Cap 11

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Assim que cheguei em casa eu mandei mensagem pra ela. Tipo, no exato momento em que pisei no meu quarto eu peguei meu celular e mandei a mensagem. Eu queria salvar o contato, mas não sabia que nome seria. "Wanda"? Não. "Wanda❣️"? Talvez.

Mas acabei colocando só "Wandinha". Eu acho que ela não vai gostar do apelido, mas eu achei bem fofo.

Wandinha

oii
vc vai poder ir na praça hj?
umas três da tarde

Oii
Vou ss
*figurinha*

Sorri com a figurinha do Sherek fazendo coração e respondi com uma de alguém aleatório fazendo coração.

Ela respondeu bem rápido, parecia que queria me mandar mensagem mas eu mandei antes. Fiquei imaginando uma Wanda insegura pensando se aquilo seria uma boa ideia.

Saí do contato dela e fui falar no grupo o que tinha acontecido. Expliquei tão detalhadamente, que não fiquei surpresa ou incomodada quando Carol me provocou dizendo "nss tá apaixonada msm hein?".

Eles também disseram pra eu pedir ela em namoro, mas eu disse que tava cedo demais. Sem falar que Wanda vai ter que esconder nosso relacionamento, e eu realmente não quero passar por isso. Ela pode ter mudado, mas nunca iria falar pra alguém além de mim que nós namoramos. E eu não a culpo, ninguém iria querer passar pelo o que eu passei, mesmo ela sendo bem durona, ela não tinha coragem de fazer algo assim e depois ser zoada pela escola inteira.

Tentei não pensar muito nisso antes de ir pra lá. Eu me sentia muito mal imaginando ela tendo vergonha de nosso relacionamento e mudando com alguém perto. A sensação e o medo disso acontecer era demais pra eu aguentar sem chorar desesperadamente. Sou sentimental demais, tá legal?

Enquanto ia até a praça, fiquei imaginando o que eu iria falar pra ela. Eu não queria só beija-la, queria conversar com ela, conhecer ela. Eu sei que é estranho eu falar isso de uma menina que me traumatizou socialmente, mas infelizmente eu não escolho sentimentos. Talvez eu até goste dela desde o sexto ano também, mas nunca tive coragem de contar e esse sentimento sumiu ao longo do que ela foi fazendo comigo. Mas aí ela mudou, e o sentimento voltou. Sim, eu sei que é confuso e sem sentido, mas eu sinto que vamos dar certo juntas, mesmo ela precisando esconder.

Cheguei lá e ela já estava lá. Olhei em meu relógio: três em ponto. Sorri e fui até ela.

Wanda estava em um balanço, então eu sentei no outro depois de cumprimenta-la com um "Oi" e ela retribuir.

— O que quer falar comigo? - Ela pergunta certamente não olhando pros meus olhos.

— Achei... que podíamos nos conhecer melhor.

— Você gosta mesmo de mim? - Surpresa, eu assenti. - Uau. Depois de tudo o que eu fiz?

— Você mudou. - Eu me sentia uma idiota de falar isso, e talvez eu fosse mesmo. - Eu te perdoo.

— Eu não te mereço. - Fala sorrindo e se aproximando sem levantar do balanço. - Sabia disso?

Eu sorri e olhei pra baixo. Não queria admitir que sabia perfeitamente. Senti ela levantar minha cabeça com o polegar e me beijar. Acho que demos só quatro beijos antes de nos afastar, dessa vez era por medo de alguém ver.

Nós começamos a conversar sobre nossos gostos. Tipo de música que ouvimos, quais séries gostamos e qual é nossa preferida, essas coisas.

— Ei. - Falo de repente depois de nos beijamos mais uma vez. - Você promete que... não vai me tratar igual você sempre me tratou quando quando alguém estiver por perto?

Eu me ouvia de um jeito muito infantil. Pra mim, parecia uma criança pedindo pro pai ou pra mãe checar se tinha algum monstro debaixo da cama.

Mas acho que ela pensava diferente, porque ela desviou o olhar pro chão e respondeu:

— Me desculpa, mas eu preciso.

Isso foi tão desesperadamente sincero que eu compreendi na hora. Mesmo que a sensação dela me beijar e cinco segundos depois me empurrar, dizer algo maldoso e sair dali com a pessoa que tinha acabado de chegar, me cause náuseas, eu compreendia que ela precisava daquilo pra não ser zoada.

— Eu sinto muito, Nat. - Ela não estava com a voz firme. - Eu sinto muito mesmo, mas eu não vou suportar passar pelo mesmo que você e seus amigos.

— Eu te entendo. Se eu tivesse no seu lugar... esquece. Mas eu não gostaria e não iria querer virar piada. Mas, Wanda, você é forte, durona. Por isso que ninguém nunca te provocou. Já eu... só batia quando era bem necessário, e eu não conseguia vencer a sala inteira de uma vez. - Limpei a garganta, tentando parar de falar tanta coisa. Era tudo verdade, mas parecia que eu estava jogando a culpa na cara dela. - Mas você é forte e não iria passar por essa situação.

— Você também é forte, Nat.

Ri fraco e olhei pra frente.

— Forte em questão de físico.

— Ah. Mas emocionalmente você é bem mais do que eu. - Eu sorri de um jeito idiota e ela quase riu. - Você é tão fofa.

— Você me provocava pra ver como eu ficava fofa quando estava irritada?

— Isso era um bônus.

Caímos na gargalhada e, quando paramos, ficamos apenas sorrindo uma pra outra. Bem, antes de eu beija-la, claro. Os seus olhos ficam extremamente lindos quando ela sorri. Ela fica muito linda quando sorri. Bem, na verdade, ela é muito linda de qualquer forma.

Casal impossível - Wantasha CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora