Cap 18

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Sabia que estava bom demais pra ser verdade.

No dia seguinte, eu acordei com o maior bom humor que eu já tivera em toda a minha vida. Até minha mãe estranhou.

Por quê? Porque eu tinha combinado de encontrar com Wanda atrás da escola depois da aula de geografia, no intervalo. Não via a hora de revê-la.

Além disso, eu iria pedi-la em namoro. E tinha certeza que ela iria aceitar. Eu não sei o que deu em mim, eu só acordei imaginando a gente se casando e coloquei na minha cabeça que ela iria aceitar.

Bem, deixa eu contar a história de uma vez por todas.

Tinha falado pra Carol avisar pros meninos o que eu iria fazer e estava indo pro lugar onde tínhamos combinado de nos encontrar.

Quando cheguei, Wanda ainda não estava lá, então decidi ficar conversando com meus amigos enquanto ela não chegava.

— Oi, Nat. - Tirei os olhos do celular e olhei sorridente pra ela. A morena chegou depois de uns três minutos.

— Oi. - Falo guardando meu celular no bolso da calça e indo em direção à ela.

— O que quer falar comigo?

— Eu queria saber se... se você quer namorar comigo. - Mesmo estando de bom humor e bem esperançosa, minha insegurança tirava um pouco da minha coragem.

— Ah! - Ela parecia feliz, mas não sei o que ela iria falar depois.

Assim que ela abriu a boca pra responder, Um grupo de amigos idiotas chegou e ela olhou assutada pra eles.

— Wanda? O que tá fazendo aqui com ela? - Um menino do grupo perguntou olhando com nojo pra mim. Nesse momento, eu já tinha passado da fase "Deixar de sorrir".

— Ãhn... - Ela parecia desesperada. Sabendo o que ia acontecer, olhei pra baixo. - Ela já estava aqui quando cheguei! Provavelmente brigou com os amiguinhos e veio aqui pra chorar.

Olhei pra ela sem acreditar no que dizia enquanto o grupo de amigos ria. Irritada, saí correndo e fui em direção ao refeitório. Não estava triste ou decepcionada, estava com raiva.

— Nat? - Peter pergunta vendo a fúria no meu olhar enquanto eu sentada ao lado de Steve. - O que aconteceu? Não ia pedir Wanda em namoro?

— Eu ia. - Falo tentando não quebrar alguma coisa. - Mas um grupinho de idiotas entrou antes que ela pudesse responder.

— Ela te tratou mal, não foi? - Carol pergunta com pena na voz e eu assinto. - Ah, aquela vadia...

— Não é culpa dela. - Falo tentando acreditar no que dizia. - Wanda não pode deixar de fazer isso comigo, iria deixar suspeitas.

— Nat, você tem que parar de ser idiota! - Eu olho pra Carol assustada e ela suspira. - Desculpa. É que você precisa parar de achar que Wanda tem algum motivo pra fazer o que ela ainda faz com você.

— Mas ela tem! - Sim, eu sei que sou trouxa, mas queria acreditar que ela tinha. Carol revira os olhos e eu continuo: - Wanda não quer ser a grande otária da escola como eu, só isso!

— "Só isso?" - Peter se intromete antes que Carol pudesse me xingar ao invés de argumentar. - Nat, você é a "grande otária da escola" graças a ela!

— Exatamente! Obrigada, Peter. - Carol fala e ele assente. - Nat, você não pode continuar perdoando ela dessa maneira!

Suspirei e olhei pro Steve ao meu lado.

— O que acha? Devo tentar fazer ela mudar, não devo?

— Acho que não, Nat. - Steve fala olhando com um pouco desespero pra mim. - Acho que Peter e Carol estão certos.

— Tá vendo? - Carol fala enquanto eu revirava os olhos. - Ela só te faz mal! Você precisa fazer o mesmo com ela!

— Ela não me faz mal! Você não tem ideia do que é estar com ela! - Droga, já estava aumentando a voz. - Você não sabe como é sentir que tudo vai ficar bem quando a porra da sua vida é uma merda!

— A sua vida é uma merda por causa dela! - Carol fala também aumentando o tom de voz. - A nossa vida é uma merda por causa dela!

— Mas ela me faz bem, Carol.

— Para de enganar a si mesma! - Peter fala já impaciente. - Você não vê que ela não consegue decidir entre você e a porra de uma reputação?!

— Você não tem ideia de como ela é quando estamos sozinhas. - Falo sentindo lágrimas nos olhos. Que merda. - Não tem ideia do que é estar apaixonado por alguém, Peter!

— Não tenho, não. - Ele admite. - Mas tenho ideia de como é sofrer nas mãos dela.

— Não como eu sofri! - Falo levantando da mesa. - Vocês não tem ideia de como ela mudou.

— Nat... Espera! - Carol me chama enquanto eu saía de perto da mesa. Ela me seguiu até os armários, onde o corredor estava vazio. - Nat!

— Me deixa em paz porra! - Falo me virando pra ela. Eu não estava chorando, mas minha voz não estava tão firme. - Você não sabe nada sobre ela!

— Parece que nem você. Não percebe o quanto ela te faz mal, Nat? Você não é burra.

— Quando estamos sozinhas...

— Eu tô cagando pra isso! - Recuo um passo, assustada com o fato dela ter gritado. - Eu tô falando de como ela age quando as pessoas estão vendo vocês!

— Eu sabia que isso ia acontecer, Carol. Por que acha que eu não queria pedir ela em namoro? Além disso, não era você que estava animada com nosso relacionamento?

— Eu estava animada porque você estava feliz, Nat. - Ela fala respirando fundo, provavelmente se segurando pra não gritar novamente.

— Eu ainda estou. - Falo desviando o olhar. - Só foi uma vez, vou tomar cuidado pra não encontrar com ela de novo.

— Isso vai acontecer de novo e você sabe!

— Mas e se não acontecer? Estamos quase indo pra faculdade, onde podemos nos livrar de todos esses idiotas.

— O que pretende fazer depois? Acha que ela vai querer casar com você ou algo assim? Acorda, Natasha! Ela só gosta de você! Eu sei o que você sente por ela, mas ela não sente o mesmo por você! - Isso pareceu ter sido automático, mas não pude deixar de ficar magoada. - Me desculpa! Eu...

— Só me deixa em paz. - Falo saindo.

Casal impossível - Wantasha CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora