CAPÍTULO XL

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— Inferno! — Taquei o segundo copo de uísque vazio na parede

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— Inferno! — Taquei o segundo copo de uísque vazio na parede. — Porra!

Meu corpo inteiro queimava de raiva e ódio.

Eu me odiava!

Não consegui proteger a única pessoa que era minha obrigação fazer.

O olhar dele em pânico ainda estava vivido em minha mente, o corpo tremendo pelo ataque que tudo aquilo lhe causou. As lagrimas que jorravam pelo seu rosto.

Sentia meu peito se apertar e os olhos queimarem pelas lagrimas que eu me esforçava para manter presas.

Me escorei no bar, a cabeça pensa e o corpo inteiro tremendo. As lagrimas conseguiram quebrar a barreira e desciam tórridas e sem cessar pelo meu corpo. Meu coração doía tanto que era melhor não ouvi-lo bater.

As batidas descompassadas zumbiam em meu ouvido, me fazendo chorar descontroladamente e como uma criança apavorada.

O medo me percorria as entranhas, me sugando cada gota de vida e de alegria que demorei anos para sentir novamente. A cor em minha vida foi embora.

Apoiei as costas no bar, deixando meu corpo escorregar por ele, puxei os cabelos da raiz até sentir a dor queimar meu couro cabeludo. Essa dor era melhor do que a dor que eu sentia em meu peito.

Estava com o rosto entre os joelhos, derrotado e sem ânimo para nada, quando ouvi alguém bater em minha porta.

Já sabia quem era antes mesmo dela entrar.

Andy ainda estava aqui quando retornei para a Jones e ela me conhecia muito bem, para saber que não devia me encher de perguntas, pelo menos não antes do meu ataque.

— Leb? — Me surpreendi ao ouvir a voz da minha mãe.

Sua voz chorosa quebrou ainda mais meu coração em pedaços. Senti o corpo tremer novamente, os ombros chacoalhando com violência e as lagrimas me queimando o rosto, como lava.

— Mãe... — sussurrei, sem forçar para dizer mais nada.

Nenhuma única palavra saiu de meus lábios, mesmo quando ela correu para o meu socorro, ou quando me abraçou forte, me deixando extravasar toda a raiva que eu sentia do mundo, em nenhum desses momentos as palavras saíram.

Não era preciso, ela sabia o motivo da minha dor. Ela sempre sabia.

E ela sempre vinha em meu socorro, mesmo quando eu não merecia essa ajuda. Mesmo quando não merecia a sua empatia, o seu amor e solidariedade.

Ela vinha mesmo assim.

Enfiei o rosto contra seu peito e gritei, com toda força que consegui.

Amaldiçoando todo esse maldito mundo.

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora