Gwen Gallagher - Livro 2

Capítulo 43

Gwen Gallagher

Fecho a porta e ouço o barulho confirmando que está trancada. Então desço as escadas e pego as chaves do carro enquanto caminho até ele, parece tudo silencioso demais, mas é o que acontece quando você tem que acordar cedo para participar da reunião de segunda feira.

Quando acordei, Peter ainda estava dormindo, então tomei um banho e me arrumei para sair. Tentei acordar ele para dar um beijo de despedida e Peter nem mesmo se mexeu, acho que por causa da noite de ontem.

Ficamos a noite toda acordados e ele ainda foi até mais tarde porque, quando ligamos a TV, estava passando um filme de ação que ele queria assistir. Então eu dormi primeiro e algumas vezes acordava para ver ele fixado no filme como se fosse criança.

Abro o carro e uma mão decha minha porta, meu corpo todo para e vejo o reflexo de Joseph na janela do carro. Engulo em seco e abaixo minha mãos, arrumo as chaves entre os dedos para parecer um tipo de faca e olho por cima do ombro.

-Conseguiu o que eu pedi a você, Gwen?- sua respiração toca meu pescoço.

-Joseph...

-Conseguiu o pendrive, Gwen?- ele força seu corpo atrás do meu e minha barriga toca o carro.

-Não.- engulo em seco.

-Chaves.- estende a mão.

-Joseph.- aperto as chaves.- Se você me der mais tempo...

-Eu dei muito tempo para você.- ele segura o meu braço e me vira.- Não conseguiu o pendrive, mas tem outra coisa que eu quero.

-Não pode me levar.- falo e ele ri.- Não pode me levar, porque estou grávida.

Ele parece surpreso e então leva a mão até minha barriga, seu sorriso se torna ainda mais largo e ele acaricia minha barriga. Tento conter meus instintos de afastar ele e deixo ele acariciar minha barriga como se fosse um brinquedo.

-Você é cheia de surpresas, Gwen.- suspira.- Acho que posso aturar um bebê.

-O que?- arregalo os olhos.

-Acha que vai me impedir de levar você?- ele ri.- Quero você e vou ter você, Gwen.

-Se me levar, minha família...

-Ah, quer dizer a irmã que não gosta de você e a que nem liga para você?- ele pergunta.- Sim, vão ir atrás de você.

-Por favor...

-Você vem comigo.- ele segura meu braço com força.

-Não mesmo.

Mexo minha mão e ele grita cobrindo o rosto quando uso a chave, o empurro para o meio da rua e corro de volta para casa, minhas mãos tremem e eu não consigo pensar direito enquanto corro.

-Peter!- grito abrindo a porta.- Peter!

Joseph consegue ne alcançar e grito mais alto quando caio de lado no chão, ele bate a porta e começo a me arrastar pelo chão quando ele tira a arma do coldre. Ele ri quando segura meu tornozelo e me vira de barriga para cima.

-Sabe quantas notícia tem sobre você?- ele pergunta.- Quantas histórias vi sobre você?- ele sobe em cima de mim e deixa minha perna paradas com as dele.- Estou louco para ver se você é tão gostosa assim.

-Você me machucou.- toco a minha testa.- O bebê...

-O bebê está bem.- ele começo a subir meu vestido.- Afinal...- ele abre minhas pernas com dificuldade.- Quem estava chamando?

-Eu, filho da puta.- ouço um tiro e grito cobrindo o rosto.

Joseph grita de dor e sinto algo quente molhar meus braços, abro os olhos e vejo que Joseph está sangrando em mim. Grito de novo e tento me soltar, mas ele agarra meus cabelos e me faz levantar para ficar de escudo.

-Seu filho da mãe!- Joseph grita sangrando em mim e começo a chorar.

-Solta ela.- Peter não abaixa a arma.- Se não o próximo vai ser bem na sua testa, imbecil.

-Quer arriscar?- ele destrava a arma e aponta para a minha cabeça.

-Peter...

-Você vai ficar bem, amor.- ele fala e o aperto de Joseph nos meus cabelos fica mais forte.

-Claro que tinha que ser filho dele.- Joseph bufa.- Você não sabe escolher bem, mas isso vai mudar.

-Solta ela, porra!- Peter grita mais alto.- Tudo isso pela merda de um pendrive?- ele coloca a mão dentro do bolso da calça.- Aqui, seu filho da mãe!- mostra um pendrive e arregalo os olhos.

-Você....

-Tessa me deu.- Peter não me encara.- Ninguém nunca desconfiaria.

-Como vou saber se é verdade?- Joseph parece pesar entre o pendrive e eu.

-Acha que arriscaria a vida dela por isso?- Peter pergunta.- Pega isso e vai embora.

-Tem que me provar.- Joseph explica.

-Peter.- olho para baixo e vejo meu vestido sujo de sangue.

-Porra.- ele abaixa a arma por um segundo.

Joseph atira em Peter e grito quando ele cai no chão, caio de joelhos quando Joseph vai até ele e pega o pendrive. Ele passa por mim e oferece a mão, mas apenas me arrasto para Peter e vejo ele sangrando por algum lugar que não identifiquei.

Passo as mãos pelo seu peito tentando ver de onde vem e soluço quando ele não se mexe. Começo a pensar que está morto e o choro parece fica ainda mais forte, logo não consigo ver nada por causa das lágrimas.

Peter morreu....ele morreu....

-Peter.- começo a chorar de novo e seguro seu rosto.- Peter, por favor. Peter, não me deixa...

-Gwen!- ele grita acordando e agarra meu braço.

-Estou aqui.- sussurro aliviada.- Estou aqui, Peter.- falo enquanto ele se agarra a mim em um abraço e geme de dor.

-Hospital.- ele levanta comigo.- Você precisa de um hospital.

-Peter.- soluço.

-Vamos ficar bem.- ele me puxa até a porta.- Onda aquele imbecil está?

-Ele foi embora com o pendrive.- falo chorando.

-Tudo bem.- Peter abre a porta do carro dele.

-Peter, eu...- grito quando sinto a cólica mais forte do mundo e me agarro em Peter.

-Gwen.- ele arregala os olhos.- Gwen, por favor, não faz isso, entra no carro.

-É muito forte....- sussurro me sentindo tonta.

-Gwen.... não...

Mas já é tarde, caio desmaiada no chão.