Os dias que se prosseguiram foram bons e leves, a maior parte do tempo passei com ele e foram momentos... maravilhosos, e eu daria qualquer coisa para nunca sair dessa bolha de leveza e alegria.
Sou despertada de meus pensamentos quando Harper aparece ao meu lado, limpando as lentes do óculos de grau.
- Vai me ajudar com a mudança, ou está ocupada? - Ela pergunta com uma voz que deixa clara sua satisfação por eu ter estado bem ocupada nos últimos dias.
- Anda logo, e para de ser chata. - Reclamo sorrindo para a mesma e ando ao seu lado pelo hall do hotel.
Quando chego no lado de fora percebo que Ume está segurando Emma no colo e balançando a garotinha que gargalha.
Olho para Harper com uma cara de "você tá sacaneando comigo, né?" E a mesma apenas da de ombros com seus olhos azuis brilhando com malícia de quem aprontou.
Nós três caminhamos com calma, com Emma conversando entre grunidos com Ume, que a responde da mesma forma, parecendo em um assunto muito interessante que me deixa curiosa por não entender seu idioma.
Perambulamos pelos becos e vielas da cidade que está movimentada de forma engraçada, todos eles andam em grupos, conversam e interagem uns com os outros em um carinho e alegria que me fazem franzir o cenho de surpresa.
Quando entramos na parte mais funda da cidade, na periferia, sorrio pela quantidade de casas organizadas, a tinta nova em cores claras, des de rosado, azul, amarelo e violeta.
As cercas que rodeiam as casas pintadas de branco e vários canteiros de flores e pequenos arbustos. É como estar em um bairro familiar antes do vírus, quase como em outra vida.
Me viro para Ume, Harper e a pequena Emma. A última sai correndo pela rua até parar de frente a uma casa de cor rosa claro com madeira branca de dois andares, uma macieira está na parte da frente, com um pequeno balancinho.
- Mamãe! Mamãe! Vamos logo! - A garotinha animada grita, fazendo todas nós começarmos a rir.
Quando chegamos a casa Harper pega produtos de limpeza e se vira para nós.
- Emma você vai para o seu quarto e arrume seus brinquedos. Ume ajuda a Ava a limpar o segundo andar, você tem mais força, e eu vou fazer o jantar e arrumar o primeiro andar. - A mesma decreta com as mãos na cintura, me fazendo rir e concordar em continência como para um general.
Ume pega o balde com os produtos de limpeza e sobe as escadas, suspiro pegando o rodo, vassoura e panos indo atrás dela. Limpamos os três quartos do segundo andar e um dos banheiros em completo silêncio, e quando vamos para o último banheiro eu começo a ficar incomodada com o silêncio mortal.
A asiática está sobre uma escada limpando as paredes próximo ao teto, pelo jeito ela é meio maníaca por limpeza. Continuo calada e quando ela desce as escadas e com uma escovinha começa a esfregar a divisória das cerâmicas me fazendo rir baixo, antes de falar.
- Eu não gostava de você. - Comento em um tom baixo a fitando através do espelho que lavo.
- Eu não gosto de você. - Ela diz, seus olhos puxados focando em mim, e quando acho que ela está falando sério noto que o canto de sua boca está puxado para cima, em um sorriso malicioso e brincalhão.
Pego uma concha de água na mão e jogo para ela, antes de rir baixo junto a ele.
- Você tinha ciúmes de 001 comigo. - Ume fala, e não é uma pergunta, e sim uma constatação que me faz dar de ombros, um pouco insegura.
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Apocalypse
Teen FictionA vida é uma merda, e Ava, uma sobrevivente do vírus X-18 sabe bem disso. O vírus X-18 nada mais é do que uma mutação que atinge o corpo humano após o veneno da mordida de um contaminado entrar em contato com o sangue de um dos não infectado, mas a...