Capítulo 7

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Na cozinha do buffet, explicava ao pessoal como queria um sanduíche. Faria com uma pasta de legumes e salsicha de frango.
- Quero que pique a salsicha em quadradinhos pequenos, mas de modo que as crianças possam ver. E a pasta você mantenha bem vermelha pra parecer molho de tomate, não descolora o tom da beterraba.
Circulou pela cozinha e checou o andamento de todos os pratos, quando viu que estava tudo em ordem voltou pra sua sala e se preparou para ir ao apartamento de Megan.
- Betty, preciso ir em casa e de lá já vou direto para o apartamento.
- Quer que separe alguma coisa pra você levar daqui?
- Acho que não, levo tudo de lá. Vai querer ir comigo hoje?
- Precisa?
- Não, estou perguntando por que é festa de criança e você gosta.
- Cristina chega de viagem hoje e vou pegá-la no aeroporto. Fica para próxima.
- Ok, estou indo então. Bom final de semana e aproveita pra namorar. – Falou sorrindo.
Betty, na verdade não queria ir porque sabia que Cheryl estaria nessa festa, pois a própria havia contado. Queria deixar as duas o maior tempo possível sozinhas.
Ao ir para casa, Toni pensou na proposta de Cheryl em ir buscá-la. Talvez tivesse aceitado se não fosse a atitude dela no dia anterior. Estava indignada por conta daquele beijo, mas era impressionante o fato de não ter esquecido um segundo que tinha sido muito bom. Sacudiu a cabeça pra esquecer tal pensamento. Olhou o endereço de Megan e Diana e foi para o apartamento. Chegou junto com seus funcionários que sempre iam de van, levado por uma empresa que trabalhava em parceria com ela.

- Toni, diga ao pessoal da empresa que esse motorista corre demais.
- Não corri senhora, o trânsito é que estava bom.
- Trânsito bom ou não, tem que respeitar a velocidade meu amigo, mas não vou discutir com você. Na segunda me reporto com seu superior. – Falou categoricamente.

O que fazia as pessoas terem certo receio de Toni era quando ficava irritada. Não conseguia domar as palavras e muitas vezes perdia o tato pra lidar com elas. Passava até a impressão de ser antipática ou arrogante, quem a conhecia sabia que não era, mas esse era o problema. Quem a conhecia? Pouquíssimas pessoas. Chegou até a portaria e se anunciou, subiu com os funcionários pelo elevador de serviço, pois era maior. Enquanto subiam ela dava as últimas coordenadas. Quando a porta se abriu, Diana já a esperava.
- Oi, boa tarde. Podiam ter subido pelo outro elevador.
- Esse é maior e como temos muitas coisas pra carregar ficou mais fácil, foi uma subida só.
- Venham. – Chamou. – Eu adorei a decoração. Cheryl está toda animada.
Toni achou estranho e resolveu perguntar.
- Ela já está aqui? – Pareceu confusa.
Diana percebeu que se tratava de algum engano.
- Cheryl é minha filha, será que estamos falando da mesma pessoa?
- Ah sim, achei que estivesse falando da Cheryl que me indicou.
- Não, essa ainda não chegou. – Sorriu. – Quando conhecemos Cheryl, a publicitária, é que reparamos na coincidência. Tanto que minha filha a chama de dinda às vezes.
Toni se impressionou com o apartamento delas. Realmente era enorme e espaço não faltava. A decoração realmente estava bonita.
- Ficou muito bom mesmo. Eu trabalho com decoração, mas prefiro contratar. A empresa é ótima e o trabalho deles é muito perfeito. Seu apartamento é lindo, parabéns.
- Obrigada.
Quando entraram na cozinha, tudo estava ajeitado para que Toni se instalasse.
- Olha, não sei se está como gosta, mas eu tirei todas as coisas das bancadas e deixei somente os aparelhos, mas se quiser usar os seus, fique à vontade. E se precisar de qualquer coisa, me chame, por favor, estarei por perto.
Toni agilizou tudo e começou a montar algumas bandejas para servir. Os garçons já vinham prontos e somente aguardavam os convidados. Fez uma bebida gasosa com morango, guaraná e limão para as crianças, além de sucos e pequenas batidas, porém sem álcool. Para os adultos ela aproveitou que estava calor e preparou um drink com limão, cidreira e um pouco de vodka, já que foi pedido das anfitriãs. Depois de tudo pronto, somente supervisionou os funcionários. Um garotinho apareceu na cozinha querendo água.
- Moça, eu posso tomar água?
Toni olhou pra ele e pensou que seria o filho delas.
- Claro que sim meu anjo, qual o seu nome?
- Henrique.
- Prazer Henrique, eu sou Toni.
- Você é a moça da festa! – Falou animado. – Mamãe falou que você é quem fez tudo pra gente. Meus amigos vão adorar e eu também! – Sorriu.
- Obrigada, vocês merecem.
- Minha irmã também gostou, mas ela ainda está no quarto se arrumando. Ela demora demais. – Falou resmungando. 

Medida CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora