Alexandre sorri com seus dentes divinamente brancos, está com a camisa que eu adoro, uma preta do Guns N' Roses com uma bermuda bege, seus olhos estão num azul mais vivo que nunca e seus lábios estão vermelhos. Sinto muita vontade de abraçá-lo, de esquecer tudo que aconteceu, porém percebo minha fraqueza e tento fechar a porta, mas ele impede colocando o pé entre a parede e a porta.
- Agente precisa conversar Larissa! Por favor! – Me olha suplicante.
- Não tenho nada para falar com você. – Respondo firme, pois se fraquejar por um momento...vai tudo por água baixo.
- Por favor, me deixa explicar.....quero conversar com você..me da cinco minutos.
Penso em fechar a porta, mas ele não deixaria, então não tenho outra alternativa se não escutar o que ele tem a dizer.
- É... diz logo o que você quer, por que eu tenho um monte de coisas para fazer hoje. – Falo com a voz rouca de tanto chorar nesses últimos dias. Sua expressão está seria, leva uns segundos para então dizer.
- Eu te amo. – Diz olhando no fundo dos meus olhos.
Ele não estava dizendo isso para mim, não depois do que eu vi na noite de domingo. Se ele me amasse não teria feito o que fez, não teria dito o que disse, me machucado tão cruelmente de propósito. Mordo o lábio para conter a raiva.
- O que você viu no domingo... Aquele não era eu. Eu tinha bebido e estava fazendo aquilo só para te magoar... – E tinha conseguido, na verdade ele fez muito mais que me magoar ele me traumatizou, não sinto vontade de corresponder este amor, não neste momento, sinto em algum lugar aqui dentro que jamais vou deixar de amá-lo, só que não quero isso, não quero me sentir assim, despedaçada. – E eu te amo, sempre amei, eu achei que você não sentia o mesmo por mim, achei que você estava com o Lucas, eu fui um idiota e tirei conclusões precipitadas... eu estava tentando te machucar para você saber o que fez para mim, eu sei é egoísmo, mas eu estou arrependido. Eu juro que nunca mais vou te magoar, nunca mais vou fazer nada que possa te machucar, eu mandei a Mari embora naquela noite, não fiz nada com ela, eu juro... Olha para mim por favor. – Implora mordendo a lateral da mão num tique de nervosismo.
Levanto a cabeça e o vejo com os olhos rasos d’água. Se eu entendi bem, ele disse que pensou que eu estivesse com o Lucas, mas porque ele acharia uma coisa dessas?
– Eu...eu escutei você dizendo para a Betina que havia se encontrado com o Lucas e depois a noite vi vocês na festa...eu sei que fui um idiota!
Agora as coisas começavam a fazer sentido.
- Eu sinto muito, que eu te fiz sofrer assim. – Digo soltando algumas lágrimas. - Não era a minha intenção... Nada que você fizer ou disser fará o tempo voltar ou apagar todas essas lembranças que ferem...
Alexandre se aproxima de mim e levanta a mão para enxugar uma lágrima, mas eu a abaixo antes que ele possa tocar meu rosto.
- Eu me odeio tanto por ter te feito sofrer desta forma, eu fui um otário... um.. – Coloca as mãos na testa e começa andar de um lado para o outro, no hall de entrada.
- Não importa a forma de sofrer... Sofrimento sempre será sofrimento. – Comento observando sua angustia.
- Lari, me escuta. Você tem que me perdoar. Eu te amo, sempre te amei, desde que éramos pequenos, eu te chamava daqueles apelidos só para te deixar irritada! Depois quando te vi aqui, confesso que primeiramente te achei muito linda e fiquei admirado com a bela mulher que você se tornou, mas depois percebi que você continuava a doce, alegre e brincalhona de antes. E eu me apaixonei ainda mais, você é a mulher da minha vida... Vamos tentar de novo eu prometo que.... - Não posso ouvir mais uma palavra, minha cabeça dói, sei que isso não nos levará a lugar algum.
- Chega! Não diga mais nada, por favor! – Tento novamente fechar a porta, mas Alexandre me detém, segurando-me contra ela, sua testa encosta na minha.
- Por favor, me da uma chance, por favor...Só uma. Não posso ir embora sem saber se ainda me ama. Nunca amei tanto alguém como eu te amo.
Abro os olhos para ver os seus rasos d’água, eu queria tanto beijá-lo, nem que esta fosse a ultima vez, eu precisava disso, precisava sentir o seu corpo junto ao meu, eu só... precisava. Coloco as duas mãos em concha nas laterais do seu rosto e fico admirando-o, tão lindo, tão meigo, nem parece o mesmo daquela noite, aquele imbecil que arrasou de vez o meu coração.
- Lari... Me perdoa.. – Coloco um dedo em seus lábios silenciando-o. Encosto minha boca na sua, beijando-o lentamente. Ele parece aliviado com a minha escolha, e me abraça erguendo-me do chão e me solta prensando-me contra a parede, sinto todo o seu desespero, toda a sua ansiedade e sua dor sendo transmitida neste beijo.
Como eu queria poder esquecer tudo e começar da estaca zero, acalentar ele e dizer que vai ficar tudo bem, que fomos feitos um para o outro, que a culpa foi minha afinal, o que na verdade era mesmo. Eu me iludi com toda aquela história de sorte e azar, só que nestes últimos dias eu mudei, ele me modificou...Tudo o que ele me fez... Acho que quebrei de uma forma irreparavel, onde não me vejo com ele por medo de sofrer mais.
- Você é tão linda. – Diz quebrando nosso beijo. - Eu nunca mais vou deixar você escapar de mim. – Me beija de novo, passando as mãos na minha cintura e na parte de traz da minha perna. Sinto-me aquecida por dentro de uma forma familiar, mas não posso deixar isto ir longe demais.
Afasto-me com uma mão em seu peito e fixo meus olhos no chão. Percebendo que eu não queria olhar para ele, se desespera.
- Larissa, não... não faz isso... Eu pensei que você tinha me perdoado. – Abre os braços e leva aos cabelos, sua voz treme. – Não faz isso com a gente. Por. Favor. – Suplica.
- Não sei se houve a gente algum dia... – Não podia admitir para ele, precisava que ele me deixa-se. – Eu preciso de um tempo.
Sinto suas duas mãos na minha cintura e de repente ele esta ajoelhado, abraçado a mim, com a cabeça de lado no meu abdômen.
- Desculpa! Eu não sei o que fazer sem você na minha vida! – Fico comovida com a cena e começo a chorar novamente.
- Para Alexandre, levanta. Para! Eu preciso de um tempo para mim, sei que você vai superar. Por favor! Nada que você faça ou diga vai me fazer mudar de idéia!
Depois de um tempo relutntemente ele levanta, e pressiona um beijo demorado nos meus lábios.
- Por quê? Por que você não me disse antes que me amava? Eu teria largado tudo, teria feito o que quisesse o que me pedisse... era o que eu mais queria ouvir... eu nunca vou esquecer você, nunca! - Diz acariciando meu rosto com o polegar
- Eu sei.. Eu também não, mas agora.... - Preciso que ela saia, ou vou explodir. - Vá, eu realmente tenho um monte de coisas para resolver.
Ficamos nos encarando por um tempo até que ele finalmente fala.
- Certo, se é isso que você quer! – Diz com a voz baixa.
- É isso que eu preciso! A gente se vê por aí.
- Sim...
- Sim...
Puxa uma das minhas mãos e a beija na parte de dentro.
- Se cuida!
- Se cuida também.
Alexandre vira as acostas para mim e começa a descer as escadas, por impulso abro a boca para dizer que o perdôo e que ainda o amo, mas a tapo com as duas mãos, não posso fracassar agora. Tenho que ser forte.
Tão lindo, tão meu...pena que meu coração está quebrado e não aceita recomeço, não agora.
Entro no meu quarto e me jogo na cama chorando, feito uma louca adolescente, teria que parar com isso, já estava começando a ficar desidratada.
O amor da minha vida acabou de me pedir perdão e dizer que me ama e eu simplesmente o mandei embora. Agora que estava um pouco mais animada, ele vem e Buuummm, derruba meu mundo novamente.
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QUE A SORTE ESTEJA AO SEU LADO
RomanceOBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL. DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS PELA LEI N° 9.610 DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 Sinopse Chamo-me Larissa Medeiros e tenho dezenove anos, morava com meus pais, mas eles me sufocaram com tanto amor que decidi dividi...