Capítulo 9

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 Procuro o meu celular em minha bolsinha de lado. Onde esta você querido celular.... Achei, te peguei! Levanto a cabeça sentindo uma leve brisa no meu rosto. Me sinto em um filme em câmera lenta, vejo um menino ruivinho de uns 10 anos de idade pedalando a sua bicicleta a toda velocidade em cima da calçada, e o pior vindo na minha direção. Ai..ai...ai..ai..ai sei exatamente o que vai acontecer a seguir, mais não consigo me mover do lugar, é tudo tão rápido e ao mesmo tempo tão lento.

 O menino me atropela me deixando de bunda no chão, aí que dor no meu cotovelo! Acho que vou ficar com a coxa toda rocha! Ele levanta embarca na bicicleta bem rápido e sai gritando.

- O Dona não olha por onde anda?

  Não era a primeira vez que eu escutava esta frase. Ele fugiu sem nem me ajudar!!! Este mundo esta perdido mesmo, se ele ficasse apenas uma semana com a minha mãe ele ia ver o que era bom para tosse, há essa hora ele estaria levitando com ela apertando as orelhas dele!! Rio com o pensamento!!!

  Ainda estatelada no chão Alexandre aparece na minha frente e abaixa para me ajudar.

- O que aconteceu? Você desmaiou de novo? – Eu já falei que não to grávida!! O povinho difícil!!

- Háaaa um moleque, a reencarnação do Denis pimentinha me atropelou de bicicleta, se eu pudesse arrancaria as duas orelhas dele e penduraria na praça para servir de exemplo para os outros. – Fico imaginando a cena do menino segurando as mãos nas laterais da cabeça sentado no centro da praça “Não por favor Dona, não arranque as minhas orelhas, eu prometo que nunca mais vou andar de bicicleta na calçada.” Rio dos meus pensamentos perversos.

- E você não viu ele vindo? – Ora essa, ele quem tinha que me ver e não o contrário.

- Não... eu tava pegando o meu celular para ligar para a Be... falando nisso cadê ele?

  Vejo Alexandre mordendo o lado da bochecha com a testa franzida.

- Será que é aquele Iphone que está todo trincado ali no chão?

  Entro em estado de choque!! O meu bebê, o meu bebezinho... ainda faltam 2 parcelas para eu terminar de pagar ele. Eu vou morrer... Fico olhando para Alexandre depois para o celular e fico assim sem saber o que fazer. Está decidido!! Eu vou arrancar as orelhas dele, não, melhor vou pregar ele na praça e vou.... e vou.... AHHGGGGRRR!!

 Pego o celular na mão conferindo o estrago, não acredito, eu quero acordar.... quero sair desse pesadelo, a tela trincou!!!

  Enfio ele na bolsa com raiva, não querendo mais pensar sobre isso. Olho para Alexandre que está com uma mão na barriga de tanto rir de mim.

- O que foi? Ta rindo por que não foi com você né!! Empresta o seu celular! – Ainda rindo ele responde.

- Só se você pedir com jeitinho!

- Ahh ta, vai ver se eu to na esquina! - Digo ironicamente.

- Oooolha a língua, será que eu vou ter que te ensinar a ter bons modos! – Isso tava ficando cada vez melhor. Ok, vou ter que pegar sozinha o celular. Tento agarrar das suas mãos, mas ele é mais rápido e levanta os braços.

- Nananinanão mocinha, vai ter que pedir!! Diga as duas palavrinhas mágicas e o Xande da ele para você! – Fico pulando igual uma tola, tentando alcançar, então ele me pega no colo e me aperta para eu não escapar.

- Me solta, seu louco, ou eu juro que eu vou... vou..

- Vai o que? – Ele ri desconcertadamente.

- Vou arrancar as suas orelhas e vou raspar o seu cabelo quando você estiver dormindo!! – Como eu estava agressiva!! Nem me conheço! Isso só faz com que Alexandre ria mais alto ainda, noto algumas pessoas olhando, algumas rindo da nossa situação, outras franzindo a sobrancelha.

QUE A SORTE ESTEJA AO SEU LADOOnde histórias criam vida. Descubra agora