CAPÍTULO XIX

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"Trabalhando dobrado na linha da sedução
Ela é única, ela é só minha, toda minha
Ela não queria aplausos, apenas outra vez
Ela me devorou
E ainda queria mais"

You shook me all night long – AC/DC


Aqueles olhos

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Aqueles olhos... E que olhos! Eles me analisavam com curiosidade e quase me despiam, arrancando toda a armadura, o orgulho e meu maldito controle.

Porra!

Não fazia nem 20 minutos que ela estava na minha sala e já estava surtando por dentro, mas por fora a indiferença reinava. Nunca daria o braço a torcer e demonstrar tudo que estava sentindo.

Ela não me dobraria ao meio assim tão fácil.

Ao menos, eu espero...

Havia analisado seu currículo antes dela chegar, mas não esperava por alguém como ela. Assim que me virei e a vi entrando pela sala, soube facilmente que me daria dor de cabeça.

Não era paixão, nem nada do tipo, mas ela tinha algo que me fascinou de alguma forma. O jeito que mexia nos cabelos quando estava nervosa, ou a maneira que apertava as coxas, mexia as mãos ansiosamente...

Tudo ali estava me deixando tonto.

Precisava saber mais sobre ela, meu corpo reagiu de uma maneira que nunca ocorreu antes. Respirei fundo, fazendo o máximo para manter a cabeça no lugar.

Meus olhos não conseguiam se desviar dos dela — cor de caramelo, — poderia ser facilmente confundido com um topázio de tão lindo que eram aqueles olhos. Ela desviou o olhar e aquilo me fez sorrir, demonstrava que ficava nervosa ao ser analisada durante muito tempo.

Suas bochechas começaram a tomar um tom avermelhado, ficou enrubescida com a situação e me forcei a me ajeitar na cadeira para evitar a ereção que teimava em aparecer.

Devia ter transado com Melinda, esse tesão todo era falta de sexo.

Só podia ser isso!

Seguimos com a entrevista e ela permaneceu tensa, os ombros não relaxavam por nada e sabia que a causa disso era o jeito que ficava intimidada comigo.

A questionei porque queria trabalhar na Jones, só para poder ouvir mais da sua voz aveludada. Não me importava com a resposta. Só queria ouvi-la falando por mais tempo.

Dei a volta na mesa, recostando na lateral dela e ficando a poucos centímetros de Maria Eduarda. Ela travou ao me ver tão próximo, mas não interrompeu sua fala, continuou respondendo à pergunta como se minha presença próxima a ela não tivesse diferença.

Me esforcei o máximo para esconder o sorriso em meus lábios e tive que retornar para a minha cadeira. Meus lábios subiram num enorme sorriso que apaguei assim que fiquei de frente para ela novamente.

Cicatrizes e Demônios  |  Livro 2 [SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora