Capítulo 25

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Entro no meu apartamento e o vazio me toma. Sempre sonhei com este dia, o dia em que finalmente iria morar sozinha, no entanto a tristeza é tão grande dentro de mim que não consigo suportar. As lágrimas que tanto segurei apertam em meu peito. Porque isto está acontecendo comigo? Jamais imaginei que um dia iria sofrer tanto por um homem, todos os meus medos estão se concretizando! Desabo no chão, abraço meus joelhos e choro muito!

Fico sentada na mesma posição por muito tempo, meu corpo dói, mas o que mais dói é o meu coração. Preciso sair desse túnel de tristeza, não posso ficar chorando pelo resto de minha vida, tenho que ocupar meus pensamentos!

O apartamento estava uma bagunça de caixas e louças espalhadas no chão da cozinha, tem tanto armário para tão pouca louça, não tenho praticamente nada, apenas o essencial, acho que vou ter que fazer umas comprinhas.

Termino de guardar os utensílios e começo na sala, por enquanto tem só a TV do meu antigo quarto e uma lareira, vou ter que me virar com isto mesmo, ainda bem que eu trouxe umas almofadas que ficavam espalhadas sobre a cama.

A campainha toca, olho no relógio para constatar que são 16:00hs em ponto. Droga é o arquiteto e eu aqui neste estado toda maltrapilha, vestida no meu costumeiro short jeans e uma camiseta laranja cortada em baixo com um lenço na cabeça, bem estilo dona de casa em dia de faxina. Atendo a porta meio sem e jeito e totalmente envergonha, pois não poderia deixá-lo esperando e ir trocar de roupa né! Já basta ter dado bolo nele no sábado.

- Boa tarde, você é a...- Um homem nadinha feio aparece na minha visão com a mão estendida.

- Larissa, prazer em conhecer, você é Henrique o arquiteto certo? – Aperto sua mão estendida.

- Certo... Nos tínhamos marcado para as 16:00hs tudo bem para você? – Ele me olha com seus olhos castanhos claros, um olho tão bonito, parece de artista de novela ou algo assim.

- Tudo, tudo bem para mim, vamos descer? - Ele fica me olhando por um tempo, deve estar me achando ridícula nessas roupas.

- Sim, claro.

Fecho a porta puxo o lenço da cabeça guardando o no bolso e balanço o cabelo. Pronto assim vou parecer mais descente.

- Então por onde começamos? – Pergunta ele com uma prancheta nas mãos.

- Há sim, com certeza vamos quebrar esta parede. Aponto para uma parede que ia até a metade da sala, não sei qual era o uso dela antes, mas agora ela não nos serviria de nada.

- E aqui eu quero fazer um biombo ou algo assim para disfarçar mais esta escada. - Não queria que todos soubessem que a minha casa se dava acesso pelo salão.

Conforme eu ia falando ele ia anotando, diversas e diversas idéias.

- Qual cor você prefere? – Ele encosta dois tons da palheta que ele e a Carol já haviam pré definido antes.

- Que dúvida cruel. – Sorrio para ele que retribui. – Acho que esta.

Vou segurar a amostra e acabo encostando em sua mão, tento tirar, mais ele a segura.

- Desculpe, eu... bom acho que já temos o suficiente para eu trabalhar. – Começa a guardar os materiais e mostruários.

- Sim, qualquer dúvida é só me ligar. – Anoto em um papel meu telefone.

- Pode deixar! Mais alguma coisa que você queira ressaltar?

Penso um pouco, mas acho que o essencial já foi dito.

- Acho que é isso mesmo, obrigada pela atenção. - Digo sem graça, coçando a nuca.

- Ao seu dispor. – Ele faz um reverencia e se vira para ir embora.

QUE A SORTE ESTEJA AO SEU LADOOnde histórias criam vida. Descubra agora