No domingo as duas chamaram Betty e Cristina para almoçarem. Segundo Toni, Cheryl iria fazer o almoço. As amigas chegaram pontualmente para verem a façanha da ruiva na cozinha de Toni, tentando preparar o almoço.
- Gente, nenhum ser humano teve a audácia de cozinhar aqui, que não fosse a própria dona. Já disse, sou tua fã! – Betty brincou.
- Ah, para de bobeira. – Toni resmungou. – Ela tava doida pra cozinhar, eu disse que ensinava um prato e o que tem de mais?
- Nada.... – Betty olhava divertida para as duas. Era bom vê-las assim.
- Então vamos ao show. – Cheryl chamou. – Vou preparar arroz a piemontese com medalhão ao molho madeira.
- Nossa! Que coisa chique! Jurava que faria uma farofa. – riu Betty.
- Ela é engraçadinha, não? – Cheryl falou com Toni.
- Liga não querida, você vai se sair bem.
Cheryl preparou o arroz, isso ela fez sozinha. Enquanto ele cozinhava, ela picava o restante dos ingredientes. Toni ia coordenando, mas não colocava a mão em nada. Cheryl deixou tudo separado para misturar no arroz e vez ou outra olhava pra ver se estava cozido.
- Agora pegue os medalhões e dê uma leve cozida, depois vou te ensinar a dourar. – Falava com carinho, pra ela não se sentir pressionada.
Cheryl tirou os medalhões e depois levou até outra panela pra dourar.
- Pegue assim e vá jogando a colher com o azeite e a manteiga, até sentir que ele ficou bem moreno e com uma casquinha por fora. – ia fazendo e mostrando a ela.
Cheryl se aproximou por trás como se fosse abraçá-la e pagou as mãos de Toni repetindo o que ela havia feito.
- Assim?
- Isso aí, tem que ficar crocante por fora. Esse é o segredo do bom medalhão.
- Crocante que nem você. – Mordeu o pescoço da mais nova fazendo-a rir.
- Olha a sacanagem na cozinha! – Cristina repreendeu as duas. – Desse jeito vai desandar o almoço.
- Desanda não que eu tô de olho. – Cheryl falou rindo.
Toni sentou do lado da namorada e ficou observando. Cheryl era prática, mas se atrapalhava pra pegar ou picar os alimentos. Às vezes ria da falta de jeito, mas depois piscava pra ela e lhe sorria. Ao tirar o arroz da panela ela misturou com o creme de leite, o champignon, azeitonas e ervas desidratadas. Por último jogou queijo parmesão. Os medalhões ficaram muito bonitos e ela colocou um a um no prato montando da forma que a chef orientava.
- Não deixe o molho sobrando, dá um aspecto de sujeira no prato, sempre coloque pouco e deixe um tanto para a pessoa colocar mais se quiser. A porção de arroz tem que ser a quantidade exata para equilibrar com a carne.
Depois de tudo pronto, Cheryl estava contente.
- E num é que ficou bonito?!
- Claro que ia ficar! Você se empenhou tanto e tudo que faz fica bom. – Toni a beijou carinhosamente.
- Então agora é só comer e tomar o sal de fruta depois. – Betty soltou uma piada.
- Hum... vai deixar elas falarem assim comigo? – Cheryl fez manha com Toni.
- Se vocês duas não pararem, vão almoçar no boteco da esquina.
- Isso aí amiga, defende a namorada. Tem que marcar território, senão chegam as piriguetes e tomam ela de você. – riu Betty.
- Viu como é o lance de marcar território? – Cheryl olhou pra Toni.
- É, pelo visto tem que fazer isso mesmo, deve tá na moda.
Sentaram-se pra almoçar em clima de brincadeiras, ficaram sentadas conversando que nem viram a hora.
- Gente, me esqueci da sobremesa! – Toni se levantou e correu na cozinha. – Ontem fiz uma torta e deixei no freezer, esqueci de tirar. – falou lá de dentro.
- Que horas ela fez isso que eu nem vi? – Cheryl fez a pergunta pra si mesma.
- Estava meio pronta querida, eu só montei enquanto você tomava banho. – Toni veio trazendo a torta. – Já desinformei, mas tem que esperar ela descongelar um pouco.
- Ninguém tá com pressa aqui. – Cristina falou. – Estou adorando o domingo.
- Comendo de graça da comida mais cara e requisitada do Rio de Janeiro. – Betty comentou.
- Opa, eu que fiz o almoço, me senti uma chef agora. – Cheryl riu.
- Ah é, estava tão bom que eu tinha esquecido que era você a cozinheira.
- Ei, ela vocês chamam de chef e a mim de cozinheira? – Ficou indignada.
- Viu com é ofensivo? – Toni entrou na brincadeira.
- Tem toda a diferença ser cozinheira e chef, eu como amiga e assistente desta pessoa que se indignou. – Betty falou apontando Toni. – Posso dizer que são os detalhes que distinguem uma da outra. Notem... – pegou a travessa de arroz. – Este é um arroz feito por uma cozinheira, tava bom, tenho certeza que foi feito com capricho. – riu. – Agora olhem esta torta.... – Pegou a faca e cortou, mostrando às outras as camadas de doce, perfeitamente separadas, como se fossem um desenho. – Não mistura, não despedaça e... – tirou um pedaço e comeu. – Está sem comentários.
O ego de Toni inflou e ela não pode deixar de sorrir, mas ao ver o rosto desolado da namorada, teve de brigar com Betty.
- Não fale assim, depois ela traumatiza e não vai fazer nem ovo frito na cozinha. – Sentou ao lado de Cheryl e beijou seu rosto. – Fica triste não meu bem, eu adorei o almoço e se você quiser vou te ensinar mais coisas pra cozinharmos nos fins de semanas livres.
- Viu sua boba? – a ruiva fez cara feia pra Betty. – O importante é a opinião do profissional. – riu pra descontrair.
- Como é que você faz pra não misturar? – Cristina perguntou olhando pra torta.
- Um dos segredos é a faca que uso pra cortar.
- Um dos... mas e os outros?
- Vê lá se vou entregar o ouro. – A chef brincou.
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Medida Certa
FanficToni tem seu coração completamente protegido atrás de um parede de puro concreto e aqueles que tentarem se aproximar dele serão friamente desencorajados! Porem Cheryl não vai desistir facilmente.. Esta fic é uma adaptação. Todos os direitos reservad...