Capítulo 11

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Betty saiu e Cheryl pegou uma bandeja para colocar algumas das iguarias que ela tinha levado.
- Nossa, parece que tem um batalhão nessa casa de tanta coisa que ela trouxe.
Depois de ajeitar tudo, ainda incluiu frutas e iogurte. Subiu as escadas e foi para seu quarto. Toni estava tentando se ajeitar na cama.
- Ei, por que não me chamou? – A ruiva deixou a bandeja na beirada da cama e foi ajudá-la. – Trouxe comida, está com fome?
- Não, mas sei que tenho que comer.
- Isso aí, boa menina.
Toni comeu um pouco de tudo e depois ficou tomando seu suco preferido. Cheryl olhou no relógio e viu que era hora de passar o remédio nos ferimentos e dar o analgésico. Já tinha deixado água no quarto. Separou tudo e deu a ela.
- Esse remédio tem um cheiro horroroso. – Toni reclamou enquanto Cheryl o passava.
- Sinceramente? Também acho. – Riu. – O farmacêutico disse que ele é o melhor do mercado, pois seca rápido e não mancha, além de ser um ótimo cicatrizante.
- Podiam ter feito com um cheirinho melhor.
- Prontinho. – Guardou o frasco.
- Você pode pegar aquela minha bolsinha transparente?
- Claro. – a ruiva pegou e entregou a ela.
Toni procurou por alguma coisa e não achou.
- Hum... – fechou a bolsa e colocou no criado ao lado da cama.
- Que foi?
- Nada, eu queria passar algum perfume. Estou me sentindo mal com esse cheiro e devo estar incomodando você.
- Perfume? Acho melhor não passar querida, vai que pega num dos machucados? Pode arder depois. Você não me incomoda. Vamos ver o que dá pra fazer. – Cheryl procurou em seu closet um hidratante e achou um de perfume suave. Sentou ao lado da chef e foi passando pulando somente os lugares dos curativos. Cada pedacinho onde era passado o hidratante, também ganhava beijinhos de leve. Deixou o pescoço por último e quando terminou beijou a nuca e mordeu abaixo da orelha de Toni, sentindo sua pele se arrepiar.
- Você é a mulher mais linda que eu já vi, não só pela beleza física, mas pelos gestos, delicadeza de movimentos e por ter esse olhar que só me encanta. – Olhou nos olhos dela. – Ver esses olhos é o mesmo que ver a sua alma. – Beijou-lhe os lábios.
- Acho que a beleza física já não conta. – Toni olhou para baixo se sentindo triste.
- Pra mim você continua linda como no primeiro dia em que a vi naquela inauguração do restaurante. Não são meia dúzia de arranhões que me fizeram mudar de ideia, continuo apaixonada por você.
Toni sorriu e chorou ao mesmo tempo. Sentiu que estava mais emotiva por conta da situação. Ouvir aquilo era mais importante do que ela pensou. Segurou o rosto de Cheryl e beijou seus lábios. A ruiva sentiu o gosto de suas lágrimas e chorou também. Sentiu rendição e carinho totalmente sinceros ali.

- Que tal assistirmos um filme? Ou algum programa que goste? Você tem a missão de passar vários dias comigo. – Riu.
- Só tenho essa opção? – Toni a olhou se mostrando séria.
- É. – Cheryl apertou os lábios num jeito conformado.
- Ótimo, não poderia estar em melhor companhia. Aceito assistir um filme desde que tenhamos pipoca. Posso comer pipoca?
- Claro que pode.
- Então vou te ensinar a fazer.
- Ei, peraí né! Eu sei fazer pipoca.
- Vou te ensinar um jeito que fica mais gostoso. Você tem milho aqui?
- Olha, acho que tenho, não sou chegada a pipoca de microondas.
- Então anota aí pra você fazer.
- Quer descer e me ajudar? – Cheryl se empolgou.
- Vou dar trabalho pra descer e subir essas escadas.
- Nem um pouco, você é leve e essa cadeira é ótima de montar e desmontar.
A ruiva ajeitou tudo, colocou a cadeira lá embaixo e levou a chef no colo. Foram pra cozinha e Toni deu as coordenadas.
- Enquanto a pipoca estoura numa panela, coloque em outra 100g de manteiga, queijo ralado, salsa desidratada, orégano e tempero em pó, mas bem pouco desse último.
Cheryl fez como ela mandou e em instantes a pipoca estava pronta.
- Nossa, cheira muito bem. – Colocou uma vasilha e ajeitou tudo pra levar. 

No quarto, Cheryl comprava um filme pelo canal a cabo. Quando começou elas se ajeitaram na cama e começaram a assistir. Era uma comédia e as duas gargalhavam. Ao final do filme Toni já pendia para o lado com sono. Foi se recostando no ombro da ruiva e acabou dormindo. Pra não acordá-la, Cheryl nem se mexeu, somente desligou a TV e dormiu também.

Medida CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora