Choice

4.8K 503 68
                                    

A raiva, angústia, confusão, ódio, dor e mágoa se juntam em meu interior, eu ainda não consigo acreditar que por um momento me esqueci da natureza dele. Ele matou o tenente Will, e eu tolamente me sinto devastada com o pensamento, como se fosse uma surpesa ele matar. Burra, Ava!

Minha caixa torácica dói pela constante força que faço em procura de ar, e sentada em posição fetal a vida parece uma merda maior do que me lembro. As marcas em meu corpo, do dia do ataque doem, mas agora parecem estar queimando em fogo vivo, e sei que é o meu psicológico me castigando.

Estou com fome mas me nego a comer a comida que aquele desgraçado me trouxe. A raiva dele está em segundo plano, perdendo apenas para o nojo de mim mesma. Ainda não sei porque estou viva, se sou um tipo de ritual diferente, ou qualquer outra coisa, mas sei que não posso continuar aqui.

Com o meu próprio corpo falhando em me deixar de , reuno toda minha força e coragem para por meu plano em ação. Tento abrir a porta da sacada empurrando a escrivaninha até o vidro, mas minha força não é o suficiente para quebrar o vidro temperado.

Com raiva e frustrada me sento na cama, mordendo meu lábio inferior antes de olhar para os ganchos das cortinas. Pego um lençol, o prendendo no gancho, e subo na escrivaninha enrolando o tecido no pescoço com firmeza, e com toda a minha coragem, deslizo meus pés até a beirada da escrivaninha.

O puxão faz meus olhos lacrimejarem e posso sentir o ar falando em meus pulmões, por conta da vai respiratória bloqueada, enquanto tento segurar o impulso de me debater.

É quando um barulho ensurdecedor acompanha a dor em meu corpo, e percebo que estou jogada no chão, com os músculos latejando pela queda. Toco no pescoço dolorido e ergo meu olhar querendo ver o que falhou em meu ato. O tecido. Os anos guardado resultou na fragilidade do mesmo em aguentar o meu peso. Merda.

Pensando em qualquer outra ideia uma me vem à mente, e por mais assustada que esteja eu sei que é a melhor saída. Me levanto do chão, tentando ignorar a dor em meu tornozelo esquerdo pela queda, uma vez que cai sobre os pés com tudo, e caminho até pegar o caco de vidro embaixo do colchão.

Sigo para o banheiro, tendo meu caminho iluminado pela luz pálida da lua. Tiro as botas de couro e entrando na banheira, com o caco de vidro em minha mão direita.

A cena a seguir pode conter gatilhos para algumas pessoas, por possuir automutilação e tentativa de suicídio, no final desta haverá um aviso para poderem continuarem, caso desejem pular. Estão avisados. Leiam por sua conta, risco e saúde mental.

ApocalypseOnde histórias criam vida. Descubra agora