Cap 16

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Acordei da forma mais constrangedora que qualquer um possa imaginar: meu pai.

— Você dormiu aqui, Wanda? - Ele pergunta enquanto a gente se levantava. Meu pai não ligava pra minha sexualidade, mas não podia deixar de achar que ela era só uma amiga. Mesmo assim, estava sorrindo.

— Sim. Desculpa, dormimos antes de vocês chegarem. - Eu queria livra-la desse constrangimento, mas meu pai iria me impedir de responder por ela.

— Tudo bem. Natasha quem tinha que me avisar. - Começou. Eu tive vontade de enfiar minha cabeça em um buraco. Ele olhava pra mim como se tivesse me dando uma bronca. Não estava olhando pra Wanda, mas tinha certeza que ela tava de segurando pra não rir. - Não é mesmo, mocinha?

— É. - Falo tentando fazer com que ele parasse de olhar pra mim. Olhei pro lado e suspirei aliviada. Wanda estava tão constrangida quanto eu. - Desculpa.

Ele saiu do quarto e nos olhamos.

— Vou tomar banho primeiro. - Falo saindo do quarto.

Quando voltei, ela estava sentada na beirada da minha cama. Eu estendi a toalha pra ela, que se levantou e pegou.

— Vou estar lá embaixo. - Falo antes dela sair do quarto.

Ela assentiu e foi pro banheiro.

Ciente de que meu rosto certamente estava vermelho, desci as escadas e sentei ao lado de minha irmã.

— O que houve entre vocês duas? - Yelena sussurra e eu olho pra ela. - Quero dizer, Maximoff não te odiava?

— Sim, mas... - Começo enquanto desviava o olhar. - Longa história, maninha. - Acho que estava cedo demais pra contar isso pra alguém além dos meus amigos. - O importante é que gosto dela e ela gosta de mim.

— Se isso te faz feliz, então por mim tudo bem. - Ela fala sorrindo e voltando sua atenção pro prato à sua frente.

— Valeu. - Falo bagunçando seu cabelo. Frustrada, ela bate de leve em minha mão e o arruma enquanto eu ria.

Quando Wanda desceu, meus pais ofereceram café da manhã, mas eu disse:

— Estamos atrasadas. Acho que é melhor ela ir comendo no caminho, mãe.

— Nat tem razão. - Wanda fala olhando com clara fome pro meu prato vazio. - Aliás, preciso ir logo.

— Tudo bem. - Minha mãe tava claramente desconfiada, mas não falou mais nada.

Eu inventei uma desculpa qualquer pra gente sair pelos fundos e seguimos caminhos diferentes.

— Por que saímos pelos fundos? - Yelena pergunta depois de termos que atravessar a distância entre a nossa casa e a casa do vizinho pra ir pelo caminho normal até a escola.

— Porque Wanda não pode ser vista comigo.

Senti que ela queria falar alguma coisa, acho que ela estava desconfiada.

— Não quer me contar mais nada? - Ela pergunta depois de um tempo e eu penso por um momento antes de responder:

— Você não entenderia, mas posso te contar com mais calma depois da aula.

— Tudo bem. Tchau, Nat. - Ela fala seguindo o caminho em direção ao prédio do fundamental 2 enquanto eu seguia em frente pra entrar no prédio do ensino médio.

Wanda estava em seu armário conversando com seu irmão, como sempre. Mas ele parecia estar irritado com ela ou algo assim. Eu não pude ouvir muito porque não podia me aproximar, mas tenho quase certeza de que o assunto era porquê ela sumira noite passada e voltara como se nada tivesse acontecido.

Eu olhei pra ela, que olhou de volta. Infelizmente essa troca de olhares não durou muito tempo, Pietro fez ela olhar de novo pra ele. Voltei o olhar pra frente e fui pro meu armário.

— Como foi esse fim de semana com você sabe quem? - Peter pergunta aparecendo de repente e me dando um belo de um susto.

— Ai garoto! - Ele ri alto enquanto eu dava um tapa de brincadeira em seu ombro. - Depois eu te conto, quando estivermos sozinhos.

— Vocês estão namorando? - Ele perguntou isso tão alto que alguém perto da gente provocou:

— Quem iria namorar com ela, Parker?

Não ouvi risadas, acho que nem o autor disso achou engraçado. Olhei certamente irritada pra ele e segurei a mão de Peter até a sala.

Ótimo. O dia perfeito já tinha ido embora, típico.

— O que houve, Nat? - Steve pergunta após eu me sentar ao lado de Peter na sala. - Não passou a noite com... você sabe.

— Só mais um idiota no corredor. - Falo e suspiro. - Já tô cansada dessa merda.

— Quem foi? Posso fazer ele pedir desculpas. - Ri fraco vendo Carol daquele jeito. Ela fica muito engraçada quando fala que vai socar alguém, mesmo eu sabendo que, se for sério, a pessoa vai sair machucada. - É sério!

— Não se meta em problemas por minha causa.

— Sabe que eu não ligo!

— Sabe que eu ligo. - Falo como se fosse uma mãe falando "Você não vai e ponto final". - Você não vai se meter em problemas por minha causa de novo.

— Daquela vez eu só fiquei de castigo por dois dias! - Fala cruzando os braços. Ela realmente parecia uma adolescente desobediente querendo ir pra uma festa e eu parecia uma mãe chata, mas eu não me importo.

— Não lembra das outras? Duas semanas, um mês... Você está há mais de um ano sem se meter em problemas, ela não vai pegar leve se sentir que você não vai permanecer desse jeito.

— Nat, por favor!

— Eu posso me virar sozinha, Carol. Lembra daquela festa? Eu não, - Acrescento e todos riem. - mas sei que consegui enfrentar a Wanda, então posso enfrentar qualquer pessoa.

— Mas eu preciso bater em alguém!

— Bate no Steve. - Falo apontando pro loiro.

— Ei! - Ele fala indignado enquanto Carol batia de leve em seu ombro e todos riam. Mas ele acompanhou a risada logo depois.

Casal impossível - Wantasha CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora