Capítulo 18

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No dia seguinte, Cheryl esfregou a ponta do nariz no de Toni, beijou levemente seus lábios e fez um carinho nos cabelos.
- Bom dia dorminhoca.
Toni envolveu o corpo dela com um abraço apertado, puxando-a para si.
- Não tem que acordar cedo querida? - Falou a publicitária.
- Eu só tenho compromisso as onze, pensei em ficar aqui com você, mas esqueci de dizer ontem e nem sei se tem alguma coisa agora de manhã.
Cheryl pensou no progresso da mais nova: acordar mais tarde e deixar de trabalhar pra ficar com ela. Realmente tinha uma reunião, mas ela seria cancelada facilmente.
- Não tenho e ainda que tivesse eu cancelava tudo.
- Então vem cá. - Toni virou para que a ruiva fizesse conchinha nela.
Mais que rápido Cheryl pegou o celular e mandou uma mensagem pra Archie avisando que não ia. Passaram a manhã se curtindo mais um pouco.
Naquela semana a correria aumentou de quarta-feira em diante. Toni se viu as voltas com o casamento, pois os noivos haviam mudado algumas coisas no cardápio. Isso atrapalharia o andamento de outra festa um dia antes. Sabia que os funcionários não iam gostar, mas não tinha outro jeito. Chegou na cozinha do buffet e deu logo seu recado.
- Pessoal, bom dia. Ontem revisei algumas coisas na cozinha e vi que tem produtos perto de vencer o prazo de validade. Por favor, usá-los antes de perdemos, isso é prejuízo para a empresa. Queria elogiar a organização dos temperos e da despensa, então vamos aproveitá-la pra inserir os produtos quase vencidos, deixe que estes fiquem na frente para serem usados primeiro.

Os funcionários assentiram com a cabeça e quando voltariam ao trabalho ela emendou.
- Alguns itens do cardápio desse casamento foram mudados, sei que muita coisa já havia sido preparada, mas foi preciso. Antes de tudo peço desculpas e me comprometo a acertar a situação com vocês depois do evento.
Ela explicou quais seriam as mudanças e ali mesmo ficou pra ajudar e agilizar tudo. No meio da função a reunião com os diretores do programa de culinária foi passada pra semana seguinte e isso ajudou muito. O casamento chegou e como sempre ela surpreendera em elegância e requinte nos pratos. Pagou dobrado aos funcionários e eles até esqueceram a chateação de terem de refazer alguns pratos. Saiu de lá exausta e sem contar com a companhia de Cheryl que já tinha ido para Manaus e mesmo sendo convidada para o casamento, ela não pode ir. Chegou em casa, tomou banho e antes de deitar ligou pra namorada.
- Oi amor! - Cheryl atendeu já sorridente.
- Eu quero saber o que você está fazendo que não está aqui comigo?! - Toni falou emburrada.
- Ô querida, não demoro muito e já chego aí.
- Minhas costas precisam de massagem, meus pés também, meu corpo precisa dos seus carinhos e minha boca quer um beijinho seu.
- Linda, não fala assim porque se bobear eu saio correndo a pé daqui.
- Hum... - fez um beicinho no telefone.
- Como estão as coisas aí?
- Hoje foi o casamento. Nossa! Tinha muita gente, mas correu tudo bem. Eles mudaram o cardápio na última hora e isso lhes custou um bom dinheiro, mas nem se opuseram ao orçamento.
- Gente rica é outra coisa.
- Pois é. A reunião que eu teria do tal programa, foi adiada para próxima quinta. Então semana que vem acho que volto ao ritmo normal. - Enquanto contava tudo Toni teve uma ideia. Levantou da cama e começou a ajeitar suas coisas. - Lá no café eu mudei algumas coisas na cozinha e parece que o pessoal gostou. - Ia contando e fazendo sua mala com algumas roupas apenas. - Está calor aí?
- Não, o clima aqui é úmido, meio abafado, mas à noite refresca bastante.
Toni ia colocando na mala o que achava necessário e de acordo com as indicações de Cheryl. Quando terminou falou como quem não queria nada.
- Está gostando do hotel aí?
- Sim, muito bom. Ele fica no centro da cidade. Estou no último andar e a vista é linda! - sem querer Cheryl deu detalhe de tudo. - Gostei daqui mas confesso que quero meu cantinho.
- Vai passar rápido.
Daí em diante Toni não quis estender o assunto, deu uma desculpa de que estava com sono e desligou. Saiu de táxi para o aeroporto Santos Dumont e procurou qualquer passagem pra Manaus; só tinha pelo Galeão, foi pra lá e embarcou de madrugada. Fizeram escala em Brasília e de lá pra Manaus, chegou já amanhecendo. Entrou num táxi e deu o endereço do hotel. Durante a ida, achou a cidade linda e se surpreendeu. Não demorou a chegar, realmente ficava no centro. Na portaria disse que queria falar com Cheryl Blossom. Por questões de ética eles não quiseram dizer qual o quarto e se Toni ligasse pra ela estragaria a surpresa.
- Olha meu amigo, estou vindo do Rio de Janeiro, marquei com ela, porém cheguei em um horário totalmente diferente. Ligue para o quarto dela e avise que estou aqui, tenho certeza que ela vai te agradecer.
- Como a senhora se chama?
- T... Tatiana.

O atendente ligou para o quarto e avisou sobre a suposta visita.
- Ela insiste em falar com a senhora, disse que...
- Não acredito que me ligaram essa hora, aliás quantas horas?
- São cinco da manhã dona Cheryl, mas é que...
- Eu não vou receber ninguém e vê se não me liga de novo.
- Mas ela insiste senhora.
Toni vendo que estava perdendo o jogo, saiu de fininho em meio a movimentação dos funcionários e entrou no elevador. Lembrou-se que Cheryl falara de estar no último andar, então só teria que descobrir qual quarto. Saiu do elevador e se deparou com uma faxineira.
- Por favor, este é o último andar?
- Sim senhora, está procurando qual quarto?
- Eu estou com Cheryl Blossom.
A funcionária ficou sem saber.
- É uma moça de cabelos longos e ruivos, olhos muito bonitos.
- Ah eu sei, a dona simpática do Rio de Janeiro. Ela tá no último quarto do corredor.
Toni gradeceu e saiu puxando a mala.

Medida CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora