CAPÍTULO XXIV

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"E eu vou me erguer
Eu vou me erguer como o nascer do dia, eu vou me erguer
Eu vou me erguer sem medo, eu vou me erguer
E eu o farei mil vezes novamente"

- Rise Up - Andra Day



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Observava a cidade com calma, enquanto balançava o liquido âmbar do copo. Sempre tomava uma dose de uísque, principalmente em dias corridos como o de hoje.

Passei a manhã toda atolado em papeis, mal tendo tempo de respirar. Uma planilha atras da outra, um documento em cima do outro e ainda tinha uma tonelada de reuniões na parte da tarde, mal sabia que horas conseguiria sair desse escritório.

Bufei alto, tomando o resto da bebida de uma vez.

Eu amo o meu trabalho, mas ultimamente anda bem desgastante, principalmente sem meu trio de ouro aqui - Maggie, Thomas e Nick -, eles fazem muita falta na parte de criação e projetos. Ainda não havia conseguido ocupar o lugar deles com alguém competente para isso.

Fui despertado de meus devaneios com o telefone tocando e pelo ramal na tela, sabia que era a Andy ligando.

- Fala! - Respondi, colocando a ligação no viva voz enquanto me levantava, para me servir de mais uma dose.

- Tem uma pessoa querendo te ver, ela disse que é urgente! - A voz da Andy estava seria e por algum motivo ainda desconhecido, me causou um calafrio na coluna, eriçando meus pelos como o de um felino assustado.

- Tem hora marcada? - Questionei, enquanto colocava a tampa do uísque no lugar e voltava para a minha mesa.

- Não, mas ela disse que é algo que você precisa saber... Qual é o seu nome mesmo? - Andy perguntou para quem quer que estivesse aguardando. - Ela se chama Marcia. Marcia Pesquini.

Senti todo meu corpo amolecer, um enorme calafrio percorreu cada centímetro da minha pele fazendo minhas mãos congelarem.

- Po- pode... - Me forcei a respirar fundo antes de terminar a frase. - Pode deixá-la entrar. - Apoiei as mãos na mesa e fechei os olhos, tentando colocar a cabeça no lugar.

- O senhor está bem, Caleb? - Andy estava preocupada. Também não era pra menos, ela nunca me viu desestabilizado dessa forma. - Quer que eu fique na sala? - Ela sussurrou contra o telefone.

- Não tem necessidade Andy. - Respondi, ainda com os olhos fechados. - Estou bem.

Ela concordou e desligou a chamada.

Me sentei na cadeira e tentei me acalmar antes dela entrar.

Se ela estava aqui, quer dizer que as noticias não eram boas. Marcia só aparecia pessoalmente quando o assunto era extremamente sério, ou pior...

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora