Capítulo 50

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Toni percebeu alguém lhe chamando e se virou.

- Oi!

- Toni, prazer! Meu nome é Carla, estou no Rio a trabalho e duas amigas indicaram seu café. Elas te conhecem, Barbara e Lucia.

- Ah claro! Encontrei com elas na minha última viagem.

- Adorei o lugar, a comida é maravilhosa, enquanto estiver no Rio virei sempre aqui.

- Obrigada, prometo que não vai se decepcionar.

- Sei que não, mas de todos os dias que vim, é a primeira vez que te vejo. Você fica pouco aqui?

- Mais ou menos, estou com outro buffet em andamento e isso tem me tomado mais tempo. Não fico muito aqui embaixo, às vezes estou no escritório lá em cima ou no buffet Topaz, que é o mais conhecido.

- O café fica mais lindo quando você está aqui embaixo. – Falou com um sorriso de uma cantada barata.

- Também acho. – Uma voz firme falou chegando por trás da mulher. – Mas ela insiste em ficar na cozinha. – Cheryl falou passando o braço pela cintura de Toni.

- Oi meu amor! Não vi que estava aqui. – Virou-se para beijá-la e demoradamente, sabia que acalmaria a fera.

- Estava lanchando ali no fundo, te vi entrando e vim te buscar.

- Já estou indo. Querida, essa é Carla, ela é amiga de Babs e Lucy, as meninas que indicaram meu café.

- Que maravilha! Preciso ligar pra elas. - "E mandarem ir à merda por indicarem uma sapa dessas pra dar em cima da minha namorada! " - Pensou brava.

- Foi um prazer Carla, volte sempre.

- Imagina, o prazer é todo meu. Adorei conhecer você, é mais linda ao vivo. – Sorriu de novo.

Cheryl deu um sorriso amarelo e apertou a mão da mulher com uma força maior do que ela esperava. Queria quebrar os dedos da engraçadinha. Assim que ela saiu que a ruiva reparou no pulso de Toni.

- Sentiu dor de novo? – Pegou-o com cuidado.

- É, já marquei um médico, vou ver com mais calma.

- Me fale o dia que vou com você. – Pegou suas mãos e as colocou em seu pescoço. – Podemos ir?

- Só depois que me der um beijo e dizer que me ama.

- Te amo. – Beijou-a. – Te amo. – Outro beijo. – Te amo! – Um beijo mais longo dessa vez.

- Agora sim.

Pegou suas coisas e avisou Betty que estava saindo. No carro ela avisou a Cheryl que na próxima semana trabalharia à noite. Como o fim do ano estava próximo elas ficariam cada vez mais atarefadas.

E assim passaram as semanas: Toni com quase todos os dias ocupados, principalmente à noite, o que impossibilitou ver Cheryl. Chegava de madrugada e ela estava dormindo, lhe dava um beijo de boa noite e deitava ao seu lado. Viam-se rapidamente pela manhã quando saíam para o trabalho. A publicitaria estava totalmente envolvida na campanha de natal que fechara para a marca de refrigerante. Mesmo sem tempo a ruiva sempre ia ao café e veladamente vigiava o público de Toni. Mandava flores e pedia que deixassem no balcão de atendimento, queria mostrar que ela já estava comprometida. Sabia que era uma atitude infantil, mas não se importava, era sua forma de demonstrar que defendia o que era seu.

- Crise de existência, é isso! – Betty falou olhando a quantidade de vasos de flores que se acumulavam na sala da chef.

- Ela está com ciúme, mas não tem motivo pra isso, já disse.

Medida CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora