Parte I

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PARTE I

Uma Filha Para o CEO Amar



— Isso não é nenhum pouco necessário!

Isis disse por entre dentes, eu somente ergui um dedo mandando que ficasse em silêncio. Estávamos esperando uma ligação muito importante. No entanto eu encarava a bolinha rosa num bebê conforto que ocupava minha mesa. Não a cadeira ao lado de Isis, mas bem o centro da porra da minha mesa do escritório, onde eu tratava de assuntos importantes.

A criança estava dormindo agora, usava uma toca rosa e branca com estampa de ovelha, e tinha uma chupeta na boca, suas bochechas gordas quase engolindo o objeto. Isis dizia que ela era minha filha, mas não poderia ser possível, eu me recusava a aceitar que ela se parecia comigo, com seus cabelos loiros e olhos claros como os meus. Mesmo assim, eu estava esperando a ligação que confirmaria se eu era pai ou não dessa coisinha gorda.

Quase um ano atrás eu passei a noite com Isis, mais uma entre tantas que curtimos juntos. Tínhamos sexo e apenas isso. Onze meses depois ela me aparece com um embrulho rosa
dizendo ser minha filha, insistindo. Era impossível, eu me cuidava bastante, assim como minhas parceiras. Mesmo assim para evitar um escândalo, solicitei o exame de DNA, o que
pareceu calar Isis que ameaçou ir a imprensa e isso seria um tormento para minha família e todos os envolvidos.

— Ela é sua filha, eu sou a mãe, você é o pai. Nós transamos e geramos uma criança, é assim que funciona August.

— Apenas fique quieta, sua voz é irritante.

Nesse momento meu telefone tocou, coloquei no viva voz para que o grande não ecoasse por todo o escritório e Isis fosse embora de vez.

— Senhor Grayson, é um prazer falar com o senhor.

— Sim, sim. Imagino que já possa me dizer o resultado. — Estava sem paciência, como sempre.

— Claro, acabamos de enviar para seu e-mail também, registrado e assinado.

— Apenas diga.

— A paternidade foi conclusiva com 99,9% de compatibilidade.

Segurei o ar olhando um ponto fixo na mesa, sentia Isis me encarando. Lentamente desviei meu olhar para ela, que abria um sorriso vitorioso.

— Cullen, há alguma chance do laboratório ter registrado isto errado? — Eu tinha que perguntar, não era possível.

— Senhor Grayson, nosso laboratório faz seu trabalho com seriedade, não há abertura para erros, eu lhe garanto. Entendo que possa ser um choque, mas
testamos duas vezes para concluir o resultado.

— Agradeço os serviços prestados.

Desliguei a chamada, eu claramente estava em choque, pois geralmente não agradecia por nada. Nunca. Isis passou a se mover na minha frente, retirando uma pasta pequena de dentro
da bolsa.

— São os documentos dela, todas as vacinas estão em dia até o momento. Ela não dorme muito bem a noite e nem deixa ninguém dormir, se prepare. Nancy Carlton. Eu não daria meu nome, sabe? Mas desde que ela precisava ser identificada, eu achei que esse seria um nome forte até que você a registrasse. Você pode retirar, é claro. Nancy Grayson me parece bem mais coerente.

— Posso saber de que merda está falando?

Ela levantou erguendo sua sobrancelha como se fosse óbvio. Apertou a alça da bolsa enquanto rapidamente desviou o olhar para a coisinha dormindo.

— Aguentei tempo o suficiente, August. Não é mais minha responsabilidade, eu não nasci pra isso. Imaginei que você deveria ter uma chance.

Me levantei compreendendo muito bem o que estava acontecendo, ainda mais quando ela virou de costas, se afastando.

A Filha Rejeitada do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora