Cap 24

759 98 26
                                    

Wanda voltou de viagem no domingo de noite. Eu queria que ela dormisse na minha casa logo depois de chegar da viagem, mas ela estaria cansada demais.

Pelo visto, ela também queria dormir na minha casa. Então ela mandou mensagem perguntando se ela podia dormir aqui na segunda. Obviamente eu respondi que sim.

Não foi muito diferente. Ficamos vendo série e jogando vídeo game até pegarmos no sono. Só mais um dia normal com minha namorada. Claro, exceto por...

— Você está bem? - A versão pré adolescente da morena pergunta enquanto corria em minha direção. Ela parecia preocupada.

Eu havia caído com tudo no chão no meio da aula de educação física graças ao arremesso exagerado de Wanda. E agora, ela está prestes a me ajudar a levantar.

— Você está bem? - Ela repete e eu olho desconfiada pra ela. - Foi sem querer, eu juro!

— Estou. - Falo ainda sem levantar.

— Vem. - Ela fala estendendo a mão pra mim. - Te ajudo a levantar.

Como uma idiota, segurei sua mão e tentei levantar. Assim que consegui, ela me empurrou novamente e gritou:

— Achou mesmo que eu iria ajudar uma sapatão nojenta que nem você? Além de lésbica é burra também?

Tanto as pessoas do meu time quanto as pessoas do time adversário se aproximaram rindo e me cercaram enquanto eu tentava sair da roda de idiotas. Desesperada, comecei a chorar e me sentei novamente enquanto Peter, Carol e Steve tentavam afastar os alunos. Mas eles só conseguiram tira-los de perto de mim quando o professor gritou para que se afastassem.

— Deixem ela em paz! - Ouvi ele falando e provavelmente vindo em minha direção. Eu escondia meu rosto no joelho e tapava meus ouvidos com as mãos.

Senti alguém me abraçando e levantei a cabeça; era Carol. Retribui o abraço enquanto Peter e Steve me olhavam com bastante preocupação. Ainda conseguia ouvir risadas enquanto os alunos saíam da quadra.

...eu ter sonhado com o oitavo ano novamente e acordado com Wanda me sacudindo de leve.

— Nat?

— Hm? - Acordo e olho confusa pra ela enquanto me sentava.

— Você estava tremendo. Sonhou com o que?

Desvio o olhar, tentando não começar a chorar.

— Foi com o oitavo ano, não é?

— Talvez. - Falo sentindo lágrimas surgindo em meus olhos.

Ela não disse mais nada, apenas me abraçou.

— Eu sinto muito.

— Não precisa sentir muito. Isso já passou. - Não sei porquê sempre me impressiono com a dificuldade que tenho pra mentir.

— Nat.

— Tá legal. - Falo olhando pra ela. - Não consigo pensar na versão mais nova de você sem me lembrar disso.

— Eu só queria voltar atrás e me impedir de fazer isso com você.

— É só não jogar mais queimada contra mim. - Falo em tom brincalhão, mas ela não achou engraçado. - Acho que isso é difícil pra você também.

— Não tanto quanto é pra você.

— Você se sente um lixo por isso, eu me sinto um lixo por isso.

— Mas são motivos diferentes.

— Eu te perdoei, você ainda não se perdoou.

— Sabe que não me perdoou totalmente.

— Sei. - Admito. - E vai demorar muito pra isso acontecer. Mas vai acontecer. Eu prometo.

Ela sorriu tristemente e se deitou novamente. Também me deitei, mas ela não estava virada pra mim.

— Amor. - Falo me aproximando lentamente. - Não se culpe por isso.

— Sou uma idiota. - Fala com voz de choro.

— Não chora. - Falo a abraçando por trás. Sempre quis dormir de conchinha com uma garota, o que nunca imaginei era que a primeira garota que faria isso comigo seria ela. - Você não é uma idiota.

Ela segura minha mão. Por um segundo achei que ela ia se afastar, mas ela não fez com que eu parasse de abraça-la.

— Se dormimos assim, não teremos mais pesadelos. - Sussurro em seu ouvido e ela dá uma risadinha fofa. - Eu te amo.

— Também te amo.

Casal impossível - Wantasha CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora