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Verdade nua e crua:

{s/n}

Virei o volante e girei o carro, pisei no acelerador ficando lado a lado com o Suna, meu coração palpitava, a busca por uma resposta rápida estava me deixando nervosa e preocupada.

Mas me acalmei assim que vi o túnel pelo qual iríamos passar, tudo iria ficar bem agora, iríamos despistar eles e continuar. Minha mente implorava para que assim que eu entrasse naquele lugar escuro, poderia ter minha resposta e continuar, mas tudo ainda era muito louco para raciocinar.

Entramos no túnel, a escuridão me fez arfar, mais ao longo vi o caminhão que iria ser nossa salvação. passamos por ele e deixamos que o cofre entrasse pela parte de traz, sem demora vejo de relance o Kuroo colocar os ganchos no cofre que iríamos usar como distração, tudo como planejado.

Acelerei junto do Suna e saímos do túnel, assim como Kenma havia pensado, os polícias estavam do lado de fora esperando.

- Freia!- Suna diz pelo radinho, logo obedeci e girei o volante pisando no freio, o cofre foi pra frente e bateu contra as duas viaturas- Isso.

- Essa foi boa- Kenma diz animado.

- Como você sabe disso?- Perguntei confusa.

- Eu tô acompanhando vocês pelas câmeras de segurança das ruas- Kenma responde e fiquei impressionada.

- Sem tempo, vamos logo S/n- Suna repreende pelo rad8nho.

Voltei a pisar no acelerador, acompanhei o Suna na mesma velocidade escutando o som das sirenes, era tão incrível sentir aquela sensação de perigo, estar sendo perseguida pela policia e ter ao seu lado alguém que estava sendo procurado.

Mais ao longe já podia ver a ponte, só precisamos passar por ela e fingir um acidente, tudo estava indo bem, mas pelo retrovisor ainda podia ver o carro onde meu pai e o Tsukki estavam, e, foi ai que os problemas começaram.

Fomos até a metade e viramos o volante girando os carros, estávamos parados observando as viaturas vindo em nossa direção, meu medo estava grande, mas a confiança continuou, eu nunca havia pensado que algo estava para mudar tudo naquele momento.

O carro que o Kuroo dirigia foi na direção da viatura onde meu pai estava, a batida foi tão forte que escutei de onde estava, um estrondo alto fez até meus ossos ranger, os pelos dos meus braços se arrepiaram e algo se contorcer no meu estômago, bem no meu interior.

Arfei, não estava conseguido respirar, mas o carro do Kuroo continua vindo na nossa direção, Bokuto e o Kita vinham logo atrás. Meus dedos pressionaram mais o volante, cravei minhas unhas ali e implorei para que tudo estivesse bem, então, vi meu pai e o Tsukki saindo da viatura.

Os meninos pararam na nossa frente mas algo parecia errado, a janela do carro do Kita estava quebrada, e pelo pequeno buraco de bala pude ver ele se contorcendo de dor.

- Kita?- A voz do Suna ecoa- Você foi atingido?

- Eu perdi um pouco de sangue- Respondeu com uma voz fina, parecia cansado.

- S/n, vamos- Suna diz mas continuei parada observando meu pai- S/n?

- Me desculpa...- Murmurei sentindo meu peito arder.

- S/n, temos que deixar o cofre e sair- Suna diz tentando me chamar atenção.

Vi o Kita saindo do carro, a lateral do seu braço foi at8ngida, Kuroo não perde tempo e vem ajudar a tirar os ganchos, mas continuei parada, sem fazer nada. O som alto de um disparado me fez voltar para a realidade, mexi meu braço vendo que o Bokuto foi atingido por uma bala.

- Merda!- Suna xinga em voz alta agarrando o braço do Bokuto e o levando para dentro do seu carro- Vamos logo com isso.

Assim que ele termina, o som de mais um tiro ecoa pelo lugar, mas dessa vez foi a vez do Kita.

O corpo de Kita caiu no asfalto, todos estavam parados, não estava nos planos aquilo, nunca foi pensado na hipótese de alguém se ferir. Olhei para o lado notando que o Suna estava prestes a sair do carro, mas soltei meu cinto e abri a porta antes, corri na direção do corpo de Kita e me agachei para checar seus ferimentos.

A bala havia se alojado na lateral do corpo, ele estava perdendo muito sangue, seria impossível fugir e ele ainda estar vivo.

Olhei para as viaturas parando em linha reta, prontas para nós pegarem, as portas estavam abertas formando um escudo enquanto ainda atiraram na nossa direção. Levantei um pouco minha cabeça e pude ver meu pai de relance, nosso olhar se encontrou e por um momento eu desejei que aquilo nunca tivesse acontecido.

- Vamos, S/n- A voz do Kenma ecoa nos meus ouvidos- Temos que fugir antes que seja tarde.

- Não podemos deixar o Kita assim, ele vai morrer- Disse com a voz falha.

Sentia meus olhos arderem quando me virei para encarar os olhos estreitos do Suna, eu queria sentar e chorar como uma criança, mas não tinha tempo para aquilo. Suspirei me preparando para me arrepender da decisão que tomei. mas pelo menos iria salvar a vida de alguém.

Respirei fundo e peguei meu celular, disquei o número do meu pai e o aproximei da minha orelha, mentalmente pensando em desculpas e respostas.

- Não é um bom momento, s/n- A voz do Tsukki me fez arregalar os olhos.

- Passa para ele- Ordenei escutando vozes abafadas logo em seguida.

- Você está envolvida nisso?- A voz do meu pai me causou arrepios, aquela tinha sido dia primeira pergunta, não um "você está bem?".

- Me escuta, tem alguém ferido, foi um tiro na lateral do corpo e a bala está alojada- Disse checando o ferimento mais uma vez- Ele está perdendo muito sangue e vai morrer.

- Será só mais um bandido- Respondeu sem emoção, virei minha cabeça encarando olhar do Suna.

Agora ele já sabia.

- Por favor, pai...- As lágrimas começaram a descer pelas minhas bochechas quentes, Suna me olhava sem emoção, tão frio que podia congelar meus ossos- Eu faço qualquer coisa, só não deixa ele morrer...

- Se entregue e entregue eles- Ordenou, sentindo meu mundo cair eu desliguei o celular, peguei o radinho com minhas mãos trêmulas.

- Fujam...- Murmurei logo o abaixando.

Olhei para o Suna, meus lábios imploravam por perdão, para que entendesse meu lado, para que um dia me perdoasse. O som dos motores a minha volta ecoam, Suna foi o último a sair daquele lugar.

E foi ali, observando os carros sumirem da minha visão que eu entendi os sentimentos confusos, as perguntas sem respostas e a carência por sua presença.

Eu o amo.

𝕿𝖔𝖐𝖞𝖔 𝕯𝖗𝖎𝖋𝖙 - Suna Rintaro -Onde histórias criam vida. Descubra agora