Cap 46

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No dia seguinte, todo mundo já sabia sobre nós. Pietro tinha postado uma foto nossa quando estávamos deitadas na minha cama e sorrindo uma pra outra. Dava pra ver claramente que era eu e ela, então é impossível negar.

Ele postou essa foto com a legenda: "Pelo visto a Nada Romanoff não é a única sapatão dessa escola. Estou muito decepcionado com minha irmã." Nada Romanoff não foi nem de perto uma piada boa, eu iria rir se não fosse uma situação assim.

Wanda não quis ir pra escola, e eu respeitei isso. Acho que ela não iria sair de casa por um bom tempo. Não a culpo, mas isso me preocupa muito.

— Cadê sua namoradinha, Romanojenta? - Algum garoto perguntou assim que eu entrei na escola.

— Cadê a sua? Aé, você não tem. - Sabia quem era aquele garoto, o maior bv de toda a escola.

Que merda ser zoada por ele, mas pelo menos ele calou a boca depois da minha resposta.

Ouvi risadas e segui em frente, recebendo várias outros comentários como esse durante o caminho até meu armário.

— Nat! - Carol me chama enquanto corria em minha direção. - Eu vi o que Pietro postou, eu sinto muito.

— Nada mudou pra mim, é com Wanda que estou preocupada. Ela não quer sair de casa, provavelmente nem quis ver a cara do irmão. Ela disse que ia ficar bem, mas eu sabia que não. Que merda.

— E aí, cunhada?

Me virei em sua direção e dei um soco em seu rosto assim que o vi. Ouvi Carol rindo atrás de mim e algumas pessoas olhando com medo pra situação. Dei outro soco e ele caiu no chão de joelhos.

— Seu idiota filho da puta! - Falo o segurando pela gola da camisa e dando outro soco. - Tem noção do que fez?! - Eu já tava gritando. - Você destruiu a vida da sua irmã seu desgraçado!

— Calma, Nat. - Carol fala, mas eu a ignoro.

— O seu problema é comigo! O de todos na escola é! Não mete ela nisso!

— Agora... ela... também é... meu problema. - Ele fala pausadamente e meio tonto. - Ela também gosta de garotas, como você.

— E qual o problema disso?

— É pecado. Tá na bíblia.

— Eu não ligo pro que a bíblia diz. - Falo fazendo ele se levantar. - Se você acha isso, é só não gostar de garotos.

— Você... Vocês vão pro inferno.

— Problema nosso. - Falo fechando a porta do meu armário. - Não seu.

O empurro e ele cai novamente no chão, fraco demais pra levantar outra vez.

— Escutem! Todos vocês. - Falo bem alto pra todos naquele corredor ouvirem. - Qualquer um que mexer com Wanda, vai acabar que nem o irmão dela. Me entenderam?

— Nat, fica calma. - Carol fala baixo e eu a ignoro de novo.

Todos ficam em silêncio, olhando com medo pra mim. Então eu grito:

— Me entenderam?!

— Sim! - Pietro grita com a voz fraca e todos olham pra ele. - Digam que sim!

— Podem continuar fazendo o que quiser comigo. - Continuo ainda olhando pra ele. - Mas não cheguem perto nem dela e nem dos meus amigos.

Me viro pra ir embora e Carol me segue até a sala, chamando meu nome diversas vezes até perder a paciência e segurar meu ombro. Por impulso, eu tirei sua mão rapidamente e me virei pra olhar pra ela.

— Desculpa. - Falo enquanto ela olhava assustada pra mim. - Não tô em um bom dia.

— Tô vendo. Depois eu que sou a descontrolada que sai socando as pessoas. - Eu ri mesmo não querendo e ela sorriu. - Foi muito fofo o que você fez por nós, mas não precisava.

— Sim, precisava. Não vou deixar Wanda passar por isso. E cansei de vocês passarem.

Ela sorriu e me abraçou de lado. Fomos assim até a sala e nos sentamos juntos.

Steve, Peter e Maria reagiram da mesma forma que Carol, dizendo que estão sabendo de tudo e que sentem muito.

— Wanda não me responde. - Sussurro depois de um tempo de aula e sinto o olhar deles pra mim. - O que será que aconteceu?

— Ela pode estar dormindo. - Peter sussurra olhando tristemente pra mim. - Faço isso quando estou a ponto de me jogar da janela.

— Os pais dela têm instagram. - Maria sugere sussurrando em tom assustado e eu olho pra ela. - E se eles também estão sabendo?

— Não. - Sussurro voltando o olhar pro meu celular. - Não fala isso. Ela seria expulsa de casa, ela me disse.

— Ela pode só estar de castigo sem o celular. - Steve sussurra enquanto anotava algo do quadro. - O que não é tão ruim, não é?

— É. - Falo guardando o celular. - Não deve ser nada.

Casal impossível - Wantasha CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora