Observo a luxuosa suíte sentindo raiva por estar presa aqui, o lugarestá empoeirado pelo tempo sem um hóspede, e meu nariz começa a pingar junto com meus olhos coçando, caminho até as cortinas as escancarando e testo as portas da sacada, vendo que elas se abrem. Uma camada de pó deixa o quarto no instante que o vento noturno entra em uma brisa forte.
A sacada é bem arrumada, e está um pouco suja mas ainda é refrescante. Olho para baixo me perguntando se devo me jogar aqui de cima, estou na cobertura o lugar mais alto e com certeza a queda me mataria, mas o medo me faz congelar, respiro fundo com ódio de ser tão covarde, e furiosa chuto a mesa de madeira que está ali, fazendo um estrondo quando ela se choca com a parede.
Me ajoelho fincando minhas unhas no couro cabeludo, um grito deixa minha garganta, e começo a lacrimejar com o peito doendo de raiva e dor. Era minha culpa eu todos morreram, Jay morreu pela minha inconsequência, eu não era capaz de liderar aquela missão e fracassei totalmente. Olho para as minhas mãos vendo o sangue escuro de todos os mortos vivos que matei e começo a esfregar as mãos na roupa, tentando me limpar.
Desgraçados. É tudo culpa deles. Travo meu maxilar, apertando meus dentes e tentando controlar minha respiração ofegante. Que merda! Me levanto do chão sentindo as pernas trêmulas e vou até o banheiro, tento abrir o registro da pia fitando meu rosto devastado e manchado do sangue daquele filho da puta, e abro a torneira vendo a água suja cair na pia.
Solto um gemido de nojo vendo a água de cor esverdeada e espero por um tempo, até a tonalidade mudar para incolor como devia ser. Lavo minhas mãos as esfregando e molho meu rosto sem me importar de me molhar, limpando qualquer resquício do sangue de meu corpo.
Quando minha pele volta ao tom rosado consigo relaxar mais calma, e abro os armários do banheiro a achando uma toalha de rosto. Me seco enquanto olho o banheiro escuro. A luz da lua sendo a única coisa que ilumina o interior do quarto e banheiro. Testo a fiação percebendo que ela obviamente não funciona e solto um xingamento pescando do meu bolso traseiro uma pequena lanterna que tinha.
Ilumino o banheiro, ficando surpesa pelo box, vaso e banheira estarem limpos além da pequena camada de poeira. Mordo meu lábio inferior sabendo que não conseguiria dormir nem se quisesse, vou para o quarto e sorrio agradecida ao ver que dentro do closet embutido na parede existem alguns lençóis, toalhas, roupões e cobertas. Santo seja o cuidado com os hóspedes, hotel Plaza. Pego uma das toalhas a lavando e pondo para secar na varanda, voltando para dentro.
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Apocalypse
Teen FictionA vida é uma merda, e Ava, uma sobrevivente do vírus X-18 sabe bem disso. O vírus X-18 nada mais é do que uma mutação que atinge o corpo humano após o veneno da mordida de um contaminado entrar em contato com o sangue de um dos não infectado, mas a...