Capítulo 11

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Eu ainda não conseguia entender o que eu e o Alexandre tínhamos, o que eu sentia por ele era... algo inexplicável, algo que eu nunca havia sentido na minha vida, é como se eu fosse dele e ele fosse meu, é um sentimento de posse mesmo, eu não queria dividi-lo com ninguém, sempre que eu o vejo, sorrio como uma boba, me sinto infantil, brincalhona, tenho vontade de fazer tudo para ele, de ser tudo para ele de ser a vida dele. Sei que estou dando um grande passo na minha vida, mas tenho 19 anos e tenho certeza que ele é o cara certo, na verdade ele sempre foi... só tinha sumido por um tempinho, acho que sempre esperei por ele e não há mais necessidade de esperar.

 Suspiro sorrindo apaixonadamente com a lembrança de hoje de manhã, ele me acordou com beijos no pescoço me chamando de linda. “Minha vida, eu não paro de pensar um segundo em você, o que você ta fazendo, se devo mandar uma mensagem, se posso ligar, fico contando as horas para chegar em casa e te ver”. Não existe maneira melhor de acordar né?

- Moça? Mais alguma coisa? – Pergunta a menina da farmácia que se chamava Joana, ao menos era o que dizia no crachá.

- Humm, acho que vou querer mais alguns... é para a minha amiga! – Me explico.

A moça entrega a sacola da farmácia que ficava a 2 minutos a pé do salão da Dona Malu, contendo vários preservativos, de todos os tipos só para garantir, não podia dar nada errado para o que eu estava planejando. Sábado à noite a Betina ficou de ir dormir na casa de uma amiga da faculdade deixando a casa só para gente. Ontem de manhã comprei uma lingerie com calcinha e sutiã de renda preto e um robe de cetim preto todo rendado nas costas, me apaixonei por ele quando vesti, achei perfeito, realçou mais as minhas curvas e eu me senti tão sexy, tão poderosa, acho que com ela vou me sentir mais segura e menos nervosa... Provei outros que a moça disse que os homens babam, uns espartilhos, outras totalmente transparente, mas achei este mais adequado para a ocasião.   Agora só faltam as velas... lingerie ok, preservativo ok, ele nem sonha com a surpresa que eu vou fazer para ele.

  Depois de deixar as sacolas no carro vou em direção ao salão, faltam 5 minutos para dar o meu horário, tenho que ser mais ligeira para não me atrasar. Justo hoje eu não consegui vaga perto do salão, quarta feira movimentada. Fico esperando os carros passarem para eu poder atravessar, olho para um lado depois para o outro...

  SPLASCHHHHH

  Olho para minha roupa em estado de schok. Aquele filho de uma.... mãe e de um pai... passou com o carro bem numa poça de água me ensopando dos pés ao ultimo fio de cabelo. AGGGGRRHH.

 Ele fez de propósito, só pode ser... Ai meu Deus o que tem de errado comigo? Olho para cima pedindo uma explicação aos céus.

- Será que eu joguei pedra na cruz? Eu não mereço isso... Calma, calma vai dar tudo certo.

   Vou até o salão me explicar com a Dona Malu, ela vai entender eu sei que vai, poxa eu não tive culpa afinal!

 Encosto-me na parede ao lado da porta do salão tomando coragem para entrar e me explicar, a chuva começa a cair lavando um pouco da lama no meu rosto, estendo as mãos para cima e sinto os pingos cair sobre elas.

- Toma moça. – Uma senhora coloca uma moeda em minha mão estendida, olho sem entender até que a fixa cai.

- Não senhora eu não sou...

- Eu sei minha filha, aceite de bom grado... meu anjo... não desista da vida! – A senhora de cabelos curtos branquinhos, vestida num terninho rosa, da um tapinha na minha mão me acalentado. Depois se vira e vai embora me deixando de boca aberta.

- Legal fui confundida com uma mendiga, mas esta senhora falou uma coisa certa certa!

 Entro no salão com toda coragem, estufo o peito para falar com a Dona Malu, mas quando ela me vê coloca as duas mãos na boca.

QUE A SORTE ESTEJA AO SEU LADOOnde histórias criam vida. Descubra agora