de palavra, embora os sanduíches fossem parte de uma engenhosa armadilha para prender o enfermeiro ali enquanto o ruivo reclamava de tudo e de todos. Ele era bom nisso, em reclamar, e era muito atento à cada pequeno detalhe tanto na aparência quanto na personalidade de cada militar naquele quartel. Sven tinha certeza de que se ele usasse essa sua atenção e memória fotográfica para o bem certamente seria promovido e transferido para outro setor, não que estivesse mal ali na cozinha, Hans cozinhava muito bem e os sanduíches estavam deliciosos. Pensando nisso, Hans provavelmente seria desperdiçado se o mandassem para a administração e ele ficasse preso em um cubículo o dia todo assinando papéis. Mesmo Henry que sempre lhe pareceu uma criatura solitária não estava aproveitando tanto sua promoção. Hans certamente colocaria fogo em tudo com uma semana. Não. Hans era ao mesmo tempo uma criatura antissocial, porém extremamente social, não sobreviveria sem seres humanos ao seu redor para serem humilhados e maltratados, seu ego se alimentava disso e sem o sofrimento alheio o ruivo provavelmente definharia rapidamente e com facilidade.

– Mas então, o que aconteceu? – Sven perguntou interrompendo-o quando percebeu que já tinha comido a última fatia de sanduíche. – Você não me chamou aqui só para reclamar feito uma lavadeira que perdeu o sabão.

– Se você quer ir embora então pode ir. – cruzou os braços e franziu o cenho.

Sven suspirou, Hans era e sempre seria uma criança mimada, mal-educada e pirracenta. Ajeitou-se na cadeira e se inclinou sobre a mesa, estava em horário de serviço, não podia passar tanto tempo fora da enfermaria sem um bom motivo.

– Não vou poder te ajudar se você não cooperar. – arqueou uma sobrancelha. – É alguma coisa venérea?

– É. É AIDS e isso no seu sanduíche não era maionese. – respondeu imediatamente.

– Certo, então acho que estou voltando para a enfermaria. – suspirou brevemente e se levantou.

– Eu furei um piercing no pau.

– O que? – Hans, dentre todas as pessoas naquele quartel, era quem conseguia chocá-lo com mais facilidade.

Sentou-se na cadeira e levou as mãos até o rosto, sabia que era algo anormal – quando se tratava de Hans sempre era – só não esperava que fosse algo nesse nível. Olhou de soslaio para o ruivo, na verdade nem sabia porque estava tão surpreso, sempre se deve esperar o inesperado quando se trata de Hans.

– Como isso aconteceu?

– Bom, um gordo careca e todo tatuado colocou uma espécie de tesoura no meu pau e com uma agulha ele...

– Não, essa parte eu sei, quero...

– Como assim você sabe? – Hans o interrompeu e sorriu maliciosamente. – Não me diga que...

– Não, imbecil, é que os procedimentos para a perfuração são sempre muito parecidos. – explicou, mas o sorriso de Hans era uma viagem sem volta e ficou rapidamente corado. – Quero saber porque infernos você furou um piercing no pênis.

– Lembra daquela noite no cassino? – bufou. – É claro que você não lembra, estava tão bêbado que eu achei que ia finalmente te comer.

– O que?

– Nada, vamos prosseguir com o piercing. – desvencilhou-se do assunto, tinha levado um soco no plexo solar que o fez ver estrelas por alguns minutos. Apanhar de Heiner foi algo que jamais passou pela sua cabeça, mas o garoto ficou tão irado que se Krieg não o tivesse segurado a noite poderia ter ficado mais trágica. – Eu fiz uma aposta com Krieg e Astrophel, nossos times iam jogar e o perdedor deveria furar um piercing no pênis. Você está rindo?

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 16, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

DamageOnde histórias criam vida. Descubra agora