Cicatrizes e Demônios | Livro 2 [SEM REVISÃO]

CAPÍTULO XVII

"Eu acabei de acordar de um sonho hoje
Tempo passou, mas você ainda tem a mesma aparência
Me senti tão real para ter você de volta comigo
É muito ruim, é apenas mais um sonho
Dê-me apenas um desejo"

— Miss you - Nickelback

O dia deveria ter bem mais do que 24 horas, porque só isso não era o suficiente para resolver tudo que precisava antes da festa de confraternização.

— Caleb sua mãe ligou. De novo... — Andy estava parada na porta, novamente.

Só hoje tinha visto a Andy mais vezes do que vi qualquer pessoa na vida.

— O recado que dei a meia hora atrás não mudou, Andy. — Respondi sem olhar para ela, enquanto organizava os documentos das doações para a festa.

— Você falou isso a duas horas atrás! — Ela enfatizou o tempo, me fazendo soltar um palavrão antes de finalmente olhar para ela. — Falei que você liga assim que desatolar disso. — Ela falou carinhosamente, me dando um olhar compreensivo.

— Obrigado! — Respirei fundo, recostando na cadeira e passando as mãos pelo rosto pela vigésima vez no dia. — Ano que vem me lembra de não concordar com isso, de novo?! — Murmurei, com os olhos fechados e sentindo o cansaço pesar sob os ombros.

— Você concordaria da mesma forma. — Ela respondeu de forma brincalhona.

— Tem razão. — Ambos rimos.

Abri os olhos e apoiei os cotovelos na mesa, apoiando o queixo entre as mãos.

— Já está quase acabando. — Andy falava enquanto vinha em minha direção. — Deixa que eu termino tudo isso. — Ela pegou a papelada de cima da minha mesa. — Vai se arrumar, você precisa chegar antes de todo mundo na festa. O anfitrião não pode se atrasar para a festa da própria empresa. — Ela deu uma piscadela para mim.

— Nem a acompanhante dele. — Retribui a piscadela e ela revirou os olhos.

— Me lembre ano que vem de não concordar com isso, também! — Joguei a cabeça para trás, rindo.

— Você vai concordar de qualquer forma. — Repeti sua resposta enquanto me levantava, parando a poucos centímetros dela. — Sou seu melhor amigo e sei que faria qualquer coisa para me ajudar. — Beijei sua testa, a fazendo rir.

— Pior que você tem razão. — Ela passou os braços ao redor da minha cintura, me abraçando. — Fico feliz em ver que você está bem.

Ela não precisava falar sobre o que era, já sabia do que se tratava o assunto. Desde que recebi a carta, estava um poço de arrogância, descontando em todos na empresa e hoje era o único dia em que não me comportei como um completo babaca.