Apocalypse

Who I am?

Experimento Militar 001

Quase três anos atrás

Não consigo me lembrar de nada em específico de minha vida, tudo que sei é o que essas pessoas dizem, e por muitas vezes eu não consigo entender suas palavras. É como se minha mente não as associe muitas vezes. Estou acostumado com essa dor em meu corpo, das lâminas me perfurando e fazendo testes comigo, meus membros estão presos sobre a grande maca de metal, acorrentados a grades, e a luz sobre o meu rosto quase me cega.

Na maior parte do tempo não consigo fazer nada além de ouvir, vez ou outra quando um dos cortes dói demais solto um som de raiva, o que essas pessoas... esses médicos... chamam de rosnado. Meus músculos estão sempre fracos e pela minha corrente sanguínea dia após dia são aplicados coisas que me provocam dor e queimação.

Os médicos dizem que eu sou a salvação da nação, que o meu sofrimento vai causar benefício. Eles me ensinam algumas palavras novas, e me mostram vídeos de objetos, pessoas, e formas de lutar. Querem que eu seja o protótipo prefiro perfeito, para ajudar a todos. Tento crer nessas palavras, com meu único desejo sendo compreender quem eu sou, ou quem eu era antes de ser o Experimento Militar 001.

Esse não podia ser meu nome, já ouvi como os outros médicos se chamam, Arthur, Theodoro entre outros. Meu nome deve ser algo assim, e essa é uma de minhas maiores curiosidades.

Os médicos estão nervosos hoje, querem me levar para um novo local, me mostrar para alguém, e confesso estar ancioso.

[...]

O leve balançar de onde estou preso me faz rosnar em insatisfação, não entendo porque essa coisa balança tanto. Mas minha raiva cresce subitamente ao sentir meu corpo ser brutalmente jogado de um lado para o outro. As correntes rasgam meu pulso e com nervosismo o puxo estourando a amarra.

Me ajoelho soltando as outras algemas e fico sentado esperando, sozinho, o leve balanço voltar, mas sou surpreendido quando a porta do lugar que estou cai. Lá fora está claro, mas a luz não me cega como mas áreas de pesquisa. Respiro fundo sentindo um cheiro diferente dos produtos químicos e saio lentamente.

Um grupo de homens está ali, mas eles não se parecem com os médicos, e todos me olham com algo como medo e nojo. Não gosto desses olhares. Eu iria os ignorar e esperar os demais virem me prender para continuar o trajeto, mas um som alto me faz parar.