Cap 32

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Beleza, é o pior dia da minha vida.

Falando sobre o sonho onde Wanda brigava comigo... isso aconteceu.

Calma, vou explicar.

Hoje era pra ser o dia do meu reencontro com Wanda, uma semana antes do volta as aulas. Então eu estava bem animada.

Como ela combinou de me ver só de tarde, eu aceitei o pedido de Maria de ir pra pracinha depois do almoço. Ela parecia nervosa no telefone, eu devia ter previsto que isso iria acontecer. Eu estava tão feliz que iria reencontrar com a minha namorada que não percebi o que estava ridicula e obviamente claro.

Mandei uma mensagem pra Wanda dizendo pra gente se encontrar na pracinha por volta de umas quatro da tarde, mas ela chegou antes.

Cheguei na praça e Maria estava sentada em dos banquinhos, olhando distraidamente pro banco vazio à sua frente.

— Oi. - Falo sorrindo e sentando ao seu lado. - O que quer falar comigo?

— Ãhn... Primeiramente, queria falar que se você não sentir isso também, é pra gente continuar conversando.

— Tudo bem. Gosto de ser sua amiga.

Ela não demonstrou que aquilo tinha sido como um soco na barriga, mas sinto que ela se segurou muito pra não fazer isso.

— Bem, eu...

Achando que ela não iria me beijar antes de falar o que sentia, eu não me mexi. Infelizmente, esse não foi muito o caso.

Não teve tempo de me afastar, ouvi a voz de Wanda bem atrás da gente.

— Que porra tá acontecendo aqui?!

Maria se afastou e me olhou confusa enquanto eu me virava em direção a Wanda.

— Wanda... - Falo me levantando e olhando incrédula pra morena à minha frente. - E-eu posso explicar...

— Quem é ela, Nat? - Pergunta cruzando os braços. - É a primeira vez que acontece?

— Que acontece? Wanda, isso nunca aconteceu antes!

— Espera, vocês namoram? - Maria pergunta e Wanda cora enquanto eu olhava pra ela. - Nat, ela te tratou mal a vida inteira e você gosta dela?

— Longa história. - Falo voltando o olhar pra Wanda. - Eu não gosto dela mais que uma amiga, Wanda!

— Ai. - Maria fala me olhando como se eu fosse uma pessoa horrível. Talvez eu seja mesmo.

— Desculpa, Maria. Não era assim que eu queria te falar isso.

— Então por que você não se afastou? - As duas perguntam e se olham.

— Porque...  - Eu não sabia como responder sem deixar claro que eu estava ciente sobre o sentimento de Maria desde o começo. - Porque ela me pegou de surpresa!

— Você não sabe mentir, Natasha. - Wanda fala e eu olho suplicante pra ela. - E não adianta me olhar assim.

— Podemos conversar a sós? - Pergunto olhando pra Maria e ela se levanta. - Eu e Wanda.

Maria assente e sai da pracinha.

— Wanda... - Começo me aproximando dela, mas a morena recuou um passo enquanto me olhava com nojo.

— Primeiro me fala porquê não se afastou. - Ela fala enquanto eu a olhava provavelmente com cara de choro. - Eu entendo se você gostar dela e não de mim. Mas podia ter me falado antes.

— Eu não gosto dela, Wanda! - Falo tentando manter a calma. Na verdade, "manter" não é a palavra certa. "Recuperar" é mais adequado a situação. - Eu gosto de você.

— Então por que não se afastou como se afastou de mim?

— Eu já sabia que ela gostava de mim. - Explico olhando pra baixo. Não queira ver sua reação. - Somos amigas desde o primeiro dia de férias, e ela sempre mandou sinais disso. Não pode culpa-la, ninguém sabe que namoramos.

— Isso não responde a minha pergunta. - Fala claramente escondendo o desespero de Maria saber sobre nós.

— Eu esperava que ela só falasse. Ela me pegou de surpresa, Wanda.

— Mas por que não me contou antes? Sobre o sentimento dela.

— O que você iria fazer?

— Eu não sei, Nat. Eu só ficaria segura de que minha namorada me fala as coisas.

De repente me senti culpada. Fiquei tão preocupada com o sentimento de Maria e o que poderia acontecer se Wanda descobrisse, que nunca pensei em falar pra ela sobre isso.

— Eu não pensei em contar pra você. Eu esperava só falar pra ela que eu não sentia o mesmo.

— Não sei porquê, mas não acredito nem um pouco em você. - Ela parecia confusa com a própria frase, bem mais do que eu.

— Wanda, eu disse bem na frente de Maria que eu não sentia o mesmo. Você viu como ela me olhou? Me senti a pior pessoa do mundo!

— Acho que devia sentir mesmo. - Eu nem tentei esconder que isso fora uma grande pancada em forma de frase.

— Quer falar mesmo de ser uma pessoa ruim? - Falo automaticamente. Ficar magoada me ajuda a piorar a situação.

Agora ela era quem escondia de que isso fora como uma pancada.

— Desculpa. - Falo desviando o olhar. - Eu não esperava reencontrar com o amor da minha vida desse jeito.

— Você não é mais o amor da minha vida. Você me traiu.

— Quê? - Mesmo se eu tentasse, não iria conseguir esconder a voz e expressão de choro. - Você não pode estar falando sério.

— Nat, você podia ter me contado. Eu não iria ficar irritada com Maria. Quero dizer, quem que te conhece não gosta de você? - Isso pareceu ter aido automático, mas não pude deixar de sorrir levemente. - Merda, quem estou enganando? Você é sim o amor da minha vida!

— Então você me perdoa? - Pergunto ainda sorrindo.

— Eu não sei, Nat. Preciso de um tempo.

— Espera, Wanda. - Falo antes dela se virar pra ir embora.

— O que é?

Me aproximei e a abracei. Ela foi parando de se debater com o tempo.

— Eu te amo. Me desculpa.

— Tá. - Isso fez eu me afastar e olhar desacreditada pra ela. - Nat...

— Não. - Falo já impaciente. - Esquece. Não sou mais o amor da sua vida, não é? Tá tudo bem.

Casal impossível - Wantasha CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora