CAPÍTULO XLII

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Somos 100 mil leituras!
Nem nos meus melhores sonhos conseguiria acreditar que meu livro chegaria a tanto!
Ainda estou em choque por isso... A ficha ainda não caiu rs
Só vim agradecer a cada um de vocês, que tiraram um tempinho para ler minha história!

Meu muitíssimo obrigada!

Meu muitíssimo obrigada!

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Faziam 24h que eu não tinha notícias dele. Tudo bem que também não procurei saber. Estava com raiva demais para isso e não conseguiria falar com ele sem desmoronar de novo. Mesmo mal, sentindo que meu coração havia sido arrancado do meu peito, eu me forcei a ir trabalhar.

Precisava cumprir com as minhas responsabilidades, mesmo que a vontade fosse de sumir e nunca mais voltar.

Não poderia deixar meus clientes na mão dessa forma.

Tinha que separar o lado pessoal, do profissional.

Afinal, são nessas horas que as pessoas avaliam se você é mesmo capaz, ou se só conseguiu o cargo porque dormia com o chefe.

O dia havia passado a lentos passos de tartaruga, meus olhos ficaram pregados nos ponteiros do relógio, como se fosse possível acelerar o tempo só com o olhar.

Ainda eram 15 h e para mim pareceu que passou semanas.

Tirei os óculos e os coloquei na mesa, massageando as têmporas que não paravam de latejar.

Meu pai insistira para que eu ficasse em casa, que trabalhasse de casa, mas não conseguiria. Tudo ali me lembraria do que eu não tinha mais. Cada cômodo tinha o seu cheiro, nossas lembranças e o espaço pareceria tão imenso que estava me deixando em crise. Ele ofereceu seu apartamento, que era no mesmo prédio que o meu, só a alguns andares mais para baixo.

Aceitei de bom grado e ontem mesmo ele já levou algumas coisas minhas para lá, só para evitar que eu precisasse pisar ali sozinha.

Meu pai era o ser humano mais empático e amoroso que eu conhecia na vida. Agradecia a Deus por tê-lo comigo nesses momentos, se não fosse isso, não aguentaria o baque sozinha.

Em nenhum momento ele julgou a atitude do Caleb, pelo contrário. Suas palavras da noite passada me vieram na memória.

" — Há muita honra em quem toma uma atitude assim. — ele sussurrou, enquanto acariciava meus cabelos e beijava minha cabeça. — Alguém que coloca a segurança de quem ama, a cima dos sentimentos que tem. — ele soltou um longo suspiro. — A cima do próprio coração. — sua voz não passava de um sussurro."

Ele também estava sofrendo, em ver a filha despedaçada e não poder fazer nada para ajudar. Sofria em ver que a atitude do genro foi a melhor possível, mesmo que para tal feitio colocasse a felicidade de ambos de lado.

Ele aprendeu a amar o Caleb como se fosse seu próprio filho. Aprendeu a respeitá-lo e até o admirava como pessoa e profissional.

Ambos estávamos despedaçados. Cada um por um motivo diferente, mas com a mesma pessoa em comum.

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora