CAPÍTULO VIII

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"Outra promessa, outra semente

Outra mentira embalada para nos manter presos em ganância 

Com todos os "cintos verdes" amarrados em torno de nossas mentes

E a burocracia interminável para manter a verdade confinada"

— Uprising - Muse


Já fazia quase uma semana desde que desembarquei no Brasil

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Já fazia quase uma semana desde que desembarquei no Brasil. Iria me encontrar com minha mãe hoje, para discutimos sobre a empresa e quando eu assumiria o cargo na Jones.

Terminei de fazer o nó da minha gravata e coloquei o terno, abotoando o único botão que havia nele. Me admirei no espelho, gostando do reflexo que me olhava de volta. Os cabelos penteados para trás, o terno azul marinho de uma linha italiana que gostava muito, por baixo do terno vestia uma camisa branca e a gravata preta por cima, combinando com os sapatos que brilhavam tanto que era possível ver meu reflexo neles.

— Uma água com gás por favor. — Cheguei no restaurante combinado 20 minutos antes do horário que marquei com mamãe.

A ansiedade me corroía por dentro e minha perna balançava tanto que era capaz de derrubar a mesa.

— Vai acabar tendo um ataque de ansiedade. — A voz de minha mãe atras de mim me fez relaxar e respirar fundo de alivio. — Oi meu bem. — Ela se inclinou na minha direção, depositando um longo beijo em minha bochecha, fazendo meu sorriso se ampliar pelo gesto carinhoso.

— Pensei que não viria mais. — Brinquei com ela. — Vamos pedir? — Ela sorriu, se sentando na cadeira e assentindo.

Levantei a mão, chamando o garçom que prontamente veio. Resolvi pedir uma salada de frango de entrada, seguido de uma porção de arroz, filé mignon e fritas. Mamãe resolveu ficar apenas na salada, ela sempre foi de comer pouco, principalmente quando estava em reuniões de negócio, que era exatamente o propósito do nosso almoço.

— Já sabe quando irá falar com o seu pai? — Ela desabotoou o terno preto, apoiando-o no encosto da cadeira, dando lugar a uma camisa de seda branca que usava por baixo.

— Hoje, marquei o primeiro horário disponível em sua agenda, mas não dei meu nome. Ele pensa que é uma reunião com um possível cliente. — Minha mãe tentou não rir e eu dei de ombros, rindo. — Se ele visse meu nome iria desmarcar na hora.

— Esperto. — Ela respondeu, sorrindo.

— Tive a quem puxar. — Dei uma piscadela para ela, que sorriu de volta.

— Já sabe o que vai falar? — Fomos interrompidos pelo garçom que trazia nossas entradas. Mamãe mordiscou a salada, jogando um pouco de limão e sal em seguida.

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora