Você se foi:
{S/n}
- Antes de tudo- Suna desce os degraus e para na minha frente- Tira a roupa.
- Que?- Murmurei sem entender.
- Quero ter certeza que não está com uma escuta- Explicou, suspirei mas sabia que ele não confiava mais em mim, entendia seus motivos.
- Eu não queria trair vocês- Comecei a explicar tirando meu casaco- Meu pai me chantageou, tente entender meu lado.
- Eu já desconfiava de você- Suna diz sem tirar seu olhar das minha sãos que me despiam- Mas não queria acreditar.
- Eu queria fugir com vocês- Disse com sinceridade- Eu realmente queria, mas eu perderia a única coisa que minha mãe deixou para mim, e se meu pai colocasse as mãos na oficina, ele venderia sem dó.
- Aquela oficina era o sonho da sua mãe- Suna olhou nos meus olhos, era um olhar diferente dos outros.
- Você fala como se já tivesse a conhecido- Disse confusa, eu sabia que tinha algo naquele olhar.
- Eu conheci ela- Suna diz e parei de tirar minha blusa, estava surpresa com oque ele disse.
- Como?- Questionei duvidosa.
- Antes dela morrer- Suna abaixou o olhar e começou a caminhar em volta de mim- Continuei tirando a roupa.
- Responda minha pergunta- Falei voltando a tirar minhas roupas lentamente.
- Ela conheceu meu pai, eles dois gostavam de apostar- Suna soltou uma risada curta- O primeiro carro que ela ganhou numa aposta foi do meu pai.
- Eles eram amigos?- Questionei tirando a blusa e colocando do lado do meu casaco.
- Não- Respondeu quando desabotoei a calça- Eram parceiros de negócios.
- Por que não me falou isso antes?- Perguntei abaixando minha calça.
- Queria ver até onde iria- Suna parou na minha frente, agora estava seminua, não teria como ter escutas- Você foi bem longe.
- Culpe meu pai- Disse o encarando nos olhos, seu olhar percorreu todo meu corpo e depois subiu para meus olhos novamente- Não tenho uma escuta.
- Notei- Falou com calma, ergueu a cabeça e passou por mim, acompanhei com o olhar ele pegar uma chave e caminhar na direção da porta.
- Suna- O chamei e ele parou, caminhei até ele e suspirei- Me leva junto, por favor.
- Você já tomou sua decisão- Suna diz pronto para ir embora, mas segurei na sua mão o impedindo.
- Eu só fiquei porque o Kita iria ser preso e preocupada de alguém para estancar o sangue, senão ele não iria chegar vivo no hospital- Expliquei abaixando a cabeça, me aproximei do seu corpo com calma- Eu quero ir com você, não importa para onde, só me leva para longe desse lugar.
- S/n- Suna murmurou meu nome, entrelacei seu corpo com meus braços, encostei meu rosto nas suas costas e senti novamente o perfume que fazia questão de lembrar todas as noites- A oficina da sua mãe-
- Eu já dei um jeito nisso- Resmunguei com meu rosto afundado nas suas costas- Por favor, Suna.
Senti sua mão sobre a minha, era um conforto tão simples, algo que me deixava feliz, mas triste ao mesmo tempo. Logo se afastou, virou seu corpo na minha direção, seus olhos estavam fixos nos meus, podia ver que ele lutava contra alguma coisa na sua cabeça.
- Você ajudou eles- Suna parecia triste mas não demonstrava, ele sabia como esconder oque sentia, mas parecia diferente dessa vez.
- Ajudei porque fui chantageada- Disse sentindo que iria chorar a qualquer momento.
- S/n, acho melhor você ficar- Suna se afastou com passos lentos.
- Não...- Disse começando a sentir as lágrimas descerem pelas minhas bochechas- Eu te amo...
- Eu também te amo- Suna sorriu tristemente quando encarou minha lágrima- Mas eu tenho que ir.
- Por favor- Me aproximei dele, mas assim que fui para abraça-lo acabei escutando um som familiar, senti algo gelado no meu pulso, olhei para minha mão e vi que estava algemada no corrimão da escada- Suna...
- Amanhã, S funcionários irão vir trabalhar e poderão te soltar- Suna coloca a chave em cima do capo de um dos carros, caminhou até a porta e me olhou uma última vez com um sorriso falso- Foi bom viver tudo isso com você.
- Não, por favor...- Murmurei sentindo minhas pernas falharem.
Um buraco negro se abriu no chão quando o vi passar pela porta calmamente, senti que meu mundo havia caído e que não conseguiria mais levantar.
Mas não seria o fim.
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{Suna}
- Telefone para você- Kita diz jogando o telefone na minha direção.
- Cuidado- O repreendi sorrindo quando peguei o telefone, ergui próximo da orelha e suspirei- Alô.
- Saia da casa- A voz do outro lado da linha diz, parecia ser seria e autoritária.
- Esper-
- Saia agora- Ordenou mais uma vez, olhei para o Kita pegando a pistola em cima da mesa e caminhei calmamente até a porta, olhei de relance e vi um carro familiar, um Koenigsegg One:1, na frente dele estava uma silhueta com um celular na mão- Passe por essa porta agora.
- Não pode ser...- Murmurei abrindo a porta, me aproximei do carro e a pessoa se virou na minha direção com um sorriso nos lábios.
- Suna Rintaro- S/n estava na minha frente, não podia acreditar que depois de três anos ela estava ali- Você sabe como foi difícil localizar você, por longos meses pensei que havia morrido ou era um fantasma.
- Como?- Questionei confuso, ainda não acreditava que ela estava ali.
- Tenho meus contatos- Ela tirou as luvas e os óculos escuros, podendo revelar os lindos olhos- No dia que você me deixou eu fiz minha escolha passei esse tempo todo procurando você.
- S/n...- Apenas abracei ela, fazia tanto tempo que queria vê-la, poder tocar ela novamente- Eu..
- Calma- Falou passando suas mãos pelas minhas costas- Agora temos todo o tempo do mundo.
Separei o abraço e entrei suas mãos, não consegui pensar em mais nada, apenas pressionei meus lábios contra os meus. Queria tocar ela para ter certeza que estava ali, queria sentir seu calor, seu cheiro e seus beijos que me faziam falta, mas tive que separar o beijo quando o ar fez falta.
- Você corre, eu corro...- Murmurei encostando nossas testas.
- Você luta, eu luto...- Continuou, como se fosse uma música.
- E se você morrer antes de mim...- Mostrou um sorriso bobo.
- Eu morro- Completou logo selando nossos lábios em mais um beijo.
Fim
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𝕿𝖔𝖐𝖞𝖔 𝕯𝖗𝖎𝖋𝖙 - Suna Rintaro -
RomanceS/n, uma garota independente que é obrigada pelo seu pai a conseguir informações sobre um grupo que realiza furtos e corridas ilegais. Suna Rintaro, misterioso e de caráter duvidoso que se sente atraído pela S/n assim que nota como são parecidos. M...