Everything is good

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O segundo dia foi pior. Não por coisas negativas, mas porque se tornou quase impossível não o notar.

Bocejo me sentando na cama e sobre minha escrivaninha está uma grande bandeja de café da manhã, e imagino que ele tenha entrado pela porta reserva do seu quarto. Me sento na cama e me estico pegando a bandeja e pondo sobre o colo e bebericando o copo de café e comendo um pedaço de pão doce, que Harper fez na tarde anterior, imagino.

Como calmamente com prazer antes de me levantar e ir para o banheiro, ligo a banheira me deitando na água quente e me ensaboando com cuidado.

Depois de pronta me visto com uma calça e um top, e pego um livro na estante, descendo e me sentando em um dos bancos da cozinha, lendo.

Poucos minutos depois, Harper chega sorrindo com Emma no colo, e ambas começam a preparar algo mexendo nos fornos e fogões, cheias de animação e riso, e involuntariamente começo a sorrir.

Por toda a manhã ambas cozinham tortas salgadas e doces e como eu e Harper somos as únicas que comem por necessidade, somos as primeiras a provar. Mais tarde, não Ume e Kalel, mas outros deles vem e comem também, dizendo, mesmo que em grunidos, que estava uma delícia.

Depois de ajudar a loira com a louça, volto a ler o meu livro, até o sentir. Sua presença não foi anunciada, ele não fez barulho, ou qualquer coisa do gênero, mas de alguma forma eu sabia que ele estava no cômodo junto à mim.

É como se meu corpo tivesse um radar, e naquele momento começou a apitar, notando sua presença, o sentindo. Quase como uma entidade, com tanta presença sobre mim que todo meu corpo se arrepia.

Ele se aproxima de mim, sem ter noção ou consciência da forma que me afeta, e mordo meu lábio inferior tentando focar nas palavras do livro em minha frente, o sentindo a cada passo mais próximo.

Quando enfim ele para ao meu lado ele apenas sorri antes de sussurar.

- Vem comigo. - Mesmo sem ter a mínima ideia de onde e porque, não demoro um segundo sequer para me por de pé e assentir, deixando o livro sobre a bancada.

Do outro lado da cozinha, Harper olha para mim com um sorrisinho tão convencido e com tanto "Eu sempre soube" que sinto vontade de voltar a me sentar apenas por birra, mas obviamente não o faço.

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