Atac

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Cento e seis quarteirões depois e não encontramos nada, já estava começando a ficar irritada, quando a voz de Trish me desperta.

- Tem uma clínica médica a dois quarteirões a esquerda daqui. - Ela murmura olhando um dos mapas, e apenas assinto guiando a nossa frota pelas ruas, com nossas armas sempre em punho.

O céu escuro faz parecer que estamos em outro planeta, as estrelas são tantas e tão brilhantes sem todas as luzes que é um lindo cenário. Ao longe podemos ver as luzes da zona segura, enquanto entramos mais afundo nas ruínas de New York City.

Vejo a fachada da clínica e suspiro aliviada, vai dar tudo certo. Olho para trás brevemente me certificando que ainda estamos todos juntos, e caminho até a entrada do local. Os cacos de vidro da antiga fachada estão espalhados pela calçada, e o lugar parece bem assustador.

Me ajoelho enquanto ando lentamente até a sala do lado, garantindo que está tudo vazio, e só então subimos as escadas. O segundo andar tem um grande laboratório, com uma câmara fria onde centenas de remédios estão, dígito as senhas que temos no painel e aliviada vejo a porta ser aberta. Mr. Lotim era um antigo pesquisador, e no começo do isolamento ele avisou que todos os laboratórios usam o mesmo código de segurança, passando para todas as equipes de coleta.

Pego uma das bolsas que me foi traga e começo a coletar os frascos de antibióticos, vitaminas, gazes, soros, esparadrapo, bandagens e outros vidros. Entrego a bolsa cheia e pesada para Jay saindo da câmara que agora está vazia.

- Precisamos de comida agora, Trish tem algum antigo supermercado aqui perto? Não vi casas para invadir. - Pergunto para a ruiva, a vendo avaliar o mapa e os demais observarem as macas, telefones e sofás.

- No final dessa rua, antes de uma rotatória, na esquina temos um Walmart, pessoal. - A mesma diz alegre, e suspiro com felicidade, não esbarramos em nenhum morto vivo e estamos penetrando mais na cidade e encontrando centros comerciais, só espero que tudo não esteja estragado pelos anos.

- Puta merda, vejam isso. - Sussurra Cind escorada na janela, quase escondida, com os olhos verdes totalmente arregalados.

Todos nós nos aproximamos e sinto minha garganta fechar. Puta merda. Do outro lado da rua tem o maior grupo de zumbis que vi. Meus olhos se focam neles, tentando os identificar, doze ômegas, consigo contar, que eles estão em quatro fileiras de três, levemente inclinados para frente, e farejando o ar. Mas eles não estão sozinhos. No meio das quatro fileiras existem seis betas, e no centro, protegidos, três alfas. Puta merda.

Vinte e um filhos da puta. Nunca vi nada igual, tantos juntos, e as três classes juntas. Era estranho ver como os ômegas se curvam ligeiramente em submissão aos demais, e como os betas protegem os alfas, principalmente a mulher alfa no centro.

Ouço alguém arfar atrás de mim, mas ignoro, totalmente focada neles. Não era uma caçada normal, eles entram nos lugares cheirando e saem, era como se...

- Pode ser loucura, mas parece que eles estão procurando algo. - Sussura K.J e aliviada percebo que não sou a única a chegar a essa conclusão.

Vejo pelo canto dos olhos alguns acenarem em concordância a essas palavras, antes da voz fina de Sophia soar.

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