Medida Certa

Capítulo 20

Assim que chegou a agência, Cheryl se trancou em uma reunião com um cliente, depois saiu para conversar com o pessoal da criação e supervisionou uma sessão de fotos para uma campanha de cerveja. Quando voltou pra sua sala já era bem tarde e todos já tinham saído. Sentou em seu computador e começou a elaborar a campanha para o cliente que havia atendido mais cedo. Estava tendo poucas ideias, devia ser cansaço. Ia parar, mas insistiu em deixar pelo menos um esboço para o dia seguinte.
- É Cherry, você já foi mais criativa.
Alguém se aproximou por trás da cadeira dela e vendou seus olhos com as mãos. Eram tão delicadas, que a ruiva já sabia quem era.
- Oi amor, como entrou e eu não vi? – Segurou as duas mãos puxando a chef para frente.
- Como sabe que sou eu? – Sorriu e a beijou.
- Suas mãos delicadas e seu cheirinho bom. – Mordeu o queixo dela.
- Está muito ocupada... Cherry? – Riu a mais nova. – Que apelido mais bonitinho. – Beijou a boca dela.
- Ah, eu me chamo assim às vezes, porque meu pai me chamava dessa forma quando eu era criança. – Falou se sentindo nostálgica.
- Que bonitinha. – Toni segurou o rosto dela com as duas mãos e apertou as bochechas fazendo a boca dela formar um bico e beijou seus lábios. – Por que não vem pra casa e amanhã termina isso? Está tarde querida.
- Preciso pelo menos começar a campanha, estou com algumas ideias, mas não estão se desenvolvendo na minha cabeça. – Fez um gesto engraçado com as mãos.
- Sobre o que é?
- Eles estão criando uma linha de roupas íntimas masculinas, mas para serem usadas em mulheres. Cuecas femininas na verdade. A marca já existe e essa linha será lançada daqui dois meses.
- Já vi algumas cuecas dessas.
- Sim, outras marcas já lançaram, inclusive algumas fizeram campanha aqui. Só que eu não vou copiar uma ideia de um cliente pra outro. Nunca repito uma campanha, isso é questão de honra.
- Nem faz parecido?
- Não. – Falou dando total certeza. – Gosto da originalidade.
Toni sorriu da teimosia da ruiva.
- Vou desistir, vamos pra casa e amanhã eu vejo isso.
- Qual casa? A sua ou a minha?
- Você prefere o que?
- A minha, até porque preciso pegar minha bolsa de trabalho que deixei lá. Amanhã tenho um almoço e quero levar meus instrumentos.
- Então vamos.
Cheryl se levantou carregando Toni no colo.
- Quer me soltar? Eu sei ir andando.
- Só até ali na porta, adoro carregar você. – antes De soltá-la mordeu o pescoço dela e o beijou depois.
- Vai ficar lindo uma marca de mordida no meu pescoço e eu no almoço executivo amanhã.
- Assim não se engraçam com você, vão ver que o território já foi marcado.
- Boba!
Como Cheryl tinha passado o final de semana com Toni, ainda tinha algumas roupas dela na casa da chef. Passaram em uma padaria compraram pão e chegaram em casa quase dez da noite.
- Hoje eu tô cansada viu? – Cheryl reclamou. – Quero banho e cama.
- Meu dia foi apertado também, mas amanhã acho que vai ser mais puxado. Toma seu banho então, que eu vou preparar alguma coisa pra gente comer. Está com fome, não?
- Nem sei o que sinto mais, fome ou sono. – Riu de si mesma.
- Vai, eu preparo algo leve.
Enquanto a morena ruiva seu banho, Toni foi preparar umas torradas com o pão que havia comprado. Colocou na bandeja e subiu de volta pro quarto. Cheryl saia do banheiro.
- Come que eu vou tomar meu banho.
- Te espero pra comer.
- Eu já comi, assim você já pode deitar e ir descansado, não precisa me esperar.
Cheryl nem questionou, estava realmente cansada. Toni entrou pro banho, mas não demorou, em minutos já estava se enxugando. Saiu enrolada numa toalha e viu que a ruiva estava recostada na cama cochilando. Tirou a toalha e foi andando até o closet, fez barulho para acordar a namorada. Quando voltou Cheryl esfregava os olhos, viu que Toni usava uma cueca, mas com detalhes em vermelho.
- Meu Deus! Fiquei pensando tanto na campanha que tem um comercial pronto na minha cabeça. E a modelo é linda!
- Gostou? – Toni virou-se pra ela. Usava só a cueca e ver aquele corpo seminu, os seios empinados a barriga retinha, foi demais pra Cheryl.
- Vem cá, vem.
- Você disse que estava cansada e eu só coloquei porquê...
- Porque quer me provocar. Quero ver você de perto... vem cá... – o olhar era safado.
Toni se aproximou indo de joelhos pela cama e parou ao lado dela. Cheryl passou a mão por seu corpo, depois o dedo por dentro do elástico da cueca. Os seios de Toni estavam na altura de seu rosto, então mordeu de leve um deles.
- Ela é confortável e pra dormir no calor não tem coisa melhor. Isso pra quem não gosta de dormir completamente sem roupa, eu por exemplo.
- Você me deu altas ideias. – Deu um sorriso sem-vergonha. – Agora vem dormir... assim, do jeito que está que amanhã quando eu acordar descansada, quero te pegar de jeito.
Cheryl também tirou a blusa e dormiu só de calcinha, abraçada em Toni a noite inteira.
Acordou sentindo as mãos dela em seus cabelos, fazendo um carinho.
- Desse jeito fica difícil levantar da cama. – Falou ainda de costas pra ela.
- Não precisa levantar agora, ainda é cedo. Eu é que não tenho jeito, acordo essa hora mesmo. – Aproveitei pra ver o jornal, faz tempo que não assisto.
Cheryl virou e se aconchegou no colo da namorada. Acabou dormindo novamente. Uma hora depois, Toni a acordou chamando baixinho.
- Lindinha, agora está na hora.
- Hum... eu poderia dormir mais um pouco.
- Assim você vai chegar atrasada. – Beijou a testa dela.
Cheryl relutou, mas abriu os olhos e foi aí que se lembrou do que falara na noite anterior. Olhou pra Toni e naqueles olhos intensos só se via o desejo.
- Ainda está usando cueca?
- Estou... – a mais nova olhou com uma expressão desconfiada.
- Então vem aqui, ontem eu não tinha condições, mas hoje me sinto renovada. – Sorriu e foi puxando o corpo dela para que ficasse embaixo do seu. – Isso vai me dar ótimas ideias de campanha.
Pegou Toni de jeito e cobriu o corpo dela de beijos, mordidas, só saíram da cama depois de muitas carícias, sorrisos e gemidos de prazer.
Dentro do carro, indo pro trabalho, Toni se ajeitava no banco.
- Que foi amor, está sentindo alguma coisa?
- Não, só uma pequena ardência aqui nas partes baixas. – riu.
- Eu te machuquei? Por que não me falou?
- Calma, não machucou e na hora não senti nada, só na hora do banho que ardeu um pouco, mas vai passar. Não se preocupe. – beijou a mão dela pra tentar desfazer sua preocupação. – Então, está inspirada hoje?
- Muito, vou chegar e começar a elaborar minha campanha.
- Que bom, quero participação nos lucros. – Brincou a chef.
- Em dinheiro ou quer negociar outro tipo de moeda?
- Talvez em serviços, pode ser?
- Serei sua escrava, farei o que ordenar. – Cheryl fez um gesto como se a reverenciasse.
- Ui, gostei disso.