Death

5.2K 523 112
                                    

O dia começa a escurecer do lado de fora, e a cada instante mais anciosa me encontro. Tudo que consigo fazer é imaginar que se eu não morrer devorada por aqueles demônios a loucura vai me levar. Tateio meus bolsos em busca de qualquer coisa que me distraia e noto a foto da modelo que encontrei no Walmart.

A cor de pele da mulher me lembra Trish, assim como seu sorriso alegre, e acabo segurando a vontade de chorar. Ponho a foto Polaroid presa na escrivaninha, e volto para a cama, observando a mesma, quase me sentindo em casa.

Saio de meus devaneios ao ouvir um barulho na porta, alarmada me encolho sobre a cama vendo meu carcereiro entrar no quatro. Engulo a seco o fitando, o homem é grande e musculoso o suficiente para que eu não consiga ver o corredor que está em suas costas, mas o que realmente chama minha atenção nesse momento é a mochila que o mesmo segura na mão direita.

Espero que o time de resgate tenha tirado os sobreviventes e apenas tenham esquecido a minha mochila, que pensar em qualquer outra alternativa me machuca. Ele se aproxima de mim, e abre o zíper principal da mochila, derrubando tudo sobre a cama.

Meus olhos brilham quando vejo uma pistola e um punhal ali dentro, mas antes que eu possa as pegar ele o faz, guardando os dois objetos e me fazendo olhar para ele com raiva por ser contrariada. Às vezes me pergunto o quanto ele entende do que eu falo, ou do meu mundo, ele estaria tão confuso quanto eu?

O vejo por sobre a cama uma pilha de lençóis e toalhas, e agradeço mentalmente antes de pegar uma das lanternas que estavam em minhas coisas. Basicamente eu tenho comida, algumas gazes e antibióticos, lanterna e sabonetes. O suficiente para sobreviver por em média um mês e meio. Não que eu ache que vou sobreviver a tanto.

Sobre o olhar atento do mesmo começo a guardar as coisas nas gavetas da escrivaninha, e quando termino percebo que ele ainda está dentro do quarto, que mais perto  observando a foto.

- É uma polaroid, um tipo de foto. Gosto de colecionar coisas. - Conto em tom baixo, sem saber porque estou falando isso, antes de limpar minha garganta e continuar. - O que você quer? Pode ir embora. - Digo virando de costas, se ele for me atacar meu posicionamento não vai adiantar muito, tendo em vista o seu tamanho.

Engulo em seco quando sua mão toca meu pulso o envolvendo com firmeza. Olho para o mesmo sem entender o que ele quer, que começa a me guiar até a porta.

ApocalypseOnde histórias criam vida. Descubra agora