Casal impossível - Wantasha CONCLUÍDA

Cap 44

A ideia de ter uma vida de verdade com Wanda não saía da minha mente. E eu a imaginava de vários maneiras.

Wanda amava crianças, então eu acho que gostaríamos de ter filhos juntos.

Nós duas amamos animais, especificamente gatos e cachorros. Imaginava nossos filhos brincando com eles.

Não sei se Wanda falava sério quando estava dizendo que queria se casar comigo, mas eu definitivamente quero me casar com ela.

Eu estava deitada na minha cama em uma tarde de domingo enquanto imaginava essas coisas, sorrindo a cada cenário novo.

— Ei, Nat. - Minha irmã fala entrando de repente, mas eu continuo sorrindo. - Pode me ajudar com... - Ela levanta o olhar e sorri. - ...o dever de geografia.

— Hm? - Meu sorriso some e ela ri. - O quê?

— Tá sorrindo por causa de Wanda? - Ela pergunta entrando no quarto e eu engulo em seco, provavelmente corada. - Pode pensar nela e me ajudar no dever de geografia ao mesmo tempo?

— Há. Há. - Falo enquanto ela ria e se sentava ao seu lado. - Posso.

— O que vai fazer no final do ano letivo? - Ela pergunta ficando séria de repente e desviando o olhar. - Não vai pra uma faculdade longe, vai?

— Yelena...

— Me responde.

— Vou. - Eu olho pra ela. - Mas nunca vou te abandonar. A gente se fala pelo celular.

— Mas e depois da faculdade? Você vai voltar pra essa cidade? Sei que você odeia essa cidade, Nat.

— Depois da minha faculdade, você terá chegado à faculdade, aí podemos nos mudar pra onde for sua universidade.

— "Podemos"? - Pergunta sem olhar pra mim.

— Vou com Wanda e meus amigos.

— Ah, claro.

— Ainda quer ajuda em seu dever? - Pergunto desviando o olhar pro papel em sua mão.

— Quero. - Ela fala ainda sem olhar pra mim. - Obrigada.

— Olha, maninha. - Eu falo gesticulando pra ela olhar pra mim, mas ela continua olhando pro chão. - Olhe pra mim. - Yelena olha pra mim e eu suspiro. - Sei que consegue se cuidar sozinha, eu não tive irmã mais velha e estou bem, não estou?

— Não. - Eu ri e ela sorriu de leve. - Mas ninguém mexe comigo tanto quanto mexem com você.

— Eles mexem com você?

— Só ficam me chamando de "Irmã da sapatona" e coisas assim. Mas não é bulliyng. - Ela desvia o olhar de novo. - Sei o que faziam com você no fundamental, e nunca passei por isso.

— Yelena...

— Está tudo bem. Me ajuda no dever?

Eu me sentia culpada, mas assenti e voltei a atenção pro papel.

Tudo o que eu queria naquele momento era pedir pra Wanda ir lá pra casa e me deixar chorar em seu ombro, mas tinha que me concentrar pra ajudar Yelena naquele momento.

Minha irmãzinha sofre por minha causa e nunca me contou, provavelmente porque sabia que eu ficaria pior do que já estava. Isso quase me fez esquecer a capital do Brasil.

Quando ela saiu, a primeira coisa que eu fiz foi pegar meu celular e ligar pra Wanda.

Ela demorou um pouco pra chegar, provavelmente despistando Pietro. Isso me deixou apreensiva, ele estava cada vez mais desconfiado.

Quando ela chegou, se deitou ao meu lado e envolveu seu braço em meus ombros.

— O que houve, amor?

Pensei melhor em contar pra ela sobre o que Yelena passava na escola. Ela só passava por isso porque Wanda fez tudo aquilo comigo. Ela se sentiria culpada.

— Queria passar um tempo com você, e também conversar sobre nosso futuro.

Ela sorriu e me deu um selinho demorado.

— Eu aceito.

— Wan.

— Que foi?

— Tô falando sério. - Falo olhando pro teto e apoiando minhas mãos na minha barriga. - Logo estaremos na faculdade. O que vamos fazer depois disso? Morar juntas? Ter uma vida juntas?

— Sim. - Ela fala normalmente e foi a minha vez de sorrir. - Por que está insegura quanto a isso?

— Não estou insegura! - Disse na defensiva, e obviamente ela percebeu.

— Nat. - Ela fala em tom sério e eu suspiro olhando pra ela. - Por que está insegura?

— Eu nunca sei o que você tá pensando, Wan. Eu não achava que você queria o mesmo.

— Como assim você nunca sabe o que eu tô pensando?

— Você esconde muito bem, quando quer. Deveria ser atriz. - Ela riu e eu sorri de leve. - Você quer mesmo isso? Quero dizer, está pronta pra isso?

— Quero e estou. Podemos comprar uma casa em Nova Jersey pra gente e seus amigos depois da faculdade.

— Vou cursar história, não sei se vamos ter dinheiro.

— E eu engenharia. Confia em mim, Nat. Vai dar tudo certo.

— Então esse é o tal do "Encontro com um garoto de outra escola?"

Meu coração parou por alguns segundos quando ouvi sua voz, acho que aconteceu o mesmo com Wanda.